A origem das tranças na África remonta a milhares de anos. As tranças eram usadas como um meio de comunicação para transmitir mensagens entre as tribos, para identificar a idade, status social e afiliação de uma pessoa.
Ele tem origem na cultura africana. "As tranças nagô eram utilizadas para desenhar rotas de fugas para os quilombos. Nagô é o dileto Jejê, assim é chamado os falante da língua Iorubá, como foi denominado pelo traficantes de escravos. As tranças são testemunhas da resistência", disse.
Hoje muitos usam tranças pela estética mas antigamente a trança era literalmente um meio de fuga da escravidão, pois ao trancar os cabelo uns dos outros os negros e negras traçavam caminhos para a liberdade.” relata Mari Helena Santos, 28 anos, trancista do espaço Los Santos Hair.
“O desenho do ato de trançar transmite valores culturais e históricos, além de servirem para identificar a posição social, a idade, o estado civil e a religião”, afirma a especialista em cacheados e crespos e proprietária do Studio Afro, em Brasília.
A Bíblia diz em 1 Pedro 3:3-4: “O vosso adorno não seja o enfeite exterior, como as tranças dos cabelos, o uso de jóias de ouro, ou o luxo dos vestidos, mas seja o do íntimo do coração, no incorruptível traje de um espírito manso e tranqüilo, que és, para que permaneçam as coisas.”
O VERDADEIRO SIGNIFICADO DAS TRANÇAS | Cortes do Cometa
O que as tranças significam para os negros?
Fazer e usar tranças não são nenhuma novidade nos espaços de sociabilidade negros. A trança é sempre um recurso estético, podendo conter vário sentidos desde esconder, camuflar e expressar identidade através dos cabelos.
Desde o surgimen- to da civilização africana, o estilo tem sido usado para identificar tribos, origem, idade, es- tado civil, religião, riqueza e posição social das pessoas. Na Grécia, e depois em toda europa durante a idade média, a trança foi adotada pela maioria das mulheres.
As tranças realmente eram um dos penteados mais usados pelos vikings, e isso tem um motivo: como o cabelo era, geralmente, longo, as tranças facilitavam qualquer ação de ataque e, com o tempo, virou um símbolo entre a cultura viking.
A trança nagô é um estilo de origem africana, que recebeu esse nome em referência ao povo nagô, um grupo étnico originário da atual Nigéria. Esse modelo de trançar os cabelos é caracterizado por linhas retas e simétricas, geralmente formando padrões geométricos no couro cabeludo.
Aliada das cacheadas, crespas e principalmente de quem está vivendo a transição capilar, as tranças são o refúgio perfeito para quem deseja uma mudança de visual. Elas modernizam o nosso look, nos trazendo força, autoconfiança, e isso sem falar da deliciosa sensação de acordar todo dia com o cabelo pronto e lindo.
Acredita-se que as tranças tenham sido usadas e vistas pela primeira vez por volta de 3100 a.C. pelos povos egípcios antigos. Registros de pinturas e esculturas encontradas em túmulos egípcios mostram que as tranças eram um penteado popular tanto para homens quanto para mulheres egípcias.
E essas tranças falavam: contavam histórias, declaravam a condição social de quem as usava, deixavam claro seu estado civil, a religião que professavam, identificavam-nas como membros de determinadas comunidades ou etnias. No Novo Mundo, elas começaram a falar sobre liberdade.
Uma trancista é uma profissional especializada em criar e cuidar de tranças nos cabelos de seus clientes. Elas dominam diversas técnicas e estilos de trançado, permitindo que quem queira explorar o visual expresse sua individualidade e estilo através de penteados únicos.
Aí eles usavam aquelas tranças desenhadas como um mapa para chegarem no quilombo. As vezes até colocavam arroz pra poder explicar o mapa. [Essa prática] era feita em todo país onde existiam pessoas pretas escravizadas.
De acordo com registros de alguns estudiosos, as primeiras tranças foram encontradas há 22 mil anos antes de Cristo nas estátuas de Vênus de Brassempouy e a de Willendorf. Porém, a técnica de traçar os cabelos foi notada mais tarde, há 3.500 anos antes de Cristo na África.
As tranças eram usadas como um meio de comunicação para transmitir mensagens entre as tribos, para identificar a idade, status social e afiliação de uma pessoa. Os padrões das tranças também eram usados para indicar a posição de uma pessoa na sociedade e o clã ao qual pertencia.
Sua origem é da região da Namíbia, na África. Em muitas tribos africanas as tranças eram uma forma de identificação de cada grupo. Os padrões das tranças eram uma indicação da tribo, idade, estado civil, riqueza, poder e religião de uma pessoa.
Ela aponta que entre os homens a variação chegava a 40 cm, os mais baixos teriam 1,54 cm e os mais altos 1,93 cm (ainda que alguns chegassem a 2 m), tendo assim a média de 1,72 cm de altura entre os homens.
As tranças serviram como pano de fundo de diversos movimentos como, Marcha dos Direitos Civis nos Estados Unidos, o aparecimento de movimentos negros como o Black Power e os Panteras Negras, que lutavam pelos direitos e enaltecem a cultura afro.
Falar sobre esse penteado em pessoas brancas ainda é tabu, já que as tranças são muito comuns em mulheres negras justamente porque possuem um significado histórico e de resistência para o povo preto através da estética.
As tranças, penteados usados principalmente pelas mulheres há centenas de anos carregam a identificação - além da estética - de tribos, estados civis, religiões e posições sociais. No Egito Antigo, por exemplo, quem possuía muitas tranças passava mensagens de riqueza material e também de abundância.
A história das tranças começa, aproximadamente, no ano 3.500 a.C. Desde aquela época vem sendo usada como um verdadeiro símbolo social, especialmente de resistência. Originária da Namíbia, situada na África, as tranças carregam em seus detalhes muitos traços de arte e histórias relevantes.
Como o próprio termo sugere, "apropriação cultural" é quando uma pessoa adota símbolos e elementos de outra cultura e as tira do seu contexto original. Uma das principais e graves consequências deste comportamento é o apagamento cultural, que acontece ao não valorizar e ignorar toda a história por trás destes símbolos.