A pesquisa aponta que a perda de florestas em grandes regiões da Amazônia acaba por reduzir a circulação da umidade atmosférica. As consequências do impacto no regime de chuvas atingem desde as regiões próximas no continente até outras partes do mundo, como a Ásia e a Antártida.
“Na própria Amazônia, haveria uma crise hídrica da água, o colapso da produção de agrícola e pesqueira, tornando a vida da população essencialmente inviável. Isso aumentaria enormemente as taxas de mortalidade e movimentos migratórios”, explica Mariana Vale.
Sem a Amazônia, seria virtualmente impossível limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, como propõe o Acordo de Paris. O sofrimento maior, contudo, será nosso e dos nossos vizinhos.
Quais seriam as consequências da destruição da Amazônia para o mundo?
O desequilíbrio ambiental, a perda de biodiversidade em larga escala e a intensificação das mudanças climáticas são algumas das consequências do desmatamento na Amazônia.
Estudos científicos mostram que a Amazônia, em seu atual estado, é fundamental para o equilíbrio do clima em nível continental e global, pois sequestra grande quantidade de carbono da atmosfera e alimenta o transporte de vapor e de calor equatorial para latitudes mais elevadas (e, portanto, mais frias).
O que aconteceria se a Floresta Amazônica fosse completamente destruída?
Porque a Amazônia é tão importante para o mundo?
A floresta garante as chuvas para boa parte da América do Sul e tem papel central no combate ao aquecimento global e às mudanças climáticas. Abriga imensa biodiversidade, com milhares de espécies de plantas e animais, algumas ainda desconhecidas ou pouco estudadas. É berço da maior bacia hidrográfica do mundo.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa.
Após anos de crescimento nos índices de desmatamento, degradação e queimadas na Amazônia, os cientistas alertam que o bioma pode ser estar perto de um ponto de não retorno. Um estudo escrito por uma coalisão de cientistas e líderes indígenas apontam para o colapso já em 2029.
Uma pesquisa divulgada pela revista Nature aponta que 47% da Amazônia pode deixar de ser floresta até 2050 em virtude do aquecimento global e do desmatamento.
Por que a Amazônia é considerada o pulmão do mundo?
É sabido que a Amazônia corresponde a cerca de 7% da superfície total do planeta e possui aproximadamente 50% da biodiversidade mundial. Em razão, sobretudo, de sua rica cobertura florestal e de sua consequente capacidade de filtragem do ar atmosférico, já chegou a ser considerada como uma espécie de "pulmão do mundo".
A importância da floresta amazônica para o planeta é imensa e multifacetada. Conhecida como o “pulmão do mundo”, a Amazônia é essencial para o ciclo de carbono global. Isso ocorre porque ela absorve grandes quantidades de dióxido de carbono e libera oxigênio, o que é fundamental para a vida na Terra.
A Amazônia tem um papel vital para o futuro de todos. Como maior depósito de carbono, maior fonte de biodiversidade do planeta e lar de 30 milhões de pessoas – cujos direitos, culturas, tradições e meios de vida dependem dela –, a floresta deve ser protegida.
Seria um mundo mais quente e seco: somente no Brasil, a temperatura subiria 0,25° e haveria 25% menos chuvas, segundo uma estimativa feita em 2019 pelos pesquisadores brasileiros Adalberto Veríssimo, Tasso Azevedo e João Biehl, e o americano Stephen Pacala, um dos maiores especialistas mundiais em mudanças climáticas.
Artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros aponta que se não forem tomadas medidas urgentes, o ano de 2050 pode marcar o início de uma redução substancial na cobertura de floresta na região amazônica. “A gente encontra aí mais ou menos 50% de possibilidades.
Quais seriam as consequências mundiais com o fim da Amazônia?
Quanto mais a floresta tropical perde a sua vegetação nativa, maior é a alteração no meio ambiente. Secas mais extensas e aumento de emissões de gases de efeito estufa são algumas das consequências. endemismo, devido à presença de várias espécies de aves que não são encontradas em nenhum outro lugar no mundo.
A agricultura e a pecuária, grandes obras de infraestrutura, a exploração madeireira, a grilagem de terras, o garimpo e a expansão dos assentamentos humanos são atividades com grandes impactos sobre a floresta, especialmente quando são feitas de forma ilegal ou sem obedecer a um zoneamento ecológico-econômico.
Mas como a maior parte da Amazônia ainda está preservada — o bioma ocupa quase 60% do território nacional — há uma falsa sensação de que o país ainda está bem protegido, segundo o coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e demais Biomas, do instituto, Claudio Almeida.
São vários os motivos que levam à acelerada degradação na Amazônia. A exploração desordenada de seus recursos, principalmente de madeira, a expansão da agropecuária e o garimpo vêm aumentando as áreas desmatadas. O processo de desmatamento acarreta consequências negativas, como a diminuição da biodiversidade.
Qual é a principal causa da destruição da Amazônia?
O desmatamento 1. na Amazônia brasileira tem como principais causas diretas a pecuária, a agricultura de larga escala e a agricultura de corte e queima. Dessas causas, a expansão da pecuária bovina é a mais importante.
O estado do Amazonas já contabilizou 19.478 focos de incêndio desde o início de 2024, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Na década de 2040, projeta-se que a temperatura média global do ar próximo à superfície continental aumentará de 2,33 °C a 2,79 °C, em comparação com o período-base de 1950 a 1979. Para Groenlândia, Alasca, Canadá, norte da Europa e Ásia, está previsto um aumento acima de 3 °C na temperatura anual.
Um estudo recente da própria Nasa analisou o futuro climático da Terra, prevendo que a temperatura média global pode aumentar 2°C acima dos níveis pré-industriais até 2040 se as emissões de gases de efeito estufa continuarem subindo.
O que está causando as queimadas no Brasil em 2024?
Os incêndios que estamos acompanhando em 2024 são, em parte, devidos a eventos naturais e, em parte, por ação dos seres humanos. A questão se as mudanças climáticas têm a ver com o que está acontecendo não é uma pergunta com resposta simples.
Com mais de 82 mil focos de incêndio de 1º de janeiro a 9 setembro deste ano, a Amazônia já alcançou o dobro de queimadas no mesmo período de 2023 e o recorde da série histórica desde 2007, quando registrou 85 mil pontos de fogo.
O calendário do desmatamento 2024, que abrange o intervalo de agosto de 2023 a julho 2024, registrou 3.490 km² de florestas derrubadas, representando uma diminuição de 46% em comparação ao período anterior, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023.