A WTorre foi a responsável pelo investimento de R$ 630 milhões para a construção do Allianz Parque em troca da exploração do estádio por 30 anos, entre 2014 e 2044.
Quando o Palmeiras joga, a arena é repassada em comodato ao clube para comandar a operação, incluindo bilheterias, seguranças e afins. Nos outros dias, a construtora é quem opera e por consequência é responsável por toda a manutenção.
O Palmeiras concluiu neste sábado, 22, a negociação de Estêvão com o Chelsea, da Inglaterra. O acordo já havia sido costurado desde maio. A transação foi finalização nesta manhã, assim que o jovem jogador passou por exames médicos em São Paulo e assinou contrato.
O Palmeiras fez a cessão do terreno do seu estádio para a WTorre até 2044 e, em troca, ganhou a reforma completa do seu estádio e de parte do seu clube social sem custos. A partir de 2045, a cessão acaba e só o Palmeiras terá direito ao uso do local.
Além da dívida do clube para com a empresa, no valor de quase 40 milhões de reais, o valor da WTorre com o clube, conforme divulgado em balanço, seria de 121,5 milhões de reais. Descontando o saldo, o valor a ser pago seria de 83,1 milhões de reais, quase 40% menor do que vem sendo divulgado pelo Palmeiras.
Conhecendo os arredores do allianz Parque zona oeste de SP.
Quem é o dono do estádio do Palmeiras?
O Palmeiras é o único dono do Allianz Parque. No acordo para a modernização do Palestra Itália, antigo estádio, ficou firmado com a WTorre que a empresa poderia explorar a superfície da casa alviverde por 30 anos contados a partir da inauguração, ou seja, até 2044.
Contudo, o Palmeiras não é juridicamente dono do Allianz Parque. O estádio pertence e é administrado pela WTorre, com contrato até novembro de 2044, sendo a responsável pelas decisões sobre a Arena até este prazo. A empresa tem como principal fonte de arrecadação os shows que acontecem no estádio.
Um número que chama a atenção é definido no documento como “Rendas diversas” e aparece como se o clube tivesse que receber R$ 48,6 milhões somente com o Allianz Parque. A ESPN apurou que este valor faz parte da grande dívida de quase R$ 160 milhões que a WTorre, construtora do estádio, tem para com o Palmeiras.
A presidente Leila Pereira disse que o Verdão não recebe nada destas fatias desde 2015. A ação beirava os R$ 128 milhões, mas como o clube diz que continua não recebendo, atualizou o valor para R$ 136 milhões. A WTorre admite o débito, mas contesta o valor.
O Palmeiras detém 70% dos direitos econômicos de Estêvão, que tem direito a 30% do negócio com o Chelsea. Portanto, dos R$ 350 milhões, o Alviverde ficará com R$ 245. O atleta embolsará em torno de R$ 105 milhões.
A operação total foi fechada em 61,5 milhões de euros (R$ 359 milhões), acima do valor da multa rescisória, que era de 45 milhões de euros (R$ 262 milhões), acertada quando o jogador assinou o primeiro contrato profissional, em abril de 2023.
Ao contrário do Corinthians, o Palmeiras considerou os gastos com as dívidas de seu estádio em seu balanço anual, que conta com débito de R$ 942,6 milhões.
Palmeiras: R$ 191 milhões (recebeu R$ 163 milhões em 2023); *Corinthians: R$ 173 milhões (recebeu R$ 187 milhões em 2023); São Paulo: R$ 150 milhões (recebeu R$ 112 milhões em 2023); Grêmio: R$ 145 milhões (recebeu R$ 170 milhões em 2023);
Qual o valor da dívida do Palmeiras com a Crefisa?
A dívida do Palmeiras com a Crefisa baixou da casa de R$ 10 milhões no início do segundo semestre. De acordo com o balancete de julho, o clube precisa pagar R$ 9,3 milhões para a patrocinadora, que tem contrato até dezembro.
Verdão alega que a construtora não tem feito pagamentos referentes a receitas da arena desde 2015 e briga para receber. Empresa não concorda com número citado pelo clube. O Palmeiras atualizou para R$ 160 milhões o valor que cobra na Justiça da Real Arenas, braço da WTorre responsável pela gestão do Allianz Parque.
O acordo inicial tem os mesmos números do acerto da Allianz com o Palmeiras (R$ 300 milhões em 20 anos), mas o Corinthians assinou seu vínculo em 2020, sete anos depois do acordo pela arena palmeirense.
A Enforce, gestora de créditos inadimplentes do grupo BTG, comprou a dívida da construtora WTorre relativa à construção do Allianz Parque, estádio do Palmeiras. As informações são do jornal O Globo e do portal UOL. A dívida da WTorre, contraída com o Banco do Brasil, relacionada à arena seria de R$ 650 milhões.
Como mostrou a reportagem em fevereiro, a cobrança feita pelo Verdão, que vem desde 2017 na Justiça e originalmente era de R$ 128 milhões, cresceu para R$ 160 milhões.
Esse valor, no entanto, pode variar de acordo com a quantidade de eventos no Allianz Parque. O Palmeiras cobra R$ 160 milhões da WTorre na Justiça, mas, no seu balanço de 2023, aponta que tem R$ 121 milhões a receber da construtora. O clube também admite que deve cerca de R$ 40 milhões para a empresa.