“As revelações de que Machado de Assis morreu com a cor branca (e não mulato), de arteriosclerose generalizada (e não de câncer na língua), e às 3:20 da madrugada de 29 de setembro de 1908 (e não às 3h45min), foram surpreendidas, agora, na leitura da peça inicial do seu inventário: o atestado de óbito”.
Parece-nos claro que Machado apresentava epilepsia localizada sintomática com crises parciais complexas secundariamente generalizadas, de etiologia desconhecida. As crises iniciaram na infância, tiveram remissão na adolescência e recidivaram na terceira década, tornando-se mais freqüentes nos últimos anos.
Machado de Assis faleceu na madrugada de 29 de setembro de 1908, cercado por Mario de Alencar, José Veríssimo, Euclides da Cunha, Coelho Neto, Raimundo Correia e Rodrigo Otávio, seus companheiros mais chegados. Consta como causa da sua morte uma lesão neoplásica em sua língua. Foi decretado luto oficial no país.
Últimos anos. Com a morte da esposa, entrou em profunda depressão, notada pelos amigos que lhe visitavam, e, cada vez mais recluso e doente, encaminhou-se também para sua morte. Numa carta endereçada ao amigo Joaquim Nabuco, Machado lamenta que "foi-se a melhor parte da minha vida, e aqui estou só no mundo [...]".
A ideia de Pereira era abordar Machado como alguém que nasceu com três grandes dificuldades — a pobreza, a cor e a epilepsia, da qual sofria — e, mesmo assim, ao superar essas questões, conseguiu vencer e se tornar o maior da literatura brasileira.
Machado de Assis era considerado pela elite carioca como um homem branco, pois na época seria uma ofensa chamá-lo de mulato. Um trecho de carta escrita por Joaquim Nabuco a José Veríssimo, após a morte de Machado de Assis, revela o preconceito mascarado: “ Mulato, ele foi de fato, um grego da melhor época.
Desse modo, defende-se que Machado de Assis tinha uma ideia de Abolição diferente daquela apresentada pelo Estado em que defendia a assistência e a preparação do escravo para ser incluido na sociedade, garantindo-lhe uma liberdade de fato, não só no papel.
Quincas Borba (Joaquim Borba dos Santos) é o personagem principal do livro Quincas Borba do escritor Machado de Assis. Nasceu em fascículos, no ano de 1886, o "filósofo louco de Barbacena" e conselheiro de Brás Cubas, de quem foi colega na infância.
Machado não era pessoalmente um indivíduo religioso, embora não fosse um materialista. é certo que conhecia a doutrina e a Escritura cristã, quando jovem fora educado pelo Padre Silveira Saramento, de quem permaneceu amigo até a vida adulta.
Uma curiosidade: Machado de Assis foi apelidado pelos vizinhos de “Bruxo do Cosme Velho”, pois teria queimado cartas em um caldeirão em sua casa que ficava na Rua Cosme Velho.
Se pela voz de Brás Cubas o escritor Machado de Assis afirmava que não teve filhos porque não queria transmitir a nenhuma criatura o legado de nossa miséria, seu legado comprova-nos que transmitiu a todas as criaturas um sentido verdadeiramente superior de nossa condição. Mas isso não estava em seu testamento.
Foi criado pela madrasta, Maria Inês, que cuidou da criança de saúde frágil, pois Machado sofria de epilepsia. Depois da morte de seu pai, passou a ajudar a madrasta na venda dos doces que ela mesma preparava, única fonte de renda da família.
Machado foi fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, além de ter escrito alguns dos maiores clássicos da literatura brasileira. E não se limitou aos romances: escreveu também poesia, contos, crônicas, peças de teatro, críticas literárias e ainda atuou como jornalista.
Era filho de dois ex-escravos mulatos alforriados: o pintor de paredes Francisco José de Assis e a lavadeira Maria Leopoldina Machado de Assis. Essa situação marcou toda a sua vida, já que a escravidão só seria abolida no Brasil 49 anos depois do seu nascimento.
RIO - Machado de Assis não era apenas o gênio por trás de crônicas ácidas que atravessam o tempo. Ele também gostava dos temas de amor. Em toda a sua biografia é pública a dedicação a Carolina Augusta Xavier de Novais, sua mulher durante 35 anos.
Biografia. Machado de Assis (Joaquim Maria Machado de Assis), jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21 de junho de 1839, e faleceu também no Rio de Janeiro, em 29 de setembro de 1908.
Entretanto vemos, nesta narrativa que Rubião não consegue satisfazer os seus desejos, em razão de que não possui o objeto de seu amor, tornando-se louco.
Ao ler o livro Quincas Borba, encontram-se várias evidências de que Rubião teria paralisia geral progressi- va. Em primeiro lugar, Rubião, após viver faustosamente na cidade do Rio de Janeiro, começa a ter alterações comportamentais, a princípio pouco sugestivas de um transtorno neuro-psiquiátrico.
Há duas hipóteses para entender o motivo de Machado ter obscurecido o negro dentro de si e na sociedade que retratava: Ele estava tão preso em seus próprios traumas que buscava obscurecer o que julgava, em sua mentalidade manipulada pelo pensamento racista da época, ser a origem de seus males: o ser negro.
Machado de Assis foi o principal representante do realismo brasileiro. Ele é mais conhecido pelos livros de sua segunda fase, caracterizada, principalmente, pela crítica à idealização romântica.
LIM3353. LEI Nº 3.353, DE 13 DE MAIO DE 1888. Declara extinta a escravidão no Brasil. A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor D.