A Psicanálise Lacaniana, assim como outras psicanálises, baseia o seu atendimento na associação livre, onde o analisante pode dizer tudo que lhe vier em mente, sem censura. Além do conteúdo trazido como relato, também são explorados os sonhos, devaneios, fantasias, lapsos de linguagem, entre outros.
O psicanalista lacaniano inicia o processo com um conjunto de entrevistas com o objetivo de avaliar se a pessoa tem, de fato, um problema que pode ser tratado pela psicanálise. Segundo a psicanalista Claudia Riolfi, diretora do Instituto da Psicanálise Lacaniana (Ipla), não há uma frequência padrão para as sessões.
No entanto, diferentemente de Freud, que pensava o inconsciente como "intrapsíquico", isto é, como parte tópica do aparelho psíquico, Lacan pensava o inconsciente como um discurso, não estando ele dentro ou fora de alguém, e sim como efeito do significante.
Recuperando a noção forte de experiência, como percurso dialético e transformativo pelo qual um sujeito se encontra e produz suas próprias condições de existência, a psicanálise se coloca simultaneamente como um empreendimento de descoberta e invenção.
Quais são os dois pilares que, segundo Lacan, são?
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.
Fiquei só… e agora?, com Ana Suy, psicóloga e psicanalista #aovivo
O que Lacan defende?
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
Para Lacan, o sujeito é constituído a partir de sua inserção no universo humano, o que supõe sua passagem pela porta da linguagem, universo do simbólico. Uma vez que a linguagem é o que há de mais coletivo, o sujeito, efeito do significante é, por sua vez, sempre coletivo.
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
Em 1953, Lacan introduz as paixões do ser – amor, ódio e ignorância – para retomar a transferência a partir de sua trilogia, Real, Simbólico e Imaginário. Nesse sentido, o amor está no entrecruzamento entre o Imaginário e o Simbólico, o ódio entre o Imaginário e o Real e a ignorância entre o Simbólico e o Real.
Cada teórico traz uma visão de uma religião diferente; Freud trabalha o judaísmo; Jung o protestantismo; e Lacan sobre a religião católica. Julien traz a visão de Freud sobre a religião, onde o mesmo trata a religião como uma ilusão e que se faz necessária para o ser humano ante o desamparo.
Permitia-se encerrar uma sessão em três minutos, sob a justificativa de que é o tempo lógico para o inconsciente se pronunciar. Em 1964, Lacan fundou a Escola Freudiana de Paris, que seria dissolvida em 1980, um ano antes da sua morte, em 9 de setembro de 1981.
Uma psicanálise lacaniana é acima de tudo um processo de escuta do possível analisante, que se inicia através de entrevistas preliminares onde o paciente é convidado a falar e portanto se escutar sobre sua vida, sua história, sobre o que o faz sofrer.
A expulsão de Lacan da IPA foi causada por ele não obedecer às normas daquela instituição e ter muitos alunos, analisandos e supervisionados ao mesmo tempo, bem como por conta das “sessões curtas” de cinco minutos que Lacan insistia em manter — algumas sessões de Lacan foram de apenas um minuto.
Qual a diferença entre psicanálise lacaniana e freudiana?
Em Freud o desejo, de algum modo, mobiliza o sujeito para um objeto, enquanto que em Lacan, o objeto acena para o sujeito como causa do desejo e este, enquanto sujeito de alguma falta, é impulsionado. Como já foi abordado em outros episódios, outra diferença entre Freud e Lacan é a questão da angústia.
Ser lacaniano é sempre estar envolvido, em definitivo, em um problema de articulação, para dizê-lo simplesmente: entre a libido e o simbólico. Os lacanianos, são eles que ficam perturbados com isso. Isso não perturbou Freud.
O termo inconsciente se referia a algo que estava fora da consciência e não a um sistema psíquico autônomo e com leis próprias, sendo empregado de forma puramente adjetiva para designar aquilo que não era consciente.
Não há relação sexual, A Mulher não existe, O inconsciente está estruturado como uma linguagem, A psicoterapia conduz ao pior, são algumas das afirmações canônicas, embora bombásticas, tantas vezes repetidas como chavões & mantras institucionalizados, fora de contexto & sem nenhuma precisão.
A reflexão de Jacques Lacan provém da psicogênese da loucura. A loucura não é sem razão: “Não é louco quem quer”. Para elaborar essa clínica da psicose, Jacques Lacan se apoia sobre a lição dada para Sigmund Freud na qual “o que é foracluído do simbólico retorna no real”.
A sessão de análise, em seu terreno intersubjetivo, estabelece uma comunicação relacional na qual o inconsciente do analista é requisitado pelo inconsciente do analisando. Ela é, portanto, uma criação colaborativa, embora assimétrica na colaboração.
Modo de Usar: No cabelo seco ou úmido, aplicar o TRATAMENTO RECONSTRUTOR INDISPENSABLE LACAN em toda a extensão dos fios. Pode ser usado também antes de procedimentos térmicos (escova/prancha/chapinha) e finalizar como de costume. Não é necessário enxaguar.
Lacan traduz, então, Rede para o campo psicanalítico: "A fala plena é a que visa, que forma a verdade tal como ela se estabelece no reconhecimento de um pelo outro. A fala plena é fala que faz ato." (1953-1954/1975, p. 125/6). Ou seja, a fala plena estabelece o reconhecimento dialético do sujeito pelo analista.
Lacan começa a ganhar reconhecimento em 1950, quando era uma espécie de crítico da psicanálise de sua época e considerado reinventor da psicanálise por alguns autores. O Lacanismo é peça vital na biografia de Jacques Lacan, salvando sua identidade profissional à posteridade.