Que eu saiba, TRIBO é o coletivo de "índios", e não o contrário (se for lição de Português). Mas se você se refere à reunião de várias tribos, aí o coletivo seria NAÇÃO (exemplo: Nação Tupi, formada por várias tribos).
O correto é falar Povo Indígena. O que existem são etnias, povos e nações. O termo "tribo" surge de uma ideia estereotipada assim como a palavra "índio”.
"O correto é sempre chamar o indígena pelo nome. Eu sou Munduruku, mas sou indígena de origem. Índio é uma palavra vazia de significado, indígena é uma palavra cheia de significado. Índio não significa nada, indígena significa originário", disse o escritor e ativista Daniel Munduruku.
A palavra índio é considera pejorativa ao se referir aos indígenas por ser um termo genérico, sem considerar características, valores, cultura e diversidade desses povos. Já a palavra indígena faz referência à origem, ao lugar de onde vieram essas pessoas e contempla toda a diversidade dos povos originários.
Grande parte dos povos indígenas tem subdivisões territoriais internas que são chamadas de aldeias ou comunidades. Cada aldeia/comunidade apresenta processos de formação relativamente autônomos, mas são todas vinculadas ao seu grupo maior (o povo) pela história, cultura e genealogia.
Índio: A palavra índio deriva do engano de Colombo que julgara ter encontrado as Índias, o "outro mundo", como dizia, na sua viagem de 1492. Assim, a palavra foi utilizada para designar, sem distinção, uma infinidade de grupos indígenas; Gentio: O coletivo gentio foi utilizado pelos jesuítas.
Para eles, tal nomenclatura foi criada pelos colonizadores como meio de reduzir a pluralidade da população, uma vez que gerou uma imagem distorcida – levando a crer que se referia aos povos das Índias – e assim o distanciando da identidade de cada povo que existia.
Os substantivos coletivos podem referir-se especificamente a um grupo de seres, como boiada (bois), arvoredo (árvores), ramalhete (flores) etc., ou a diferentes espécies de seres, como bando (aves, crianças, bandidos), manada (bois, cavalos, elefantes), cacho (cabelos, bananas, uvas) etc.
Porém, não se confunda, pois o coletivo de cães e lobos é diferente. Enquanto chamamos o coletivo de lobos de “alcateia”, nos referimos ao de cachorros como “matilha”.
A organização social dos povos indígenas brasileiros varia de acordo com as comunidades indígenas. Existem aqueles que vivem isolados do restante da população brasileira, o que inclui outras pessoas indígenas.
“Tribo” é outra palavra inapropriada, por se referir a um lugar não civilizado. Os termos adequados são "terra indígena", "território" ou "aldeia" e, para o grupo de indígenas, "etnia" ou "povo".
Outro termo muito comum para chamar os brancos é caraíba, karaíba ou kajaíba. Na região do Xingu, no Mato Grosso, diversos povos diferentes, como os Mehinako, os Kuikuro, os Kalapalo e os Kawaiwete, usam variações dessa palavra.
Luciene Kaxinawá, jornalista indígena e colunista do Terra Nós, pontua que “índio”, segundo o dicionário, é um elemento químico. Por isso, indígena é o termo correto e apropriado a ser usado, pois se refere à origem, indivíduo pertencente a algum lugar, originário. “Falar 'índio' é nos ofender.
A mudança ocorreu em julho do ano passado, com a Lei 14.402/22, aprovada pelo Congresso Nacional, que deixou de lado o termo índio, considerado preconceituoso contra os povos originários.
A palavra "índio" foi considerada inadequada por ser um termo amplo e não representar a diversidade dos povos indígenas em território nacional, sem considerar sua diversidade e individualidade.
“Curimim” vem do tupi “kunumim” (menino). No norte do país, é comum usá-la para se referir às crianças indígenas. Já para as meninas, o termo que se usa é “cunhatã”.
O L, ou perdedor, é um gesto de mão feito estendendo o polegar direito e os dedos indicadores, deixando os outros dedos fechados para criar a letra L, interpretada como "perdedor" (do inglês, loser) e geralmente dada como um sinal de humilhação ou menosprezo.
Pajé ou payé é uma palavra da língua tupi que significa sacerdote cuja função além de representar a religião e a religiosidade da crença tradicional, é de curar enfermos.