Dentre esses homens, ressalta a figura de Escobar: Era um rapaz esbelto, olhos claros, um pouco fugitivos, como as mãos, como os pés, como a fala, como tudo. Quem não estivesse acostumado com ele podia acaso sentir-se mal, não sabendo por onde lhe pegasse […].
O garoto segue para o seminário, mas, antes de partir, sela, com um beijo em Capitu, a promessa de que se casaria com ela. No seminário, Bentinho conhece Ezequiel de Souza Escobar, que se torna seu melhor amigo. Em uma visita a sua família, Bentinho leva Escobar e Capitu o conhece.
Bentinho é um homem de cinquenta e quatro anos com “hábitos cala- dos e reclusos”, que rememora sua história de amor e ciúmes com Capitolina Pádua, conhecida como Capitu. No início da trama explica porque é conhecido como Dom Casmurro, nome que intitula o livro.
De qualquer modo, foram separados pelo seminário, Bentinho tornou-se amigo de Escobar, outro seminarista sem vocação. Posteriormente, com a ajuda do mesmo José Dias e de Escobar, Bentinho conseguiu fazer a mãe desistir da promessa de torná-lo padre. Foi para São Paulo e formou-se em direito.
Bento torna-se um homem duro de hábitos difíceis. Nem mesmo a notícia da morte do filho o demove de seus hábitos. Em sua visão dos fatos, a traição de sua esposa com seu melhor amigo age sobre ele, transformando-o de um gentil e ingênuo Bentinho no duro, cruel e cínico Dom Casmurro.
Um dos motivos mais fortes que levaram Bentinho a se afastar de Capitu foi o fato de ele achar que seu filho, Ezequiel, fosse, na verdade, filho de seu amigo, Escobar, em virtude de uma semelhança na aparência e nos modos de agir.
Bentinho apresenta-se na infância, principalmente na adolescência como uma pessoa introvertida, a relação dele com o objeto desejado é mantida dentro de limites bem medidos, toda manifestação emocional exuberante lhe desagrada, provocando assim, reações de repulsa.
O ciumento Bento Santiago, o Bentinho e mais tarde Casmurro, seu esposo, conjecturava o caráter dela. Em suas palavras: “criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, meio desbotado.
O narrador é o próprio Bentinho, já transmudado na velhice como o Dom Casmurro, alcunha que marcou uma personalidade amarga, triste, abatida, deprimida. Bentinho terminou a vida massacrado pelo fantasma da traição da esposa, cuja descoberta (imaginária) lhe tirou o contentamento de viver. É um drama de realismo ferino.
Mas, Caldwell nos lembra, apesar de encontrar a morte pelas mãos de seu amado, Desdêmona era inocente. O lenço achado por Otelo entre as coisas de Cássio é a prova cabal da infidelidade da esposa; em Dom Casmurro o lenço é a semelhança física entre Ezequiel e Escobar, filho e pai.
Escobar foi colega de seminário e amigo íntimo de Bentinho, e sua morte causa uma reviravolta na vida do protagonista. Quando somos apresentados ao personagem, notamos um ar misterioso. Também sem vocação para o sacerdócio, sai do seminário e, com a ajuda financeira de Dona Glória, abre seu próprio negócio.
Bentinho fica furioso com José Dias, que o denunciara, e expõe a situação a Capitu. A menina ouve tudo com atenção e começa a arquitetar uma maneira de Bentinho escapar do seminário, mas todos os seus planos fracassam. VIII.
Cleia Drose – “Capitu não traiu Bentinho. Ele devia ter a autoestima baixa e sentia ciúmes dela. Em meu entender, ela o amava e não o traiu.” Leonardo Andrade – “Na minha opinião, não há outra resposta plausível que não seja talvez.
Rapazola, Bento Santiago, o Bentinho, ganhou de um conhecido no trem da central o apelido de Dom Casmurro, por ser homem calado, metido consigo mesmo e possuir “fumos de fidalgo”.
Como era o comportamento de Bentinho em Dom Casmurro?
Bentinho desde menino mostrava-se inseguro e influenciável, isso é perceptível durante toda a narrativa. A primeira mais importante demonstração dessa insegurança ocorre quando no capítulo III, Bentinho escuta José Dias falar à D.
A dúvida sobre a suposta traição de Capitu é proposital, convidando o leitor a refletir sobre a natureza da paranoia de Bentinho e a incerteza das relações humanas; é portanto um mistério que permanece intencionalmente sem solução.
Os olhos de Capitu, confessa Bento, que “traziam não sei que fluido misterioso e energético, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia nos dias de ressaca” (ASSIS, 2008,p. 51).