Emilia Ferreiro estudou e trabalhou com Piaget, concentrando o foco nos mecanismos congênitos relacionados à leitura e a escrita, por isso tornou-se uma espécie de referencia para a alfabetização e seu nome passou a estar relacionado ao construtivismo, suas descobertas levaram a conclusão de que as crianças tem um ...
A segunda fase da alfabetização no Brasil foi por volta do início do século XX, quando a preocupação com os métodos e o ensino começou a aumentar. Nessa época, foi criado o termo “alfabetização”, que considerava o ensino simultâneo da leitura e da escrita.
Ferreiro e Teberosky definiram em quatro níveis de aprendizagem, são eles: pré-silábico; silábico; silábico alfabético; alfabético até o alcance no nível ortográfico. A partir de uma pesquisa desenvolvida no decorrer de dois anos e de um trabalho experimental com crianças entre quatro e seis anos de idade.
Para Freire (1983) a alfabetização é um ato criador, no qual o analfabeto apreende criticamente a necessidade de aprender a ler e a escrever, preparando-se para ser o agente desta aprendizagem. E consegue fazê-lo na medida em que a alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler.
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Qual autor fala sobre alfabetização?
Já Ana Teberosky é uma das pesquisadoras mais respeitadas quando falamos em alfabetização. O livro fala sobre como a criança cria hipóteses a respeito do sistema de escrita antes mesmo de aprender o sistema alfabético.
Freire alfabetizou centenas de operários usando apenas palavras que partiam da realidade deles, como tijolo. Por meio dela, sílabas e outros conjuntos de palavras eram formadas”, exemplifica Rocha.
Ferreiro (1999, p. 47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola é que não termina ao finalizar a escola primária”. Goodman (1980 Apud Ferreiro & Palácio, 1987, p. 86).
Embora a alfabetização comece na pré-escola, o desenvolvimento das habilidades iniciais de alfabetização começa antes disso. Podemos dizer que a alfabetização, então, começa antes mesmo da criança nascer, quando ainda está na barriga da sua mãe.
O termo letramento pode ser considerado bastante atual no campo da educação brasileira. Conforme Soares (2009, p. 33), esse termo parece ter sido usado pela primeira vez no país no ano de 1986 por Mary Kato, no livro “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística”.
Pré-silábico. Quando a criança está no nível pré-silábico, ela expressa conhecer a função da escrita, identificando-a como representação dos sons da fala, mas ainda não conhece suas convenções. ...
Conforme a teoria da psicogênese da escrita, elaborada por Ferreiro e Teberosky, os aprendizes passam por quatro períodos nos quais têm diferentes hipóteses ou explicações para como a escrita alfabética funciona: pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético.
O processo de alfabetização no Brasil tem como principal teórico Jean Piaget, que fala sobre as dificuldades que há em se entender o foco central do construtivismo. Sua obra sobre Epistemologia Genética, baseia-se na inteligência e desconstrução do conhecimento, seja individual ou coletivo.
Segundo Mortatti (2000) no século XIX, após a proclamação da república, os discursos passaram a ideia de escola como um lugar necessário e essencial para todos. Saber ler e escrever tornou instrumento privilegiado de aquisição de saber/esclarecimento e imperativo da modernização e desenvolvimento social.
Qual foi o primeiro método que influenciou a alfabetização brasileira?
As primeiras cartilhas brasileiras, produzidas no final do século XIX sobretudo por professores fluminenses e paulistas a partir de sua experiência didática, baseavam-se nos métodos de marcha sintética (de soletração, fônico e de silabação) e circularam em várias províncias/estados do país e por muitas décadas.
Alfabetização é compreendida assim como o processo de aquisição do código escrito, compreendendo nele as competências e as habilidades da leitura e da escrita. Ou seja: quando se fala em alfabetização, fala-se necessariamente em um processo que envolve uma mecânica de aquisição da linguagem escrita.
“Pela BNCC, espera-se que o aluno aprenda nesses dois anos iniciais com quantas e quais letras se escreve uma palavra”, afirmou. Atualmente, as crianças devem ser alfabetizadas até o terceiro ano do ensino fundamental.
Provavelmente, você que é mãe ou pai aprendeu a ler assim: primeiro as vogais, depois as consoantes. Juntavam-se as letras para formar as sílabas, e as sílabas para chegar à palavra. “B” com “o”, Bó; “l” com “a”, lá: fica “bo-la”.
Emília afirma que a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. Neste processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código linguístico e dominá-lo.
Conforme Marrou (1969), a alfabeti- zação ocorria por um processo lento e complexo. Iniciava-se pela aprendizagem das 24 letras do alfabeto grego e as crianças tinham que decorar os nomes das letras (alfa, beta, gama etc.), primeiro na ordem alfabética, depois em sentido inverso.
Emilia inverteu a lógica tradicional de educadores que se preocupavam com a aprendizagem apenas quando o aluno parecia não aprender, transferindo o foco da alfabetização para o sujeito que aprende. Suas conclusões inspiraram políticas públicas educacionais em diversos estados brasileiros, a partir dos anos 1980.
A Política Nacional de Alfabetização (PNA), no Brasil, não explicita um método de alfabetização, ainda que os pilares expostos se aproximem do método fônico. O Método Fônico ensina as crianças a manipular os sons das palavras e combiná-los com letras para desenvolver a habilidade de decodificação.
“Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)”, dizia Freire. A alfabetização é, para o educador, um modo de os desfavorecidos romperem o que chamou de “cultura do silêncio” e transformar a realidade, “como sujeitos da própria história”.
As 40 Horas de Angicos alfabetizou cerca de 300 adultos em 40 horas, utilizando-se de práticas educacionais orientadas por Paulo Freire, estando presente nas lembranças, nos silêncios e nos esquecimentos dos participantes, que denunciaram a extinção dos vestígios, como a destruição dos espaços que foram círculos de ...