Nesse contexto, algumas casas de Cultos de Nação, por exemplo, servem azeite de dendê para Xangô Airá, sob a alegação de que o azeite doce pertencia aos antigos proprietários de escravizados, não era comum em África nem nas senzalas onde se prenderam nossos ancestrais em solo brasileiro.
5- Mas existem os orixás que não podem usar o azeite de dendê ( e nem seus filhos): Oxalá e toda a sua corte, por exemplo. No mito da criação mais famoso, Oxalá perde a primazia para criar o mundo ao deixar de fazer a oferenda a Exu.
Euó universais. São quizilas comuns a todos os terreiros de candomblé: não comer caranguejo, peixe-de-pele, cajá, jaca, berinjela, alguns tipos de marisco, raia-pintada.
Além de ser usado no preparo de pratos como o bobó de camarão, moqueca, acarajé, vatapá e farofas, o dendê pode ser útil na sua cozinha para fazer outras refeições, já que combina muito bem com peixes, frutos do mar, banana da terra, feijão.
E a deusa não rejeita a carne de cobra. Já entre os alimentos que são sua quizila, isto é, aqueles alimentos que não podem ser consumidos ou ofertados ao orixá por fazer algum mal ou cortar seu axé, estão a tangerina, a carambola e os pombos.
Por causa de outra lenda, em que Exu suja suas roupas brancas por três vezes com sal, azeite de dendê e carvão, estes elementos também se tornaram restrição aos filhos de Oxalá. Nenhuma comida de Oxalá leva sal ou dendê.
A história conta que Iemanjá, filha de Olokun, o soberano dos mares, recebeu uma poção do pai para que a ajudasse a fugir de possíveis perigos. Após um tempo, Iemanjá se casa com Olofin-Oduduá, com quem teve dez filhos, que posteriormente se tornaram orixás.
Seu dia da semana é o sábado. Segundo o ewo ou quizila (regras de conduta para os iniciados do candomblé que estabelecem o que eles não podem comer ou fazer), os filhos de Iemanjá não devem comer pimenta e sal, quiabo, abacaxi, mamão, uva vermelha e frutos do mar e nem usar a cor vermelha.
Há muito se suspeita que o azeite de dendê esteja envolvido no desenvolvimento de diabetes, doenças vasculares e câncer. Por um lado, isso se deve à alta proporção de ácidos graxos saturados.
Um filho de santo cabeça de Iansã como aquele ligado ao odu Ossá, um odu relacionado com o caminho de Iansã, não deve comer carne de carneiro (Genivaldo de Omolu)" (BASSI, 2012, p. 191).
Diz-se que Quizila é tudo aquilo que o nosso orixá rejeita, por qualquer motivo peculiar, que por vezes desconhecemos. Temos os nossos Orixás como Pai/Mãe de cabeça.
Mas, de onde vem o azeite de dendê? Ele é extraído da polpa do dendê, um pequeno fruto de cor alaranjada ou amarronzada, produzido por uma espécie de palmeira, chamada dendezeiro ou palmeira-de-dendê (Elaeis guineenses).
Dendê DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E ORIGEM: O dendezeiro (Elaeis guineensis), também conhecido como palmeira-de-dendé, coqueiro-de-dendê, dendê, palmeira-de-óleo-africana, aabora, aavora, palma-de-guiné, palma, dendém (em Angola) e palmeira-dendém, é uma palmeira originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné).
Como ainda argumenta, a quizila da abóbora (quizila de Iansã) é universal do ponto de vista da identidade do egbé (a comunidade), mas, do ponto de vista individual, fora do espaço do terreiro, a sua eficácia é relativa e nem todos os filhos de santo sofrem sequelas por consumi-la.
Sobre as características dos filhos de Ogum, Pai Pablo diz que algumas questões marcantes são a facilidade em se irritar, o gosto por festas e comemorações, a preferência por enfrentar novos desafios em vez de viver uma rotina preestabelecida. Outro aspecto ressaltado foi a ojeriza por injustiças.