🍫 Quem quiser comprar um simples Kinder Ovo hoje, deve desembolsar algo em torno de R$ 7,00. Mas, os mais experientes irão lembrar que, há cerca de 20 anos, era possível comprar um Kinder Ovo por R $0,50.
Houve um tempo em que um ovo com surpresa não era uma polêmica sexista - era apenas um ovo com surpresa. Desde sua chegada ao Brasil, em 1994, o Kinder Ovo (à época vendido a R$ 1,00, contra os R$ 3,99 de agora) conquistou pelo elemento do mistério e por uma série de personagens adoráveis.
Depois de anos com hiperinflação, planos econômicos fracassados e cortes de zeros no dinheiro, a chegada do Real, em julho de 1994, deu poder às moedas. Comprávamos lata de refrigerante, barra de chocolate grande e ainda sobrava troco quando pagava com a cédula ou a moeda de R$ 1.
Para se ter uma ideia, uma nota de R$ 100 reais hoje compra o mesmo que R$ 13,91 compravam em julho de 1994. A inflação acumulada nesses 28 anos (de julho de 1994 a julho de 2022) foi de 653%.
Isso acontece quando se imprime mais dinheiro para dar conta de pagar tudo o que é preciso ser pago ou comprado pelo governo. Lá no esquecido Orkut existe uma comunidade chamada “Kinder Ovo era 50 centavos”. Na descrição, o dono do grupo revelava o motivo da revolta: “Maldita inflação!”, esbravejou.
É um produto que sempre está nas prateleiras em qualquer época do ano. Por outro lado, o Kinder Ovo sofreu com preços de rasgar os bolsos. No início, o produto custava em torno de R$0,50 à R$1,00.
O primeiro Kinder Ovo foi lançado em 1989, na versão que estourou as vendas no Brasil, o Kinder Maxi, que continha uma surpresa gigante no seu interior.
O preço do Kinder Ovo 150 gramas apresentou o maior aumento. A marca é encontrada por R$ 30,34, em média, neste ano, enquanto que em 2010 o custo médio era de R$ 17,99 – variação de 68%. A segunda maior variação constatada pela reportagem é do Ovo Charge 375 gramas nº 20, com índice de 36%.
Trabalho manual, embalagem, transporte e possíveis perdas dos produtores estão entre os elementos que encarecem os ovos de páscoa na comparação com barras de chocolates.
Isso porque, de lá para cá, houve um acúmulo de inflação e a moeda se desvalorizou. Ou seja, para arcar com a compra de R$ 1 em 1994, você precisaria de R$ 8,08 do dinheiro de hoje.
Dessa forma, com R$ 10 em 1994 você conseguiria comprar dois quilos de carne, um quilo de feijão, um quilo de banana, um quilo de batata e um quilo de tomate. Atualmente, só um quilo de feijão consome quase esse mesmo valor.
Com R$ 5 dava para comprar no supermercado, em agosto de 1994: dois detergentes, um quilo de farinha de trigo, um pote de margarina Qualy, um pacote de pão de forma Plus Vita, um pacote de papel higiênico Neve com 4 unidades e um quilo de açúcar União.
Em 1994, após surgimento do Plano Real, uma unidade de pão francês custava, em média, 9 centavos. Preço do produto subiu até agora bem acima da inflação oficial.
Se fosse, teria ao menos mantido o mesmo poder de compra que tinha quando surgiu em julho de 1994, quando o arroz custava R$ 0,64 o quilo, o pão francês, R$ 0,09 a unidade, e o filé mignon, R$ 6,80 o quilo (veja outros valores da época aqui).
Em 1994, com R$1,00 era possível comprar um destes itens: 🐔1 kg de frango 🥔2,8 kg de batata 🥛1,5 L de leite 🥖700 g de pão Este é o efeito da inflação: o poder de compra é corroído, como um imposto invisível. Ficamos assim cada vez mais pobres.