Eloping no autismo ou distraçao no autismo, é quando a criança sai andando sem rumo, distraída, desligada e sai de um ambiente seguro para algum lugar de risco, na maioria das vezes sem os pais perceberem.
O terrível episódio ocorrido semana passada, de uma criança autista que fugiu dos cuidadores e se afogou, trouxe à tona o tema do “autista que foge”, em inglês chamado de “elopement”, “eloping” ou “wandering”.
Em contraste, o shutdown é uma crise mais “silenciosa” e “interna”. Durante um shutdown, a pessoa com TEA parece se desligar ou se dissociar do ambiente. Isso pode se manifestar como falta de comunicação, olhar vago e respiração atípica (mais lenta ou mais rápida).
Para quem não está familiarizado com a expressão, mãe atípica é aquela que lida com a criação de uma pessoa com deficiência. Valéria, 51 anos, é Oficial de Justiça do TJDFT e mãe de Marcel, 23 anos.
Stim, eloping, hiperfoco e masking - Vocabulário do Autismo (Parte 2)
Quem é autista pode ter filho autista?
Pessoas com autismo leve podem futuramente vir ter filhos com autismo? Existem cada vez mais pesquisas que evidenciam um caráter genético do Transtorno do Espectro Autista, sendo assim, é possível que pais com diagnóstico de autismo tenham filhos também dentro do espectro, mas não é certeza absoluta que isso ocorrerá.
Palilalia é a repetição ou imitação de eco feitas por uma pessoa relativamente a palavras acabadas de proferir por essa mesma pessoa. Trata-se de um tique complexo, como a ecolalia, e coprolalia. Todos estes distúrbios podem ser sintomas de síndrome de Tourette, síndrome de Asperger ou autismo.
Aqui, a pessoa busca responder à sobrecarga que sentiu se desligando do mundo ao seu redor. Os comportamentos esperados são: o “olhar vazio”, o deitar-se no chão, a ausência de resposta e congelamento.
Elopement wedding é uma expressão em inglês quer dizer, em tradução livre, “fugir para casar“. O termo “elope” quer dizer “fugir”. Antigamente esse termo era usado por noivos apaixonados que tinham que fugir para casar escondido quando não havia o consentimento dos pais.
Após intensas buscas, o corpo do menino foi encontrado na lagoa do Campus da Universidade, e a situação acendeu um alerta à população sobre casos de eloping, ou seja, a fuga que pode colocar em risco a segurança daquela pessoa.
O autismo é caracterizado por dificuldades na comunicação social, interações sociais restritas e padrões repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. Já o transtorno de personalidade borderline é marcado por instabilidade emocional, relacionamentos instáveis, impulsividade e uma autoimagem instável.
Mas o que pode parecer sem sentido para as pessoas neurotípicas (que não possuem transtornos mentais), é na verdade um comportamento que faz parte da vida no espectro autista, chamado de “estereotipia”. Este é o termo médico para ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da postura ou da fala.
A ecolalia é um distúrbio de linguagem que faz com que a criança repita tudo o que ouve como um eco ou usam palavras aleatórias fora de contexto. Elas também podem ser descritas como estereotipias verbais. A definição mais utilizada é “uma repetição em eco da fala” que foi descrita em 1943.
A ecolalia imediata é quando a pessoa repete imediatamente o que foi dito por outra pessoa, sem fazer alterações ou adições à fala original. Esse tipo de ecolalia é mais comum em crianças com autismo. Já a ecolalia tardia ocorre quando há um atraso entre a audição da fala e a repetição da mesma.
Stimming é a abreviação de autoestimulação, que se refere a comportamentos repetitivos ou movimentos que uma pessoa faz para se acalmar, se concentrar ou por prazer. Esses comportamentos podem incluir balançar, girar, manipular objetos, fazer sons repetitivos, entre outros.
Meltdown é um momento de crise, no qual há uma impossibilidade de controlar impulsos ou reações. Geralmente, ocorre em situações estressantes, como barulho intenso, frustração ou sobrecarga sensorial.
Pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia, nos Estados Unidos, descobriram que mutações no DNA mitocondrial, parte das células responsável produzir energia e cujo código genético é herdado exclusivamente da mãe, podem contribuir para um maior risco de desenvolver o transtorno.
Uma pesquisa feita pelo JAMA Psychiatry em 2019, com 2 milhões de pessoas, de cinco países diferentes, mostra que cerca de 97% a 99% dos casos de autismo têm causa genética, destes 81% são hereditários. Além disso, sugere que 18% a 20% dos casos têm causa genética somática, ou seja, não hereditária.
Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais. A interação entre esses fatores parecem estar relacionadas ao TEA, porém é importante ressaltar que “risco aumentado” não é o mesmo que causa fatores de risco ambientais.