Sem tratamento, esquizofrenia piora a cada crise O tratamento adequado tende a diminuir o risco de outras crises, reduzindo também o risco da esquizofrenia se agravar com o tempo e do desenvolvimento de outros transtornos psiquiátricos, como fobias e depressão.
Esse transtorno é também uma doença crônica, pois acaba por afetar seriamente o cérebro por meio de diversas desestruturações psíquicas. Com isso, a pessoa passa a apresentar comportamentos, relacionados exclusivamente com suas emoções e sentimentos, que não condizem com a realidade.
“Os aspectos cognitivos mais comprometidos na esquizofrenia são a memória, linguagem, pensamento abstrato e muitos desses são sintomas negativos, onde falta alguma coisa. São déficits de comunicação, sociais, motivacionais e tudo isso muito em função da sequela que a doença psiquiátrica e inflamatória proporciona.
Os sintomas podem ser desencadeados ou agravados por eventos estressantes da vida, como perda de um emprego ou término de uma relação amorosa. O uso de drogas, incluindo o uso de maconha, também pode desencadear ou piorar os sintomas.
A pessoa com essa doença, quando está em crise, normalmente apresenta outros riscos (auto agressão, suicidio, incapacidade de cuidar-se), e quando torna-se violenta, mais frequentemente é contra si e contra objetos.
Por que é crucial tratar precocemente a esquizofrenia? | ANA BEATRIZ
Qual a pior fase da esquizofrenia?
A esquizofrenia denominada hebefrênica é a mais grave de todas e acomete mais indivíduos jovens, entre 15 e 25 anos de idade. O transtorno é marcado por sintomas como perturbação dos afetos, comportamento irresponsável e imprevisível, pensamento desorganizado e discurso incoerente.
Qual é a expectativa de vida de uma pessoa com esquizofrenia?
Além dos sintomas que afetam o comportamento e a capacidade para o trabalho, a esquizofrenia também é caracterizada por achados compatíveis com um processo de envelhecimento acelerado. Estima-se que a expectativa de vida nesta população seja de cerca de 20 anos a menos que a da população em geral.
O olhar “vazio” é comum nas pessoas esquizofrênicas, também conhecido como o olhar 'que vê, mas não enxerga'. O indivíduo encara diretamente a pessoa à sua frente, mas é como se olhasse através dela e ignorasse sua presença.
O professor ressalta que “não existe tratamento para a esquizofrenia sem remédio”, mas também é possível fazer uso de outros métodos em conjunto com os medicamentos como terapia ocupacional, reabilitação e treinamentos cognitivos, que podem proporcionar melhoras significativas no quadro dos pacientes.
Após surto a pessoa lembrará apenas parcialmente de alguns fatos acontecidos antes do surto. Mas as lembranças podem estar contaminadas por ideias delirantes ou distorcidas. Quanto mais grave o surto, pior a capacidade de se lembrar de fatos, pois maior será a perda neuronal.
Além dos medicamentos, também podem ser necessárias algumas terapias para ressocialização. Quem já está em tratamento não deve interrompê-lo apenas porque está bem, pois os surtos podem voltar a acontecer. A esquizofrenia não tem cura, mas se tratada, é possível viver bem com ela.
Os resultados mostraram diferenças na entonação de voz entre indivíduos com e sem esquizofrenia. Ana Cristina explica que as pessoas com esquizofrenia apresentaram pouca variação de simetria e dispersão na entonação da fala, ou seja, elas expressavam suas emoções pela voz de forma menos acentuada.
“É caracterizada, principalmente, pelo que chamamos de sintomas psicóticos, como alucinações visuais e auditivas, sensação de ser constantemente perseguido ou ameaçado por outras pessoas”, explica a profissional.
A esquizofrenia está associada à disfunção social e profissional e por isso a possibilidade de um paciente viver sozinho, de forma independente, se torna remota.
A esquizofrenia não tem cura. O tratamento da doença vai envolver um planejamento do psiquiatra para acompanhar o paciente e evitar as recaídas ao longo do tempo. A fase aguda é aquela em que o paciente está em crise, com os sintomas aflorados e em visível sofrimento mental.
A esquizofrenia é um transtorno mental grave que muda o modo como a pessoa pensa, sente e se comporta socialmente. Ou seja, essa desestruturação psíquica tem sintomas como alucinações, delírios, dificuldades no raciocínio e alterações no comportamento como indiferença afetiva e isolamento social.
Até hoje, não foi descoberta a causa da esquizofrenia, mas a combinação de alguns fatores genéticos, cerebrais e do ambiente podem desencadear a doença. Fatores hereditários - parentes de primeiro grau de um esquizofrênico têm mais chances de desenvolver a doença do que as pessoas em geral.
Como uma pessoa com esquizofrenia enxerga o mundo?
A esquizofrenia é uma doença mental, em que o sujeito pode confundir realidade com imaginário. Os olhos da mente de um esquizofrênico podem estar repletos de ilusões, pensamentos mágicos, superstições, mas também ansiedade, irritabilidade e um mal estar permanente, chamado disforia.
“Durante um surto psicótico o paciente pode apresentar alucinações, delírios, ansiedade, agressividade, pensamento ou comportamento desorganizado e, geralmente, a pessoa apresenta um discurso confuso, incoerente, narrando uma história que não existe, alterando pensamento e comportamento”, esclarece.
A esquizofrenia é um transtorno psiquiatrico que precisa ser diagnosticado e tratado de acordo com as necessidades de cada paciente. Não há possibilidade de estar ligado à espiritualidade, embora a espiritualidade seja importante para alguns pacientes e deva ser incentivada e preservada, mas não serve como tratamento.
Se a pessoa está delirante, dificilmente terá consciência de sua doença ou da necessidade de fazer um tratamento. A necessidade de um tratamento especializado normalmente é uma percepção da família.
O desenvolvimento da esquizofrenia na adolescência é bastante comum, e os primeiros sintomas podem começar a surgir a partir dos 14 anos de idade. Esse transtorno mental é grave e incapacitante, pois afeta todas as áreas da vida do indivíduo, desde as relações sociais até as afetivas.
Um dos sintomas da esquizofrenia é o “embaralhamento” de palavras, ou seja, a fala é aleatória, randômica, cuja ordem é analisada pelo software. “Em 64% dos casos, já nos primeiros sinais da patologia, os sujeitos com esquizofrenia apresentam essa característica na fala, algo gritante nos indivíduos crônicos.
Estão se acumulando evidências de que na esquizofrenia não é só a transmissão de informação de uma célula a outra que está prejudicada. O funcionamento celular parece estar comprometido, segundo estudos de proteômica do biólogo Daniel Martins-de-Souza, atualmente no Instituto Max Planck de Psiquiatria, na Alemanha.
Na história, há vários exemplos de nomes famosos que foram diagnosticados como esquizofrênicos, como o matemático John Forbes Nash (retratado no filme Uma Mente Brilhante), o músico Syd Barrett, ex-guitarrista do grupo Pink Floyd, o escritor americano Jack Kerouac e o poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud.