Como eram as condições de trabalho dos seringueiros?
Além da rotina pesada de trabalho, praticamente sem folgas, os soldados da borracha sobreviviam em casebres precários, surpreendidos por febres, náuseas e fadigas típicos da malária.
Os seringueiros e suas mulheres caçam, pescam e plantam milho e mandioca para fazer farinha. Também coletam borracha e castanha. As crianças nadam, pescam e carregam uma as outras brincando de serem sacos de castanhas. As famílias moram no meio da floresta, longe umas das outras.
Os soldados da borracha já chegavam aos seringais devendo aos donos da terra. Desde o transporte até o alimento era cobrado. O “sistema de aviamento” mantinha o trabalhador preso por meio de uma dívida interminável, que crescia dia após dia. Tudo que se recebia no seringal era cobrado.
Quais eram as condições de trabalho às quais os seringueiros eram submetidos?
As condições de moradia eram muito precárias, cada trabalhador “arrumava-se” numa palhoça, na qual muitas vezes também fazia o processo de defumação da borracha. O dia começava muito cedo e o trabalhador percorria sua estrada. Uma estrada é o conjunto de 100 a 150 seringueiras a ser entalhada por dia.
Os trabalhadores empregados na extração do látex migravam principalmente da região Nordeste, fugindo da seca e buscando melhores condições de vida no Norte. Essa mão de obra não era qualificada, e se exigia força física para extrair o látex da árvore. Além disso, as condições de trabalho não eram das melhores.
A vida no seringal era dura para a família do patrão, bem como para todos os fregueses. Claro que a extração do produto, ou seja, a produção propriamente dita, ficava por conta dos seringueiros; o patrão era o proprietário das terras, dos meios de produção e monopolizava o comércio em sua propriedade.
Esses soldados trabalharam na extração do látex, fornecendo matéria-prima para a produção de borracha, que era imprescindível para o êxito das tropas, sejam para pneus dos carros, mangueiras automotivas, calçados, botes infláveis, material isolante, entre uma série de outras utilidades da borracha.
O seringueiro recebia uma quantidade de alimentos que durava em torno de 30 dias. ¿O regatão ou o patrão trazia o básico, que era arroz, feijão, jabá, pirarucu (peixe da Amazônia que se assemelha ao bacalhau) e conserva, que muitas vezes chegava estragada, entre outras coisas¿, conta Carlito.
Estes seringueiros viviam num regime de trabalho exaustivo, sem garantias de direitos trabalhistas e num ciclo de dependência dos patrões, visto que o seu trabalho, segundo as regras circundante nos seringais, eram pagos, muitas das vezes, com mercadorias que poderiam ser compradas de modo “fiado” nos barracões.
Quais eram as condições de trabalho dos seringueiros na época em que Chico Mendes era vivo?
A exploração dos seringueiros e a vida na pobreza geraram, em Chico Mendes, a necessidade de buscar meios para melhorar o trabalho nos seringais. A extração da borracha era pautada por relações desiguais que geravam miséria.
O indivíduo estava ligado à terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda.
Dentro das matas o seringueiro, realizava a principal tarefa no período de XIX para XX, sendo que o corte da seringueira para a coleta da goma era algo que exigia tempo e esforços.
Os primeiros seringueiros e posseiros de seringais haviam chegado ao rio Tejo na década de 1890, em florestas contestadas entre Peru e Bolívia, habitadas até então pelas populações nativas de língua Pano, sobre cuja organização social e modo de vida na época pouco se sabe hoje em dia.
Eles são, em sua maioria, “apaixonados” por festas, por danças de forró. São bons dançarinos de ritmos originários do Nordeste. A festa de forró é uma tradição que remonta aos primeiros tempos de ocupação do Acre pelos nordestinos.
Nos domínios da Amazônia em MT, os seringueiros vivem, particularmente, na RESEX Guariba Roosevelt, que é a única reserva extrativista do Estado. Eles são também conhecidos na região como beiradeiros, pois vivem às margens do rio Guariba e do rio Roosevelt, no município de Colniza, extremo noroeste do Estado.
O culto a São Geraldo surge a partir da morte de um seringueiro em estado de abandono em sua colocação. Seu processo de santificação se dá através de uma petição na qual seu amigo pede sua autorização para retirada de folhas da árvore que brotara sobre seu túmulo, recebendo a cura, passa a ser cultuado como santo.
Os seringueiros estavam sempre em dívida com os patrões e eram obrigados a trabalhar cada vez mais para atender as cotas de produção de pélas de látex. A esposa e os filhos acabavam envolvidos nesse processo e eram obrigados a trabalhar em conjunto na produção da matéria-prima.
É aquele que extrai o látex das seringueiras e viabiliza sua transformação em borracha natural. A experiência e a competência profissionais são fundamentais na extração, que começa com a retirada de uma pequena porção da casca da árvore, logo acima da linha de corte.
Qual a principal atividade econômica dos seringueiros?
A extração do látex nos seringais ficou marcada por ser um trabalho pesado e difícil, e a produção da borracha trouxe grande prosperidade para a região amazônica, embora isso ficasse concentrado nas grandes cidades, em especial Manaus e Belém.
Os primeiros seringueiros, trabalhadores que retiraram o látex da seringueira como fonte de renda, chegaram à Amazônia na década de 1870. A vida do seringueiro é dormir cedo e acordar cedo.
Já o “empate” é um método de luta pacífica criado por seringueiros acreanos entre 1970 e 1990 para impedir que latifundiários desmatassem áreas de floresta.
Os seringueiros iniciam a extração cedo porque, em temperaturas mais frias, o látex está menos líquido, o que ajuda a evitar desperdícios. O seu estilo de vida é um aliado importante da natureza. Ele valoriza e respeita as matas, auxiliando na sua proteção e integrando-se a ela em equilíbrio.
Por que os seringueiros sempre ficavam devendo ao seringalista?
O valor do produto extraído era estabelecido pelo patrão, e os seringueiros raramente tinham saldo positivo. Dessa forma, ficavam presos financeiramente aos seringalistas, sendo obrigados a vender toda a produção para aquele que financiava sua permanência na floresta.
Quais dificuldades os soldados da borracha enfrentaram?
Mas os principais problemas foram às doenças como a Malária, os trabalhadores viviam em condições muito complicadas como explica Pedro Martinello: “os soldados da borracha encontravam-se em péssima situação, pois haviam recebido somente uma rede para dormir, e como a transmissão da maioria das doenças desta região se ...
São os chamados “soldados da borracha”, enviados para trabalhar como seringueiros na floresta e ajudar na produção da borracha necessária no esforço de guerra.