Por décadas, as mulheres foram impedidas, por lei, de jogar futebol. O preconceito contra elas, nesse esporte, é algo histórico. A modalidade feminina sempre sofreu com restrições, desigualdades e, inclusive, com comentários xenofóbicos sobre a aparência ou a cultura das jogadoras de outros países.
Sexismo: Infelizmente, o preconceito de gênero ainda está presente em nossa sociedade. Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, isso pode causar a impressão de que é menor qualidade ou menos importante. Falta de visibilidade: recebe menos atenção da mídia.
Apesar do considerável crescimento e avanço, o futebol feminino no Brasil ainda enfrenta desafios como a falta de investimentos e patrocínios, a disparidade salarial em comparação com os jogadores do sexo masculino e a pouca visibilidade nos meios de comunicação.
De acordo com os dados, 42% da população acredita que as atletas de futebol feminino são excessivamente masculinizadas. Ou seja, na visão do público, as mulheres são vistas apenas nos extremos da hipersexualização ou masculinização dos corpos, o que impacta diretamente na autoimagem das praticantes.
Quais os tipos de preconceitos que existem no futebol?
Dados mais recentes do relatório anual do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, apontam que, de 68 casos registrados, 31 dizem respeito ao racismo, 12 envolvem LGBTfobia, 11, machismo e quatro, xenofobia.
FUTEBOL FEMININO X PRECONCEITO | CONVERSA DE REDAÇÃO
Porque o preconceito no futebol feminino?
O preconceito no futebol feminino advém de fatores culturais, sociais, os quais precisam ser revistos, já que são fatores limitantes do desenvolvimento não somente do futebol, mas do esporte feminino como um todo.
Nesse contexto, torna-se evidente que o futebol feminino está distante de alcançar um patamar ideal. Fatores preponderantes incluem a disparidade salarial, a insuficiência de investimentos, a falta de visibilidade e a persistência do machismo como elementos centrais nesse cenário desafiador.
O futebol feminino é a modalidade do futebol praticado com equipes compostas somente por mulheres. Apesar de em alguns países o futebol ser predominantemente praticado por homens, 188 países possuem seleção feminina e campeonatos de futebol profissionais e amadores para mulheres.
Porque o futebol feminino não é tão popular como o masculino?
Há mais patrocinadores interessados no futebol masculino do que no feminino. Falta de visibilidade: ainda recebe muito menos atenção da mídia do que o futebol masculino. Isso inclui não apenas a transmissão de jogos, mas também a cobertura de notícias e histórias de jogadoras.
Quais são os maiores desafios do futebol feminino na atualidade?
A partir da pesquisa realizada, verificou-se que as dificuldades destacadas continuam sendo as mesmas enfrentadas nas décadas de 80 e 90: questões como estrutura, condições de trabalho, falta de profissionalismo, invisibilidade, preconceito, desrespeito e falta de incentivo.
Porque o futebol feminino não tem tanta visibilidade?
Da média de público a salários, investimentos e patrocínios, os valores que giram pelo cenário do futebol feminino são praticamente insignificantes, quando comparados aos números do futebol masculino. A própria CBF, historicamente, investe bem menos na modalidade feminina do esporte.
Assista aos jogos, valorize as atletas e fale sobre o assunto. Pergunte aos seus amigos, fale sobre. Ajude a criar o hype em torno das competições femininas. – Acompanhe a imprensa que fala sobre o esporte feminino, principalmente as mulheres.
Como está a representatividade feminina no esporte atualmente?
De Atenas, em 2004, até a última edição em Tóquio, 2021, o crescimento de atletas mulheres foi de 400% na delegação brasileira, de 23 representantes para 95. O maior número de participação feminina que alcançamos foi na edição de 2016, no Rio de Janeiro, com 102 atletas.
Somos conhecidos internacionalmente por abrigar os maiores talentos futebolísticos do mundo. Como foi citado anteriormente, o esporte é resistência e luta. Mas a luta, muitas vezes, não fica confinada apenas ao campo, ela está na sociedade como um todo.
Por que o esporte feminino não é tão valorizado no Brasil?
A falta de segurança, o preconceito, a falta de incentivo nas escolas, todos esses são fatores que devem ser apontados quando se constata que o esporte no Brasil não tem o mesmo acesso por meninos e meninas.
Durante todo este período o futebol feminino não se popularizou no país, pois, apesar de contar com alguns simpatizantes, sofria uma forte resistência. O futebol não era considerado um “esporte de natureza feminina”.
Por que existe preconceito com o futebol feminino?
O preconceito contra elas, nesse esporte, é algo histórico. A modalidade feminina sempre sofreu com restrições, desigualdades e, inclusive, com comentários xenofóbicos sobre a aparência ou a cultura das jogadoras de outros países.
Esporte mais popular no mundo, o futebol, quando praticado por mulheres, coloca em cena estereótipos de feminilidade e masculinida- de, e tende a contribuir positivamente para o alargamento dos limites do que é próprio às mulheres, subvertendo fronteiras de gênero.
Qual a história da proibição do futebol feminino no mundo?
O primeiro time só delas, o Fémina, nasceu em 1912, três anos antes da criação da Federação Francesa de Futebol (FFF). Mesmo mais jovem, a FFF não quis aceitar a filiação de mulheres e, em 1941, proibiu a prática durante o regime de Vichy, governo autoritário vigente durante a Segunda Guerra Mundial.
Porque o futebol feminino é melhor que o masculino?
Muito mais respeito. A segunda razão para acreditarmos na superioridade feminina sobre os homens é o respeito. Isso é algo que tem sido destacado por especialistas que estão acompanhando as partidas e também pelos telespectadores.
Como acabar com a desigualdade de gênero no futebol?
O futebol feminino pode ser uma importante ferramenta para espalmar o preconceito e diminuir a desigualdade de gênero entre homens e mulheres. Mas para isso é preciso igualar as oportunidades, as condições de treinos, principalmente a valorização e visibilidade do esporte.
A desigualdade também se expressa pela falta de incentivo na conciliação do esporte com os estudos e pela insegurança financeira, que são alguns dos fatores que explicam o grande número de desistências das atletas femininas.
“O início do preconceito no futebol não se deu por conta do racismo, ao contrário, iniciou-se por conta da história do futebol ser de origem europeia e seus praticantes, no início, teriam que ser frequentadores de clubes da elite. Os campos de futebol eram um prolongamento da elite da sociedade.
O que dificulta o avanço do futebol feminino no Brasil?
Atualmente, no Brasil, apenas nove das 16 principais equipes femininas têm vínculos profissionais com as suas atletas. A falta dessa profissionalização gera contratos curtos e baixos salários, o que dificulta a garantia dos direitos trabalhistas das jogadoras e o avanço da modalidade no país.