Lacanianismo ou psicanálise lacaniana é um sistema teórico que explica a mente, o comportamento e a cultura através de uma extensão estruturalista e pós-estruturalista da psicanálise clássica, iniciada pelo trabalho de Jacques Lacan das décadas de 1950 a 1980.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
Quais os dois princípios básicos que fundamentam a teoria de Lacan?
A experiência analítica Optei por lhes apresentar os dois princípios fundamentais da teoria psicanalítica de Jacques Lacan, um relativo ao inconsciente, outro relativo ao gozo. O primeiro princípio se enuncia: "O inconsciente é estruturado como uma linguagem "; e o segundo: "Não existe relação sexual.
Para Lacan, o sujeito é constituído a partir de sua inserção no universo humano, o que supõe sua passagem pela porta da linguagem, universo do simbólico. Uma vez que a linguagem é o que há de mais coletivo, o sujeito, efeito do significante é, por sua vez, sempre coletivo.
Lacan não apenas afirma que o inconsciente é como uma língua. Ele também propõe que, antes da língua, não existe o inconsciente para o indivíduo. É apenas quando a criança adquire uma língua é que ela se torna um sujeito humano, isto é, quando ela passa a fazer parte do mundo social.
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
é sobre os quatro conceitos considerados por Lacan como fundamentais que este trabalho trata, a saber: Inconsciente, Repetição, Transferência e Pulsão.
A expulsão de Lacan da IPA foi causada por ele não obedecer às normas daquela instituição e ter muitos alunos, analisandos e supervisionados ao mesmo tempo, bem como por conta das “sessões curtas” de cinco minutos que Lacan insistia em manter — algumas sessões de Lacan foram de apenas um minuto.
Enquanto a filosofia tradicional tende a ver o sujeito como um ser autônomo e racional, Lacan argumentava que o sujeito é marcado pela falta e pelo desejo. Para ele, o sujeito está sempre em busca de completude, mas essa completude é impossível de ser alcançada.
Lacan nos fala que o referente é real, ou seja, real por ser impossível de designar e, por essa razão, teria como função causar a linguagem. Importante notar que o referente não está no real, mas é real. Este ponto é essencial.
Segundo a leitura que Jacques Lacan faz da obra freudiana, o desejo corresponde a uma dimensão em que o sujeito se encontra fundamentalmente insatisfeito. Por sua vez, a satisfação pulsional diz respeito a um registro em que o sujeito se encontra sempre satisfeito.
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.
Ser lacaniano significava levar em conta a descoberta do inconsciente e, portanto, soletrar os primeiros textos de Freud, considerados como ultrapassados pelo anafreudismo, A interpretação dos sonhos, Psicopatologia da vida cotidiana, O chiste e sua relação com o inconsciente, e era também reconsiderar os termos da ...
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
Na filosofia continental, o Real refere-se ao resto da realidade que não pode ser expresso e que ultrapassa o raciocínio. No lacanianismo, é uma categoria impossível devido à sua oposição à expressão e à inconcebibilidade. A Ordem Real é um enlace Borromeano (lalíngua) e existe como um homônimo infinito.
Lacan focou seus estudos na manifestação do inconsciente, que Freud abordou em textos como A Interpretação dos Sonhos, Sobre a PsicoPatologia da Vida Cotidiana e Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente, publicados entre o fim do século 19 e o começo do século 20.
Lacan acreditava que a linguagem é a chave para compreender a subjetividade humana, e a sessão é centrada na escuta atenta do terapeuta para o discurso do paciente. O terapeuta pode fazer perguntas ou fazer observações para ajudar o paciente a desvendar as camadas de significado em seu discurso.
amar é querer o bem a alguém. Lacan, por outro lado, empreende uma separação fundamental entre o amor e a ideia do bem. O amor de transferência — ou, ousaríamos dizer apenas, o amor — ensina àquele que ama que há uma falta inscrita em seu desejo.
Lacan, de origem católica, se dizia “filho de padre”, por ter sido educado pelos irmãos maristas. Os dois não se omitem de examinar o campo das “verdades” religiosas, separando o interesse investigativo da crença. Embora Freud e Lacan tenham o ateísmo como ponta de lança da psicanálise, há uma diferença entre os dois.
Considerada como complexa para muitas pessoas, a obra lacaniana é chamada de “retorno a Freud”, já que Lacan brilhantemente retomou as ideias de Freud, atribuindo-lhe novos sentidos e correlações.
Sofrendo de um câncer no cólon que tardou à operar, já muito debilitado desde um acidente de carro em 1978, Lacan reduziu sem cessar as suas atividades a partir de fevereiro de 1980.
No mundo da psicologia, existem diversas áreas e abordagens. Uma delas é a terapia lacaniana, baseada na linguagem e no tempo do inconsciente. Assim, para a psicanálise lacaniana, é fundamental não influenciar naquilo que o inconsciente do paciente deseja falar.
Em Lacan, o que dá essência e, de certa maneira, a unidade ao ser é o gozo, e só o gozo, porque nenhum predicativo (a totalidade predicativa é impossível) pode dar unidade ao ser sexuado que é divisão. Por isso, o que o ser exige enquanto Um, enquanto unidade, é a infinitude do gozo, seja do corpo ou do Outro.
A proposição de 9 de outubro de 1967 marca o rompimento de Lacan não só com a IPA mas com grande parte do acervo histórico e teórico acumulado por vários pioneiros do movimento psicanalítico.