O atual Dalai Lama, a figura budista viva mais conhecida do mundo, disse em 2011 que quando completasse 90 anos – ele agora tem 86 – decidiria se reencarnaria, encerrando potencialmente um papel que foi chave para o budismo tibetano por mais de 600 anos.
A própria instituição do Dalai Lama, porém, poderá ser extinta, se assim os tibetanos decidirem, segundo o líder espiritual, o que faria Tenzin Gyatso ser o último detentor do título.
Considerado pelos fiéis uma manifestação do Buda da Compaixão, o Dalai Lama reencarnou 13 vezes desde 1391, quando nasceu a primeira de suas encarnações, de acordo com a tradição do budismo tibetano. Muitas vezes, a busca pelo sucessor é baseada nos sinais que o líder anterior deu antes de morrer.
Na concepção do budismo tibetano, o Dalai Lama é considerado um tulku, isto é, um lama que escolheu reencarnar, formando uma linhagem de bodisatva, isto é, o ser iluminado que busca alcançar o status de Buda a fim de promover grandes benefícios para os seres vivos.
A VERDADE OBSCURA SOBRE DALAI LAMA | Cortes Podcast
Porque Dalai Lama foi exilado?
O Dalai Lama não vive no Tibete. Depois de uma revolta malsucedida contra a ocupação chinesa do Tibete em 1959, ele fugiu para a Índia, onde estabeleceu um governo no exílio em Dharamsala, liderando milhares de tibetanos que o seguiram até lá.
O atual Dalai Lama é considerado a 14ª reencarnação de Avalokitesvara e representante da tradição budista Gelug, a vertente do budismo tibetano. Além disso, o atual Dalai Lama também foi um representante da Administração Central tibetana, o governo que administra e representa o Tibete no exílio.
Muitas pessoas confundem o budismo com uma doutrina que crê em reencarnação, mas isso não é verdade, porque não existe reencarnação no budismo, não da maneira como se entende reencarnação. Pois não existe nenhuma alma para reencarnar, nenhum espírito, nenhum eu.
De acordo com a tradição do budismo, o Dalai Lama é a própria reencarnação de Buda. A tradição tibetana determina que o sucessor dele seja o Panchen Lama, uma espécie de vice-líder escolhido ainda quando criança.
Devido a essa precognição, o conselho de monges que convive com o Dalai Lama consegue saber onde encontrar o guru renascido. O processo de busca é sigiloso, mas sabe-se que há muito espaço para intuição, visões dos monges e consulta a oráculos. A astrologia também é usada para definir onde ele aparecerá.
Nasceu em 6 de julho de 1935 em Lhamo Dhondrub. Filho de camponeses, foi reconhecido como reencarnação de seu predecessor quando tinha 2 anos. Laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 1989, é um notável professor e erudito budista, versado nos ensinamentos de todas as escolas do Budismo Tibetano.
Cerca de 120 mil tibetanos vivem em países estrangeiros, e a grande maioria encontra-se em território indiano. As autoridades políticas do Tibete também vivem em situação de exílio. O chamado “governo no exílio” conta com três poderes e tem sua sede fixada na cidade de Dharamshala, região norte da Índia.
As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 budas que surgiram no passado, em épocas diferentes. O budismo reconhece três tipos de Buda, dentre os quais o termo Buda é normalmente reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (em páli: Samma-Sambuddha).
O Budismo é uma doutrina espiritual e filosófica criada pelo indiano Siddhartha Gautama, o Buda, que considera o poder da reencarnação humana, de animais e das plantas, e acredita que as escolhas para se chegar à libertação dos sofrimentos estão no autoconhecimento.
Amigo do Dalai Lama, Heinrich Harrer "partiu com grande serenidade rumo à sua última expedição", lê-se num breve comunicado divulgado pela família na sua residência em Knappenberg, na região austríaca de Caríntia.
O principal interesse da China no território tibetano é decorrente da localização geográfica estratégica, pois a província se encontra no continente asiático, no sul e no centro da Ásia, o que facilita o controle da região por parte da China.
Lassa ou Lhasa (em tibetano: ལྷ་ས་, em chinês tradicional 拉薩, em chinês simplificado: 拉萨, em transliteração pinyin Lāsà) é a capital administrativa da Região Autónoma do Tibete, na República Popular da China.
Finalmente, em 1959, após a Revolta Tibetana contra o Partido Comunista chinês, o Dalai Lama se exilou no norte da Índia, onde vive até hoje, no subúrbio de Dharamsala.
O budismo é rico em símbolos significativos que representam seus ensinamentos e valores. Um dos mais conhecidos é o símbolo da Roda do Dharma, que simboliza o ciclo de ensinamentos do Buda. Outro símbolo proeminente é o Lótus, que representa a pureza espiritual que pode surgir mesmo nas condições mais adversas.
Segundo as novas regras, qualquer reencarnação que não seja aprovada pelo governo é considerada ilegal. Os chineses já nomearam seu próprio Panchen Lama - o segundo mais importante na tradição tibetana - substituindo o 11º Panchen Lama, que havia sido identificado pelo Dalai Lama e que agora está desaparecido.
Segundo a crença budista, os Dalai Lamas são considerados as manifestações do Bodhisattva (Buda) da Compaixão, que escolheu reencarnar para servir ao povo. Ainda conforme a religião, ele reencarnou 13 vezes desde 1391, quando nasceu o primeiro de seus encarnados.
O líder disse que as pessoas deveriam ser recebidas, educadas e treinadas, mas deveriam voltar para seus países de origem. Essas declarações geraram polêmica, com muitos críticos apontando para a hipocrisia de um líder religioso que busca refúgio no exterior, mas se recusa a apoiar a migração para outros países.