2 - Função Identitária - As representações também têm por função situar os indivíduos e os grupos no campo social. A partir delas, eles são capazes “de elaborar uma identidade social compatível com os sistemas de normas e valores socialmente e historicamente determinados ” (MUGNY; CARUGATY, 1985, p. 183).
Quais são as quatro funções das representações sociais?
Essas duas funções são delineadas por Moscovici em sua obra La psychanalyse, son image et son public (1961). Abric (1998) apresenta as seguintes funções das representações sociais: função de saber, função identitária, função de orientação e função justificadora.
(MOSCOVICI, 2003, p. 71). Nessa perspectiva, a Ancoragem é concebida como o processo de transformar algo estranho e perturbador em algo comum, familiar. Isso ocorre quando somos capazes de colocar um objeto estranho em uma determinada categoria e rotulá-lo com um nome conhecido.
A representação social é uma preparação para a ação, ela guia o comportamento, remodela e reconstitui os elementos do meio ambiente em que o comportamento deve ter lugar. As ima- gens e as opiniões traduzem a posição e a escala de valores de um indivíduo ou de uma coletividade.
São elas: a do saber ou cognitiva, a identitária, a orientadora e a justificadora. A função do saber permite aos grupos compreender e explicar a realidade que os cerca. Essa função possibilita aos grupos reconfigurar um determinado fenômeno social para o senso comum, tornando-o uma realidade compreensível para o grupo.
Luiz Felipe Pondé – Políticas identitárias e guerras culturais
Quais são os conceitos que definem a identidade social?
Identidade social é o sentimento de um indivíduo para enquadrar-se (pertencer) a um determinado grupo social (segmentos, categorias). Possuindo características e desejos semelhantes a outros indivíduos.
A TEORIA DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE SERGE MOSCOVICI
Segundo este autor, o pensamento individual seria um fenômeno puramente psíquico, mas que não se reduziria à atividade cerebral, e o pensamento social não se resumiria à soma dos pensamentos individuais (MOSCOVICI, 1978, p. 25).
as representações sociais devem ser estudadas articulando elementos afetivos, mentais e sociais e integrando, ao lado da cognição, da linguagem e da comunicação, a consideração das relações sociais que afetam as representações e a realidade material, social e ideal sobre a qual elas intervêm (JODELET, 1989).
Ancoragem é o processo de assimilação de novas informações a um conteúdo cognitivo-emocional pré-existente, e objetivação é a transformação de um conceito abstrato em algo tangível (SAWAIA, 2004, p. 76).
A ancoragem é uma técnica que consiste em associar um estado emocional a um estímulo específico, como uma palavra, um gesto ou uma imagem. Com isso, é possível criar um gatilho mental que ajuda a trazer de volta um estado emocional positivo ou útil em momentos de dificuldade.
Ancoragem é, para o mundo das finanças e dos negócios, um erro cognitivo; um viés comportamental. Trata-se de atribuir um peso desproporcional a uma certa referência ou parâmetro utilizado para tomar uma decisão – o que, consequentemente, leva a tomar uma decisão mal-embasada.
São características da teoria das representações sociais proposta por Moscovici?
Moscovici (1978) defende que a representação social deve ser encarada “tanto na medida em que ela possui uma contextura psicológica autônoma, como na medida em que é própria de nossa sociedade e de nossa cultura”.
Representações sociais são o conjunto de conhecimentos, opiniões e imagens que nos permitem evocar um dado acontecimento, pessoa ou objeto. Estas representações são resultantes da interação social, pelo que são comuns a um determinado grupo de indivíduos.
as representações sociais devem ser estudadas articulando elementos afetivos, mentais e sociais e integrando, ao lado da cognição, da linguagem e da comunicação, a consideração das relações sociais que afetam as representações e a realidade material, social e ideal sobre a qual elas intervêm (JODELET, 1989).
A origem das representações, numa visão sociológica, começou com Durkheim. No entanto, segundo Moscovici (2005), na perspectiva da Psico- logia, o primeiro passo foi dado por Piaget ao investigar a representação de mundo da criança.
O processo de objetivação é regulado pelas conversas cotidianas, principalmente as de caráter argumentativo, pois é através da negociação de significados que se encontram as expressões compartilhadas que servirão de base para comunicação sobre determinado objeto relevante para o grupo.
A objetivação diz respeito à forma como se organizam os elementos constituintes da representação e ao percurso através do qual tais elementos adquirem materialidade, isto é, se tornam expressões de uma realidade vista como natural.
A tática chamada de ancoragem dentro de uma negociação consiste-se na possibilidade de se fixar o ponto base para as futuras ofertas. A contra- ancoragem trata de uma resposta à ancoragem, focando em uma movimentação, conduzindo a negociação para longe de números e propostas.
As representações sociais são construídas e difundidas por meio da interação pública entre atores sociais, em práticas de comunicação do cotidiano (Moscovici, 1961; 2003).
As representações coletivas traduzem a maneira como o grupo pensa nas suas relações com os objetos que o afetam. Para compreender como a sociedade se representa a si própria e ao mundo que a rodeia, precisamos considerar a natureza da sociedade e não dos indivíduos.
A origem da teoria das representações sociais está relacionada com a sociologia de Durkheim e com a antropologia de Lévy-Bruhl, porque Moscovici buscava a transformação da perspectiva individualista que se encontrava instalada na Psicologia social tradicional, rompendo os paradigmas então existentes.
Quais as principais características da teoria das representações sociais?
A teoria das representações sociais entende que uma realidade social é criada apenas quando o novo ou o não familiar é incorporado aos universos consensuais, operando-se, nesse momento, os processos pelos quais ele passa a ser familiar, perde a novidade, tornando-se socialmente reconhecido e real.
A teoria das representações sociais é uma forma sociológica de psicologia social (Farr, 1998), contextualizada numa perspectiva européia com ênfase no estudo das relações intergrupais e numa abordagem cultural e societal dos processos sociopsicológicos (Farr, 1994).