O rombo nas contas da rede varejista Americanas é de pelo menos R$ 45 bilhões, segundo apontou, nesta terça-feira (13), um relatório produzido por assessores jurídicos, baseado em documentos de um comitê de investigação independente.
Trata-se de uma triangulação no financiamento de fornecedores, no qual a varejista antecipa a seus parceiros um crédito que eles têm a receber de bancos.
A CVM possui ao menos dez processos administrativos para investigar o rombo bilionário na Americanas. No dia 11 de janeiro, o então CEO Sergio Rial e o CFO André Covre renunciaram aos cargos e divulgaram ao mercado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.
O caso da Americanas estourou em janeiro de 2023, após a identificação de inconsistências contábeis que encobriram uma dívida de aproximadamente R$ 20 bilhões. Nós explicamos a linha do tempo do que aconteceu neste artigo. Desde então, sua trajetória tem sido marcada pela recuperação judicial, dívidas, despejo e…
O que explica 'tombo' da Americanas e quem perde com isso
Quando foi descoberto o rombo na Americanas?
Bloomberg Línea — Em depoimento ao Senado nesta terça-feira (28) sobre as dívidas da varejista em recuperação judicial, o ex-CEO da Americanas (AMER3) Sergio Rial detalhou a cronologia dos acontecimentos desde que teria descoberto o rombo contábil em 4 de janeiro até o fato relevante e sua renúncia no dia 11 de janeiro ...
Para a Genial Investimentos, todos os pontos de valor da Americanas estão indo “ralo abaixo”. Eles destacaram piora na alavancagem financeira, encarecimento do custo de capital, compressão de margens e dúvida sobre crescimento de receita, conforme nota a clientes.
Segundo especialistas, o rombo aconteceu por meio de uma linha de crédito conhecida como “risco sacado”, que faz uma triangulação entre a empresa, seus fornecedores e uma instituição financeira.
A Americanas encerrou o primeiro trimestre de 2023 com autorização de empréstimo bilionário e atraso na entrega do balanço de 2022. Em acordo, a varejista suspendeu disputas judiciais com credores em abril. Em maio, o diretor afastado da companhia, José Timotheo de Barros, renunciou ao cargo.
Enfim, ela estava adotando uma prática que era antiga que as empresas: compram uma televisão aí de um fornecedor, aí, como elas só vão receber mais tarde quando elas venderem, elas pegam um dinheiro emprestado do banco para pagar esse fornecedor antecipadamente", explica.
Ninguém teve um prejuízo maior até agora que o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Eles já comandaram a empresa e tiveram seu controle acionário.
Americanas deixa de ser marca bilionária após calote e recuperação judicial. São Paulo — A Americanas (AMER3) deixou de ser uma marca bilionária depois de anunciar um calote de R$ 42,3 bilhões e um rombo contábil de R$ 20 bilhões, entrando em recuperação judicial em janeiro.
A Americanas não faliu. O que houve com a Americanas é que estamos passando por um processo de recuperação judicial, que visa justamente evitar uma possível falência. Nossas operações continuam funcionando normalmente, ou seja, pode comprar no site, app ou nas lojas físicas sem medo.
O Banco do Brasil decidiu aumentar a provisão relacionada à dívida que a Americanas possui com a instituição. Em outras palavras, o banco antecipa a quantia como calote. O provisionamento era de 788 milhões de reais e, agora, é de 1,3 bilhão de reais — o equivalente a 100% da dívida.
Carlos Alberto Sicupira é o quinto brasileiro mais rico, segundo ranking divulgado pela revista Forbes no último dia 31. De acordo com a publicação, ele é dono de mais de R$ 41 bilhões.
Bradesco e Itaú Unibanco decidiram provisionar 100% de sua exposição à Americanas, enquanto o Santander provisionou 30%. Charo Alves, especialista da Valor Investimentos, diz que Itaú e Bradesco decidiram provisionar 1005% da exposião a Americanas para limpar de vez o balanço dos riscos desse caso.
Segundo o juiz, a eventual quebra do Grupo Americanas pode acarretar o “colapso da cadeia de produção do Brasil, com prejuízos em relevantes setores econômicos, afetando mais de 50 milhões de consumidores, colocando em risco dezenas de milhares de empregos”.
A campeã de perdas neste ano deve ser a Emgepron, Empresa Gerencial de Projetos Navais, ligada ao Ministério da Defesa. A previsão do Tesouro é de um rombo de R$ 3,17 bilhões. Em segundo lugar, a Eletronuclear deve acabar o ano com prejuízo de R$ 2,1 bilhões.
Sob o slogan "União e Reconstrução", o governo atualmente é composto por 38 ministérios, dezesseis a mais que o governo anterior e o segundo maior número de pastas desde a redemocratização, sendo menor do que no segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que teve 39 pastas.
A Americanas estabeleceu como meta (guidance) chegar ao "fim do túnel" da crise no fim de 2025. A expectativa da companhia é chegar lá com uma posição de caixa líquido (incluindo os recebíveis de cartões) — contra uma dívida líquida de R$ 26,3 bilhões no fim de 2022.
Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, os três principais acionistas da Americanas, ficaram mais ricos em 2023, aponta a lista anual de bilionários da Forbes, divulgada na semana passada.
Segundo o advogado Vitor Ferrari, do Mazzuco e Mello, representante de credores menores, a dívida das fianças está em cerca de R$ 700 milhões para o Bradesco e demais instituições financeiras.
Os sócios da 3G Capital, principal acionista da varejista, são Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, segundo o ranking de 2022 da revista Forbes, Marcelo Telles, o terceiro da lista, e Beto Sicupira, o quarto colocado.