Amar dói na medida em que revela a alteridade e, portanto, a individuação e a solidão pessoais. Encarar a presença da alteridade refreia a onipotência, resulta na necessidade de abandonar o estado narcísico e seus eventuais benefícios. A passagem de uma condição narcísica para uma de individuação não se faz sem dor.
As dores do amor demandam reflexão e amadurecimento. Alice explica que isso pode durar de seis meses a dois anos, porque o amor é “uma sensação viciante, e quando você o perde é como se seu corpo sofresse de abstinência. Algo tão forte que você quer repetir, mas se prende para não voltar a sofrer.”
Por fim, saiba que o término mais doloroso é aquele em que se deixa partir mesmo quando ainda está amando. Entretanto, é preciso mais amor para deixar o outro ir. Neste caso, trata-se do amor próprio, que precisa ser maior do que o amor dedicado à relação.
Tudo começa com a incredulidade, protesto e reforço do apego. “O cérebro aterroriza-se e reage como se estivesse frente a uma ameaça. O sistema imunitário enfraquece e sobem os níveis de stress”, o que pode gerar dor física, descreve Espinosa. Durante esta fase é comum a pessoa envolver-se com ex-namorados.
Segundo a médica e diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, Fabíola Peixoto Minson, dor de amor existe. "O sentimento de tristeza profunda gera dor física, que leva ao sofrimento psicológico. Este, por sua vez leva a dor em um círculo vicioso".
Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos — a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo.
O amor patológico, como é chamado pelos psiquiatras e psicólogos, causa sintomas de necessidade e abstinência, ansiedade e até depressão. "A pessoa costuma deixar suas atividades, cuidados com ela mesma, com o trabalho, e fica pensando somente no parceiro.
Um estudo da Universidade da Flórida sobre paracetamol, também conhecido por Tylenol, e presente isoladamente ou em associações medicamentosas para controle da dor, relatam o poder do medicamento em aliviar as dores oriundas de frustrações amorosas.
A empatia é um sentimento poderoso: traz conexão, entendimento da perspectiva do outro, evita o julgamento, reconhece a emoção e interage com ela. Empatia é sentir com as pessoas (e não apenas pelas pessoas), colocar-se no seu lugar, por mais triste e escuro que ele seja.
Dependendo da intensidade da paixão, maior será a liberação de adrenalina, aumentando consequentemente a frequência cardíaca e o fluxo sanguíneo. Como consequência, esse processo pode contribuir para uma sensação de formigamento ou calor que sentimos ao nos aproximarmos da pessoa amada.
"Na fase da paixão, algumas substâncias no cérebro se alteram. As endorfinas, a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina aumentam, enquanto a serotonina diminui. Este equilíbrio de substâncias acontece de forma semelhante no transtorno obsessivo compulsivo e no vício por drogas, como cocaína.
O resultado dessas alterações hormonais são aquelas conhecidas por quem já experimentou o sentimento da paixão: aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, corpo mais quente e excesso de suor, falta de apetite, insônia, além da sensação de bem-estar e prazer quando se está com a pessoa amada.
Estes sintomas ocorrem porque o cérebro produz ainda mais dopamina quando alguém está apaixonado. O cérebro também produz mais da norepinefrina química quando estamos apaixonados, acelerando o coração quando estamos nervosos.
O narcisismo é um dos problemas que afeta muitas pessoas, homens ou mulheres, e a maioria das vezes a pessoa egocêntrica não se apercebe que o é. Julga que ser melhor que os outros é algo perfeitamente natural.
Essa devoção extrema, contudo, não é saudável. O excesso de amor é tão prejudicial quanto qualquer outro tipo de excesso – atividades físicas, sedentarismo, alimentos, dietas restritivas, socialização, solidão, entre outros. Amar demais pode deixar os amantes cegos.
“A paixão, do ponto de vista do cérebro, se assemelha a uma espécie de demência temporária, hipermotivacional, com características de estresse, obsessão e compulsão” explica. A boa notícia é que do ponto de vista científico, ela é sempre passageira e tende a durar no máximo de 12 a 18 meses.
“O corpo sofre um verdadeiro stress físico. São hormônios que promovem um intenso processo inflamatório interno, atingindo diversos órgãos, gerando desequilíbrios hormonais, alterações sistêmicas e como consequência, diversas patologias físicas”. E a “dor do desamor” pode ser bem mais comum do que se imagina.
O que psicólogos recomendam para a dor de uma frustração amorosa é tempo. Só através dele que o corpo e a mente conseguirão processar a dor do fim de uma relação e se preparar para o início de outra. “O tempo é o melhor remédio para curar.