Além disso, pessoas com esquizofrenia têm mais chances de apresentar os chamados distúrbios do sono quando comparadas à população geral. Estudos mostram que o sono parece ter um grande impacto nos sintomas da esquizofrenia. Pessoas com mais problemas de sono tendem a ter uma piora nos sintomas.
Além dos fatores externos comuns, como estresse, cafeína ou ambientais, pessoas com esquizofrenia desenvolvem insônia devido a receptores de dopamina hiperativos no cérebro.
Os sintomas podem ser desencadeados ou agravados por eventos estressantes da vida, como perda de um emprego ou término de uma relação amorosa. O uso de drogas, incluindo o uso de maconha, também pode desencadear ou piorar os sintomas.
Como lembra Morrison, a partir do segundo dia também pode haver uma piora geral da memória. Três dias sem dormir provocaram alucinações em alguns casos. O recorde (documentado cientificamente) é de Randy Gardner, que passou 264 horas (11 dias) sem dormir e sem ajuda de estimulantes.
De acordo com o especialista, a falta crônica de descanso favorece ainda a fadiga, o envelhecimento precoce, queda na imunidade e sonolência durante o dia, além do aumento no risco de desenvolver doenças crônicas como transtornos psiquiátricos e cardiovasculares.
O que acontece com o cérebro quando a pessoa não dorme?
Dificuldades de memória - o pensamento fica mais lento e há alguma dificuldade em processar informação. A tomada de decisões, análise e resolução de problemas fica comprometida. Irritabilidade - a relação com as outras pessoas altera-se e os conflitos acontecem mais facilmente e há um sentimento constante de mau humor.
De acordo com o professor, um dos principais tratamentos para a esquizofrenia é o uso de medicamentos antipsicóticos. Até a criação do primeiro medicamento do gênero, em 1952, as pessoas que sofriam do transtorno eram totalmente excluídas da sociedade, vivendo e sendo tratadas em manicômios.
Os sintomas negativos de esquizofrenia incluem principalmente a falta de interesse em realizar as atividades que eram desempenhadas sem maiores problemas. Estes sintomas podem ser difíceis de detectar, especialmente pessoas com quadro anterior de depressão, pois estes são sinais que já estavam estabelecidos.
A pessoa com essa doença, quando está em crise, normalmente apresenta outros riscos (auto agressão, suicidio, incapacidade de cuidar-se), e quando torna-se violenta, mais frequentemente é contra si e contra objetos.
Além dos sintomas que afetam o comportamento e a capacidade para o trabalho, a esquizofrenia também é caracterizada por achados compatíveis com um processo de envelhecimento acelerado. Estima-se que a expectativa de vida nesta população seja de cerca de 20 anos a menos que a da população em geral.
“Durante um surto psicótico o paciente pode apresentar alucinações, delírios, ansiedade, agressividade, pensamento ou comportamento desorganizado e, geralmente, a pessoa apresenta um discurso confuso, incoerente, narrando uma história que não existe, alterando pensamento e comportamento”, esclarece.
Criticar, recriminar, repreender ou debochar do parente esquizofrênico pode desencadear um estado de estresse. Super proteger e tomar à frente de todas as atividades e tarefas podam a autonomia e capacidade do doente, que acaba desistindo de ter iniciativa.
A esquizofrenia está associada à disfunção social e profissional e por isso a possibilidade de um paciente viver sozinho, de forma independente, se torna remota.
Após surto a pessoa lembrará apenas parcialmente de alguns fatos acontecidos antes do surto. Mas as lembranças podem estar contaminadas por ideias delirantes ou distorcidas. Quanto mais grave o surto, pior a capacidade de se lembrar de fatos, pois maior será a perda neuronal.
O estudo mostra que a felicidade entre aqueles com formas crônicas da esquizofrenia está associada a atributos psicológicos e sociais positivos, tais como a resiliência, otimismo e menor estresse.
O olhar “vazio” é comum nas pessoas esquizofrênicas, também conhecido como o olhar 'que vê, mas não enxerga'. O indivíduo encara diretamente a pessoa à sua frente, mas é como se olhasse através dela e ignorasse sua presença.
Sem tratamento, o surto pode durar semanas e até vários meses. Após saírem do surto, os pacientes podem apresentar sintomas residuais, que normalmente são os sintomas negativos: isolamento social, menor interação afetiva, retraimento e falta de vontade para atividades diversas.
Os resultados mostraram diferenças na entonação de voz entre indivíduos com e sem esquizofrenia. Ana Cristina explica que as pessoas com esquizofrenia apresentaram pouca variação de simetria e dispersão na entonação da fala, ou seja, elas expressavam suas emoções pela voz de forma menos acentuada.
“Várias patologias podem levar ao surgimento de sintomas psicóticos, como fala sem sentido e desconexão com a realidade”, afirma a psiquiatra Luciana Staut. A esquizofrenia pode ser confundida, por exemplo, com o transtorno bipolar, o autismo e até com a depressão.
O que leva uma pessoa a desenvolver esquizofrenia?
Até hoje, não foi descoberta a causa da esquizofrenia, mas a combinação de alguns fatores genéticos, cerebrais e do ambiente podem desencadear a doença. Fatores hereditários - parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm mais chances de desenvolver a doença do que as pessoas em geral.
As consequências da privação de sono não se restringem aos sintomas supracitados. Estudos experimentais e estudos clínicos demonstraram que a perturbação do sono prolongada leva a intolerância a glicose, resistência à insulina, aumentando a suscetibilidade a diabetes mellitus tipo 2.
A insônia fatal é uma doença causada por príons rara, que interfere no sono e leva à deterioração da função mental e perda de coordenação. A morte ocorre em alguns meses ou até alguns anos.
É verdade que o cérebro come a si mesmo por falta de dormir?
Se você não gosta de perder tempo dormindo, um alerta: privação de sono pode contribuir para a autodestruição do cérebro. Ao menos é o que sugere um experimento com camundongos feito na Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, e na Universidade Politécnica de Marche, Itália.