E nas palavras de Freire o letramento reflete uma luta política por melhoria da educação que melhora o índice de alfabetismo. (...) os estudos sobre o letramento reconfiguraram a conotação política de uma conquista – a alfabetização - que não necessariamente se coloca a serviço da libertação humana.
O que Freire fala sobre alfabetização e letramento?
Para Freire (1983) a alfabetização é um ato criador, no qual o analfabeto apreende criticamente a necessidade de aprender a ler e a escrever, preparando-se para ser o agente desta aprendizagem. E consegue fazê-lo na medida em que a alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler.
Em 1997, a professora Magda Soares ministrou um Ceale Debate com o tema “O que é Letramento?”, propondo uma discussão sobre a prática do alfabetizar letrando, conceito central em suas obras e sobre o qual se tornou umas das maiores referências no país.
Em resumo, o letramento é a habilidade de saber ler e escrever de acordo com o contexto das práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita, as quais se pautam na linguagem como produto cultural e social.
Paulo Freire compreendia que o sujeito aprende para se humanizar. De acordo com o educador, aprender é complemento da formação do sujeito como humano. “Se aprende na relação com o outro, no diálogo com outro, na aproximação dele com o conhecimento do outro.
O método Paulo Freire não visa apenas tornar mais rápido e acessível o aprendizado, mas pretende habilitar o aluno a “ler o mundo”, na expressão famosa do educador. “Trata-se de aprender a ler a realidade (conhecê-la) para em seguida poder reescrever essa realidade (transformá-la)”, dizia Freire.
Paulo Freire em uma de suas frases mais conhecidas dizia que “ninguém educa ninguém” [...]. O autor ainda enfatizava que “ninguém aprende sozinho” [...] “Aprendemos através do mundo” (2011; p.
O termo letramento pode ser considerado bastante atual no campo da educação brasileira. Conforme Soares (2009, p. 33), esse termo parece ter sido usado pela primeira vez no país no ano de 1986 por Mary Kato, no livro “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística”.
O letramento é um processo distinto da alfabetização. Nele, a leitura e a escrita são levadas a outra dimensão, a fim de estimular a criança a utilizar seus conhecimentos de maneira contextualizada às práticas sociais.
É o conjunto das práticas sociais que envolvem leitura e escrita, com o qual as pessoas têm contato efetivo. Não é correto dizer que alguém é iletrado, pois todas as pessoas estão em contato com o mundo escrito. O letramento denota a codificação e decodificação, indo além do domínio alfabético e ortográfico.
1.2 – O processo de alfabetização segundo Emilia Ferreiro
Para diversos professores que lidam com a alfabetização, o termo letramento é mais imponente e veio substituir a alfabetização, criando, assim, uma espécie de inovação no processo de aprendizagem da leitura e da escrita da criança.
Letramento é ler histórias com o livro nas mãos, é emocionar-se com as histórias lidas, e fazer, dos personagens, os melhores amigos. Letramento é descobrir a si mesmo pela leitura e pela escrita, é entender quem a gente é e descobrir quem podemos ser.
Desse modo, letramento, designa a ação educativa de desenvolver o uso de práticas sociais de leitura e escrita em contextos reais de uso, inicia-se um processo amplo que torna o indivíduo capaz de utilizar a escrita de forma deliberada em diversas situações sociais.
Sua filosofia baseia-se no diálogo entre professor e aluno, procurando transformar o estudante em um aprendiz ativo. Nesse sentido, ele criticava os métodos de ensino em que o professor era tido como o detentor de todo o conhecimento, e o aluno apenas um “depositório” — o que ele chamava de “educação bancária”.
Qual foi o Método de alfabetização utilizado por Paulo Freire?
Para Freire (1987), o processo de alfabetização acontecia através do diálogo com os estudantes da EJA, onde as questões sociais eram problematizadas, daí salientava a importância do diálogo.
É então que surge no contexto educacional o termo letramento, que inicialmente se associou ao termo alfabetização, para designar uma aprendizagem inicial da língua escrita entendida não apenas como a aquisição do sistema alfabético e suas convenções, mas também como a introdução da criança às práticas sociais da língua ...
Letramento, então, pressupõe o domínio das competências da leitura e da escrita para além da capacidade prática e mecânica do conhecimento básico do ler e escrever. Trata-se, pois, do uso competente da leitura e da escrita. Trata-se, pois, da capacidade de fazer uso dos modos de ler e das práticas de escrever.
O letramento surgiu como objetivo de completar a alfabetização no contexto social, desenvolvendo habilidades nos alunos de forma que eles consigam interagir com segurança de se, no seu meio social, trazendo para os alunos os usos sociais da leitura e escrita.
Comecemos então pela própria Magda Soares, uma das maiores especialistas do assunto em nosso país, que além de professora e pesquisadora, também é doutora em Educação. Ela escreveu aquele que é considerado o livro mais vendido na categoria, cujo nome é simplesmente “Alfabetização e Letramento”.
Os eventos de letramento ocorrem em diferentes espaços sociais, assumem diferentes formas e têm funções variadas. No cotidiano de uma sala de aula, por exemplo, podem ser identificados em situações em que professor e alunos conversam sobre um livro lido pela turma ou sobre uma notícia de jornal comentada por um aluno.
O letramento inicia-se quando a criança começa a letrar-se a partir do momento em que convive com pessoas que fazem uso da língua escrita, vive em ambiente rodeado de material escrito. Desta forma ela vai conhecendo e reconhecendo prática de leitura e da escrita.
“Paulo Freire defende o respeito aos indivíduos, a responsabilidade com o outro ser humano e com a natureza, e o estímulo ao pensamento crítico. Isso confronta o período em que vivemos, permeado por um discurso de ódio e de estímulo à violência. De apoio à militarização e à destruição ambiental.
Paulo Freire vê a educação como ferramenta para emancipação individual e social e avalia que todo processo educacional deve partir da realidade do próprio aluno. Também valoriza a horizontalidade, ou seja, a possibilidade não só de estudantes aprenderem com professores, mas também o contrário.
Paulo Freire defendia a tese de que a educação deve valorizar a cultura do aluno, reconhecendo que, estando alfabetizado ou não, o aluno leva à escola uma cultura própria, que não é pior nem melhor que a do professor e, portanto, há um aprendizado mútuo.