A boa vontade pode ser praticada com algumas inclinações e tornará o que é bom, em algo que seja má. Por isso, Kant trata de com o dever no agir moralmente do ser humano e faz a distinção entre o agir de acordo com o dever ou pelo dever. Com esses conceitos entramos na questão da moralidade.
Uma boa vontade, diz Kant, deixa, muitas vezes, de alcançar os bons fins que almeja. Mas sua bondade própria não é diminuída por esse fracasso, ou mesmo pelos maus resultados que possam se originar dele (contrários às suas volições).
Como diz Kant: “A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão somente pelo querer” (KANT, 1980, p.
Com efeito, segundo o próprio filósofo, “a vontade é uma espécie de causalidade dos seres vivos, enquanto racionais, e liberdade seria a propriedade desta causalidade, pela qual ela pode ser eficiente, independentemente de causas estranhas que a determinem” (KANT, 1974, p. 243).
De acordo com o Dicionário Houaiss, a palavra vontade significa “uma aspiração humana diante de algo que corresponda ao esperado; capacidade individual de escolher aquilo que bem entende; faculdade de fazer ou não fazer determinadas ações.”.
Alguns décadas depois, o filósofo iluminista Immanuel Kant (1724/1804), na obra “Crítica da razão prática” definiu a felicidade como “a condição do ser racional no mundo, para quem, ao longo da vida, tudo acontece de acordo com o seu desejo e vontade”.
Kant fundou uma nova teoria do conhecimento, chamada idealismo transcendental, e a sua filosofia, como um todo, fundou o criticismo, corrente crítica do saber filosófico que visava, como queria Kant, a delimitar os limites do conhecimento humano.
A concepção de justo, na teoria de Kant, vincula-se à liberdade. Tem-se por justa a ação, quando a mesma não ofende a liberdade do outro, segundo as leis universais. Considera injusta a ação que viola a liberdade de uma pessoa.
No campo da filosofia política Kant apresenta a ideia de Paz Perpétua, como sendo o resultado da história e garantida através da cooperação internacional. Kant defende a existência de Estados organizados pela lei e com a existência de governos republicanos.
Para Kant (2007), a ação deve partir de uma vontade livre, autônoma, independente de fatores externos, essa vontade é boa em si. A procura do princípio supremo da moralidade é o primeiro passo na Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Kant (2007) busca uma moral que possa se tornar universal.
Para Kant (2005), a vontade está ligada à razão pura e pode ser prática, ou seja, que existe uma razão livre de elementos empíricos que é capaz de desenvolver a nossa vontade.
“A história da natureza começa, portanto, com o bem, pois é obra de Deus. A história da liberdade começa com o mal, pois é obra do ser humano” (KANT, 2012, p. 54). Neste sentido, o ser humano se torna uma espécie moral.
Kant, fundador da teoria do conhecimento, propõe uma saída para a filosofia transcendental, a partir da relação sujeito-objeto, unindo o racionalismo e o empirismo, de modo que as coisas fossem apresentadas como elementos sensíveis, devendo haver uma interação entre sensibilidade e entendimento; pois, no contato com o ...
A ética kantiana é a ética do dever, autocoerção da razão, que concilia dever e liberdade. O pensamento do dever derruba a arrogância e o amor próprio, e é tido como princípio supremo de toda a moralidade. KANT, Immanuel.
Chegamos, portanto, a uma síntese que Kant faz entre racionalismo e empirismo. Sem o conteúdo da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós (empirismo).
Qual é a relação entre o dever e a felicidade em Kant?
5 Na “Doutrina da virtude” Kant apresenta a felicidade dos outros como um fim da ação moral, que é ao mesmo tempo um dever. Essa finalidade dá origem aos deveres com relação aos outros, entre os quais se incluem os deveres de beneficência, de gratidão e simpatia.
Felicidade é a satisfação baseada nas necessidades do dia a dia. Daí porque o seu conceito varia de pessoa para a pessoa, dependendo do contexto em que se vive, dos objetivos visados, já alcançados e aqueles por alcançar. A busca da felicidade é um direito natural. Independe de sua inserção no ordenamento jurídico.
Ser feliz é valorizar o que se tem e não desistir de buscar o que não se tem. Ser feliz é não trocar a felicidade por momentos de alegria e enxergar o futuro ao invés de somente o presente. Ser feliz é valorizar a si mesmo e saber que exigir muito de si mesmo só nos torna infelizes.