Além de ser ogã, noção a ser explorada mais a diante, do terreiro de sua mãe biológica, Júnior é um abiaxé. Um abiaxé é aquele que recebeu ainda na barriga da mãe os sacrifícios de uma iniciação ou obrigação. Por conta disso, o abiaxé não precisa se iniciar no candomblé; ele já nasce feito.
“Quem já nasce feito no santo” é uma expressão que faz referência àqueles que, desde o nascimento, apresentam características e comportamentos que indicam uma conexão especial com o mundo espiritual.
O abiã é o termo que representa a pessoa que recentemente entrou para a religião do candomblé (novato), também chamado de filho de santo, após ter passado pelo ritual de lavagem de fio de contas e o bori (harmonização da ansiedade e dor).
O Erê (não confundir com criança que em iorubá é Omo kekere) aparece instantaneamente logo após o transe do orixá, ou seja, o Erê é o intermediário entre o iniciado e o orixá.
Filho ou filha de santo é toda pessoa que, efetivamente, tem um compromisso com o orixá, vodum ou inquice e com a religião do candomblé, ou demais religiões afro, podendo chegar à feitura de santo.
Quem já nasce feito no santo no Candomblé? - EP #108
Quem é o filho do santo?
Mas o legado continua com o O Filho do Santo e seu neto, El Santo Junior, que estreou profissionalmente em agosto. A lenda de El Santo ainda vive nas principais arenas de luta livre através de seus produtos.
"Catular" é um neologismo brasileiro construído a partir do étimo bantu Katula, raspar, mas designa geralmente a ação de cortar os cabelos com tesoura, antes de raspar-se a cabeça do iniciando.
A palavra Àbíkú é, numa tradução literal: Abí (nascer) e Ikú (morrer). Refere a um mito Yorubá (grupo étno-linguístico localizado na África Ocidental) que professa a respeito de crianças nascidas sob um destino: Vir ao mundo, causar grandes transformações e partir ainda infantes.
Nos rituais, os erês costumam se comportar como crianças que desconhecem os padrões de comportamento vigentes. Fazem perguntas inapropriadas, pedem doces e se expressam com a dificuldade típica de uma criança que ainda aprende a falar. Simbolicamente, os erês representam a pureza e a inocência de espírito.
Em alguns lugares, os mirins - tanto Exu Mirim como Pomba-Gira Mirim são Orixás, ou seja, forças cósmicas e universais que atuam diretamente e indiretamente na vida de todos. São entidades que atuam nessa vibração e que são encantados da natureza, nunca passando pela experiência carnal.
“Hoje sou Dofona de Oxum, sou Iaô iniciada numa casa de nação efon”, se apresenta Priscila com palavras pouco comuns para os não iniciados nos cultos afro. Dofona é a pessoa que foi iniciada primeiro ou sozinha no dia de seu nascimento. Iaô é nome que se leva assim que se inicia e nasce para os orixás.
O sangue dos animais, a oferenda dos frutos, das ervas e dos minerais provoca a manutenção e o fortalecimento do axé. Trata-se de um sistema mítico de restituição que coloca as energias em ação, provocando o movimento e a Vida.
Porém o jeito mais comum desse recado ser dado é quando o cidadão “bola no santo”. Ou seja: o fiel simplesmente apaga durante uma festa ou um ritual religioso. Durante o período em que está desacordado, seu corpo se movimenta de acordo com os trejeitos de um determinado orixá.
A iniciação é chamada de “Feitura” e é um rito de passagem, mais como um renascimento, no qual o iniciado estabelece uma relação direta com o seu Orixá. A partir dela, o adepto passa a receber o transe com a energia do seu Orixá, o que é chamado popularmente de “virar no santo”.
O portal de notícias Alma Preta, que conversou com Liliane, explica que essas cicatrizes “podem ser identificadas em filhos de santo após o processo chamado de catulagem, que representa pequenas incisões no corpo sobre a qual se colocarão ervas e outros elementos simbólicos do orixá que rege a cabeça”.
Os Ibejis são entidades que expressam aspectos gerais das dualidades humanas, sorte e azar, e são representados por dois gêmeos, crianças. Assim, também é possível associá-los às concepções de “infância” dentro do contexto cultural iorubano e de forma macro, dentro dos contextos culturais do continente africano.
Resumo: As ibejadas são entidades infantis que, junto aos caboclos, pretos-velhos, exus e pombagiras, habitam o panteão da Umbanda. Em uma gira de ibejada, doce é comida, comida de Criança.
8Além de ser ogã, noção a ser explorada mais a diante, do terreiro de sua mãe biológica, Júnior é um abiaxé. Um abiaxé é aquele que recebeu ainda na barriga da mãe os sacrifícios de uma iniciação ou obrigação. Por conta disso, o abiaxé não precisa se iniciar no candomblé; ele já nasce feito.
Egbé significa Sociedade: designa a Sociedade dos Espíritos Amigos e se refere, simultaneamente, a um orixá e a uma irmandade ou corporação de seres espirituais: trata-se de Èré igbó ou Aráagbó, que significa Habitante da floresta ou Habitante do além.
A mãe-pequena, iaquequerê, ou iá-quererê (da língua iorubá, junção de iya+kekere) é a segunda pessoa mais importante em um terreiro de candomblé. Na ausência da ialorixá ou do babalorixá, é ela que assume o comando do terreiro. Está sempre presente no terreiro e faz parte de todos os preceitos e obrigações.
Um desses rituais é incluir o “adoxu” sobre sua cabeça. O “adoxu” é posto no topo da cabeça, sendo ainda acrescido de uma pena de galinha d'angola. Ele sacraliza a cabeça, anunciando que aquela cabeça é então intocável.