O que é pior, beber todo dia ou só uma vez por semana?
Beber grandes quantidades de álcool em um único dia pode ser extremamente prejudicial, potencialmente mais do que beber pequenas quantidades diariamente. Isso se deve ao risco de intoxicação alcoólica aguda e seus efeitos associados.
Tanto no uso esporádico como no consumo frequente, o álcool causa alterações múltiplas no organismo. As primeiras reações são sonolência ou agressividade, irritabilidade, agitação, alteração de equilíbrio, vômitos e até convulsões.
Já a OMS define como dose padrão 10g de etanol puro, e recomenda que homens e mulheres não excedam duas doses por dia e que se abstenham de beber pelo menos dois dias por semana.
O fígado é o responsável por metabolizar os nutrientes de tudo o que comemos e bebemos. Beber demais sobrecarrega o órgão, o que altera o metabolismo dos triglicerídeos, gerando um acúmulo de gordura no fígado, doença chamada de esteatose hepática alcoólica.
O QUE É PIOR? ÁLCOOL TODO DIA OU FINAIS DE SEMANA? | MUZY CORTES
Quem bebe todo dia é considerado alcoólico?
O etilista — ou alcoólatra — é o indivíduo que possui essa relação de necessidade do álcool e falta de controle com a bebida. Consequentemente, consome grandes quantidades de bebidas alcoólicas em um curto espaço de tempo. Ele poderá ser considerado um etilista social ou crônico, a depender dos seus sintomas.
O que acontece quando a pessoa bebe todos os dias?
O uso excessivo do álcool a longo prazo pode causar problemas ainda maiores ao organismo. Estimula a irritação da mucosa estomacal, causando a gastrite, aumento da pressão arterial, problemas cardiovasculares, hepatite, cirrose, distúrbios do sistema nervoso e danos a órgãos como fígado, coração e pâncreas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não existe um padrão de consumo de álcool que seja absolutamente seguro. Mesmo assim, ainda se discute a possibilidade de o consumo moderado de álcool, ou até mesmo um consumo mais baixo, ser um fator protetor para algumas doenças, principalmente para as cardiovasculares.
Beber aos fins de semana pode indicar consumo compulsivo de álcool, diz estudo. Você se considera alguém que consome álcool no grau leve a moderado, tomando um coquetel ocasional ou uma taça de vinho no jantar e apenas bebendo alguns copos extras de cerveja em reuniões sociais nos fins de semana.
Se as pessoas pararem de beber e não houver fibrose, o fígado gorduroso e a inflamação podem ser revertidos. Um fígado gorduroso pode se resolver completamente em seis semanas. Com frequência, fibrose e cirrose não podem ser revertidas.
(f) persistência no uso de álcool, mesmo sabendo das consequências graves e nocivas, tais como: danos ao fígado ou comprometimento do funcionamento cognitivo (raciocínio lógico), relacionado à droga.
Já a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, define consumo abusivo quando homens ingerem 5 ou mais doses ou mulheres bebem 4 ou mais doses em uma única ocasião no último mês.
Quanto tempo um alcoólatra consegue ficar sem beber?
Geralmente, esses sintomas surgem dentro de 8 horas após o consumo da última dose, podendo aumentar nas próximas 24 a 72 horas. Em casos mais graves, de abstinência severa, o dependente pode experimentar o chamado “delirium tremens (DT)”.
Portanto, à medida que a concentração dele no organismo aumenta, a pessoa se torna sonolenta, com reflexos lentos e tem o senso motor afetado (logo, pode ser difícil até mesmo andar em linha reta). Esses são os sinais mais característicos da embriaguez.
O consumo excessivo de bebidas alcoólicas mata mais rápido do que o fumo. É o que sugerem investigadores da University Medicine Greifswald, na Alemanha. O estudo revela ainda que o álcool é especialmente perigoso para as mulheres e que os alcoólicos morrem cerca de 20 anos mais cedo, em média, do que a população geral.
A cachaça, o uísque, a vodca, o gim – enfim, os destilados – têm por volta de oito vezes mais álcool do que a cerveja. Então, além da quantidade, o tipo de bebida consumida também entra na equação da moderação.
Pelo menos 1 vez por semana, consumo de mais de 3 drinks em um único dia para mulheres ou mais de 4 drinks em um único dia para homens. Um episódio de embriaguez por semana. Consumo de mais de 20 dias seguidos de bebidas alcoólicas em qualquer quantidade.
Beber socialmente não é um problema quando se há controle e o indivíduo não oferece riscos a ele mesmo ou a outras pessoas. No entanto, beber todos os dias e perder o controle em algumas situações pode indicar alcoolismo ou predisposição ao problema. "Beber todo dia não é para o ser humano.
Uma pessoa com alta tolerância, por exemplo, consegue beber mais sem ficar ou parecer bêbada. O que pode ser um problema, já que “incentiva um maior consumo de álcool, contribuindo para a dependência e causando efeitos adversos à saúde”, diz a especialista.
Se você é uma pessoa que bebe todo final de semana, pode estar se perguntando se é alcoólatra. A resposta não é tão simples quanto parece, pois nem todo consumo de álcool é considerado alcoolismo. De acordo com especialistas, o consumo moderado de álcool é aceitável e não representa um problema grave de saúde.
Uma das portas de entrada também pode ser a vontade de socializar, fazer amigos e ser aceito num grupo, já que alguns dos efeitos do álcool são a euforia e a desinibição, fazendo cada vez maiores os motivos para beber. Além dos fatores externos, sabe-se que a genética tem muita influência na herança dos vícios.
Mas, afinal, o que é consumo moderado? A OMS define como dose padrão 10g de etanol puro, e recomenda que homens e mulheres não excedam duas doses por dia e abstenham-se de beber pelo menos dois dias por semana.
Uma pessoa que bebe com frequência ou em grandes quantidades pode pensar que não é alcoólatra por conseguir ficar alguns dias sem consumir a bebida, mas ela pode sofrer de alcoolismo funcional.
O alcoolismo é caracterizado pela vontade incontrolável de beber, falta de controle ao tentar parar a ingestão, tolerância ao álcool (doses cada vez maiores para sentir os efeitos da bebida) e dependência física, que se manifesta com sintomas físicos e psíquicos nas situações de abstinência alcoólica.
Se você é um alcoólatra ou conhece alguém que sofre com essa dependência, é preciso saber que o consumo excessivo de álcool pode afetar negativamente a expectativa de vida. De acordo com estudos, um alcoólatra pode viver cerca de 20 anos a menos do que a população que não apresenta dependência química nessa substância.