Na teoria dialógica freireana, o diálogo, que é comunicação, funda também as ações de colaboração entre os sujeitos. Por isso, o professor e o aluno são sujeitos do conhecimento e sujeitos aprendentes, e a aula, um encontro de sujeitos que buscam conhecimentos.
Educação dialógica é a educação que tem por base o diálogo. Defendida por Paulo Freire, tal modelo se opõe à "educação bancária" ou antidialógica, na qual o professor transmite conhecimentos, "faz depósitos" nos alunos, emite comunicados.
A aprendizagem dialógica ocorre em interações que aumentam a aprendizagem instrumental, favorecem a criação de sentido pessoal e social, são guiadas por princípios de solidariedade e em que a igualdade e a diferença são valores compatíveis e, mutuamente, enriquecedores (Aubert et al., 2008: 167).
Paulo Freire (1986) concebe a prática pedagógica pelo termo dialógica, na qual a construção do conhecimento é realizada em conjunto com os discentes e docentes, na direção de uma leitura crítica da realidade.
É a concepção de aprendizagem que fundamenta as Comunidades de Aprendizagem e que se baseia em sete princípios corroborados por contribuições de alguns dos autores mais relevantes na área da educação, como por exemplo, Vygotsky, Bruner, Wells, Paulo Freire, Habermas, Chomsky, Scribner e Mead.
A dialogicidade na prática educativa permite que o indivíduo passe da consciência ingênua para a consciência crítica através da palavra problematizadora. A palavra problematizadora por sua vez surge da realidade de cada indivíduo, também conhecida como temas geradores.
É a capacidade que possuímos de expressar nossos pensamentos, ideias, opiniões e sentimentos. Já a palavra Dialógica carrega em sua essência o significado de dialogismo, que consiste em construir uma reflexão sob a forma de diálogo.
A aula dialógica é aquela em que o professor conversa com o aluno fazendo indagações, para que o próprio aluno possa dar as respostas necessárias para que os conceitos se interliguem e proporcione a aprendizagem.
“Paulo Freire defende o respeito aos indivíduos, a responsabilidade com o outro ser humano e com a natureza, e o estímulo ao pensamento crítico. Isso confronta o período em que vivemos, permeado por um discurso de ódio e de estímulo à violência. De apoio à militarização e à destruição ambiental.
Em outras palavras, a aula expositiva dialógica é aquela em que o professor conversa com seus alunos, fazendo indagações nas quais ele procura buscar nos próprios alunos as respostas necessárias para que os conceitos se interliguem, propiciando a aprendizagem.
É o recurso que permite ao aluno conduzir seus estudos sem interferência direta do professor, visto que a condução da aprendizagem ocorre nas estratégias textuais. A linguagem dialógica considera a bagagem do aluno, antecipa possíveis dúvidas e suscita reflexões que levam ao ponto central do estudo.
O modelo dialógico de prevenção e resolução de conflitos permite uma melhor convivência, quer na escola, quer na comunidade educativa, como um todo. Baseia-se no diálogo e no consenso entre as partes envolvidas, em particular os alunos, no que concerne às regras de convivência.
A leitura dialógica é um tipo de leitura compartilhada em que um adulto lê em voz alta, intercalando a história com diálogos e feedbacks sobre o texto e/ou as ilustrações.
Quais as exigências que, segundo Paulo Freire, são necessárias para que o diálogo aconteça?
Considera Freire (1985, p. 36) que “o diálogo só existe quando aceitamos que o outro é diferente e pode nos dizer algo que não conhecemos”. Assim, a prática educacional dialógica e democrática implica estabelecer ações concretas que permitam a participação do outro no processo educativo.
Na perspectiva freiriana, é papel do educador possibilitar uma educação que não reproduza cegamente a ideologia dominante. Ciente dos limites da prática educativa, Freire defende que o educador pode não ser capaz de transformar a realidade do país, mas pode demonstrar as possibilidades de mudança (Freire, 2021).
Na visão dialógica, o locutor constrói seu enunciado em função do interlocutor, que tem um papel ativo, constitutivo na formulação dos enunciados. Visivelmente, é o outro (interlocutor) quem condiciona o que o locutor diz e, desse modo, ambos são colocados no mesmo plano.
O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a “ler o mundo”, na expressão famosa do educador. “Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)”, dizia Freire.
Paulo Freire compreendia que o sujeito aprende para se humanizar. De acordo com o educador, aprender é complemento da formação do sujeito como humano. “Se aprende na relação com o outro, no diálogo com outro, na aproximação dele com o conhecimento do outro.
Paulo Freire em uma de suas frases mais conhecidas dizia que “ninguém educa ninguém” [...]. O autor ainda enfatizava que “ninguém aprende sozinho” [...] “Aprendemos através do mundo” (2011; p.
Sua proposta pedagógica, fundada na ação dialógica, busca eliminar o autoritarismo da escola tradicional, incluindo o diálogo como método de ensino, tornando a educação mais democrática.
Vygotsky, enfoca a prática dialógica como a que instaura a relação com o sentido e promove a interação das múltiplas vozes que constituem e atravessam a palavra. A palavra, material semiótico da consciência, tem seus significados e sentidos construídos na relação entre ossujeitos.
Quando se trata de formação, a abordagem dialógica visa ao desenvolvimento articulado de todos os elementos constitutivos da competência e avança na conexão de capacidades profissionais à ação necessária em um dado contexto, integrando trabalho e formação em processos de mútua transformação.
O aprendizado dialógico consiste em dar lugar à fala do aluno e do professor. Com isso, o desencontro de diferentes visões é inevitável. Felizmente, a partir da visão ampliada de um mesmo saber, o aluno alcança a própria perspectiva e se emancipa pela visão, independentemente de um assunto.