A infância não idealizada é um dos aspectos que apontam para o realismo na obra de Machado: longe de toda pureza, Brás Cubas era apelidado “menino-diabo” e suas maldades eram acobertadas por seu pai. Quando rapaz, apaixonou-se por Marcela, moça de muitos rapazes e de muitos interesses financeiros.
Na Universidade de Coimbra, é um estudante medíocre. Em vez de estudar, ele se entrega à superficialidade e às aventuras. Porém, forma-se, pois o “grau de Bacharel” lhe é dado, como afirma. Na prática, o narrador sugere que, como se diz atualmente, ele “comprou o diploma”.
Descreve-se a vida adulta de Cubas, suas diversas tentativas de trabalho e de invenção (tal qual o emplasto). Por fim, o narrador descreve sua vida como um conjunto de negativas que acabam com um único saldo positivo: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
Marcela era prostituta, “conquistada” por presentes, sendo o seu amor naturalmente proporcional ao preço dos presentes que recebia. Relembra Brás Cubas: “Foi-me preciso coligir dinheiro, multiplicá-lo, inventá-lo”.
Quais as características do personagem Brás Cubas?
Nasceu legítimo representante da fina flor da elite brasileira do século XIX. Relativamente culto, elegante e refinado era partícipe do que havia de mais sofisticado na sociedade oitocentista. Na sua outra face, ele é sovina, preconceituoso e egoísta.
A infância não idealizada é um dos aspectos que apontam para o realismo na obra de Machado: longe de toda pureza, Brás Cubas era apelidado “menino-diabo” e suas maldades eram acobertadas por seu pai. Quando rapaz, apaixonou-se por Marcela, moça de muitos rapazes e de muitos interesses financeiros.
Brás Cubas (Porto, dezembro de 1507 — Porto, 10 de março de 1592) foi um fidalgo e explorador português. Fundador da vila de Santos (hoje cidade), governou por duas vezes a Capitania de São Vicente (1545-1549 e 1555-1556). É considerado por alguns historiadores como fundador de Mogi das Cruzes, em 1560.
VIRGÍLIA – grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional.
"Por que bonita, se coxa? Por que coxa, se bonita?", frase citada por Brás Cubas ao conhecer Eugênia, sua pretendente à casamento, demonstra a insatisfação perante à sua deficiência física no livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis.
“se bela por que coxa, se coxa por que bela?” Como disse o Prof. Rafael, ele não usa a “mentira estabelecida” ao falar o que realmente pensa. Brás Cubas nos coloca diante do vortex da vida. Da questão primordial do sentido da vida, de por que somos movidos, de como justificamos nossa existência.
Brás voltou a viver sozinho, escrevia versos algumas vezes e era por isso que recebia a visita de Luis Dutra. Foi por intermédio desse que recebeu a notícia da chegada de Virgília e seu marido. Talvez o momento em que os dois noivaram não era adequado, mas nesse momento era o tempo e assim os dois iniciaram um romance.
Logo no segundo capítulo do romance, Brás Cubas conta que teve uma grande ideia: criar um medicamento capaz de “aliviar a nossa melancolia humana”. A partir dessa iluminação, o narrador passa a sonhar com a glória que receberia pela criação de tão milagroso remédio.
Marcela é prostituta de luxo, mas na obra não há, em nenhum momento, a caracterização nesses termos. Machado utiliza a ironia e o eufemismo para que o leitor capte o significado. Brás Cubas não diz, por exemplo, que Marcela só estava interessada nos caros presentes que ele lhe dava.
Na verdade, o “Emplasto Brás Cubas” era uma panacéia, destinada a aliviar nossa melancólica humanidade, e, caso fosse eficiente, iria contra o doente hipocondríaco que o usasse (ASSIS, 1962 A, 513- 516). Enfim, era apenas um engenhoso artifício, que visava a sede de nomeada do protagonista.
Qual é o significado da frase de Brás Cubas "Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria"?
"Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria" é uma frase que nos revela a universalidade da miséria humana, tanto que o narrador troca o "eu" pelo "nós" e, assim, podemos verificar que Brás Cubas se revela como síntese de muitas, ou talvez, de todas as pessoas, com seus fracassos não ...
Qual a principal crítica feita em Memórias Póstumas de Brás Cubas?
O escritor critica por meio da ironia e da volubilidade do comportamento do narrador o princípio da modernização conservadora e a continuação dos pressupostos e características coloniais na sociedade novecentista brasileira.
Eugênia é a jovem bonita e pobre cujo destino melhor exemplifica tal oposição. É filha de Dona Eusébia, personagem do episódio em que Brás, menino, denuncia o beijo que ela recebe de Vilaça, homem casado de 47 anos, oculto numa moita.
Brás Cubas, narrador-personagem do romance, possui quatro amores em sua vida: Marcela, Virgília, Eugênia e Nhã-Loló. Existem também quatro tipos de amor, segundo Stendhal: o amor-físico, o amor-paixão, o amor-vaidade e o amor-gosto.
No primeiro, o narrador apresenta-se como um defunto autor, habitando outro mundo. Ele conta sua vida a partir da sua morte, a ideia fixa de criar um emplasto para aliviar a dor humana, fazer fortuna, mas, principalmente, ver o seu nome impresso.
Filho de João Cubas e de Isabel Nunes, nasceu na cidade do Porto, por volta de 1507. Fidalgo da Casa Real, chegou ao litoral paulista em 1532 junto com Martim Afonso de Sousa para a colonização.
Brás, bispo de Sebaste e mártir. Sobre a vida de São Brás - protetor da garganta e dos otorrinolaringologistas, dos pecuaristas e das atividades agrícolas -dispomos de poucas notícias: a única coisa certa era a sua fé em Cristo, que manteve até à morte por decapitação, após cruéis torturas indescritíveis.
Como é descrito o relacionamento de Brás Cubas com Eugênia?
Brás despreza Eugênia muito mais pela origem da moça, por sua “inferioridade” do que pelo fato de ser coxa. Diante de tanto cinismo, desfaçatez e preconceito de classe, vemos que, para o jovem abastado, na sociedade escravista, tudo é permitido.