Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.
Ele não está ligado a nenhum dogma insolente que se enfeitou com seu nome, não necessita da doutrina de um Deus pessoal, nem da culpa, nem da imortalidade, nem da redenção, nem da fé, ele simplesmente não tem necessidade de qualquer metafísica, menos ainda do ascetismo, menos ainda de uma 'ciência natural' cristã.
Para Nietzsche, a religião não deve ser mais vista como parte constitutiva do existir humano; ela é como um abismo a ser ultrapassado para que o homem consiga viver a vida como de fato deve ser vivida.
A sentença "Deus está morto" significa: o mundo supra-sensível está sem força de atuação. Ele não fomenta mais vida alguma. A metafísica, isso significa para Nietzsche a filosofia ocidental entendida como Platonismo, está no fim.
Nietzsche afirmava que o cristianismo, imperioso a partir da Idade Média, impôs uma inversão de valores morais que culminaria no enfraquecimento do ser humano por ser a negação dos impulsos morais que falam mais alto em qualquer animal.
Nietzsche conjectura que nós, humanos, percebemos que a existência de Deus é indefensável e indesejável. Portanto, Nitetzsche afirma, e não prova, a indefensabilidade da crença em Deus, mesmo ao explicar sua indesejabilidade.
Na filosofia da religião é onde ocorre o debate sobre a existência de Deus com a análise dos argumentos contra e a favor da existência de Deus, a filosofia da religião também se preocupa com a justificação e a epistemologia da crença e a relação da ciência com a religião.
Nietzsche se referia na verdade ao que Deus representava para a cultura europeia, à crença cultural compartilhada em Deus que no passado havia sido a característica que unia e definia a Europa. Nietzsche estava falando da Europa sem Deus.
Porque Nietzsche foi considerado o homem que matou Deus?
Nietzsche propunha que, recusando Deus, podemos também nos livrar de valores que nos são impostos. A maneira de fazer isso seria questionando a origem dessas ideias. Ele se definia como um “imoralista”, não porque pregasse o mal, mas por entender que o correto seria superar a moral nascida da religião.
Ao afirmar que não acredita em um Deus que não dance, Nietzsche estava criticando a ideia de um Deus concebido como uma entidade distante e rígida, que impõe regras e restrições à vida humana. Ele buscava uma visão de divindade mais dinâmica, que estivesse em harmonia com a vitalidade e a energia da existência.
Como visto, segundo Nietzsche, Jesus não possui ressentimento, não cria ulltramundos, não promete um reino celeste futuro e não dissemina esperanças transcendentes. Isto gera a ilusão de que Jesus seria um tipo afirmativo.
Daí Nietzsche afirma: “A palavra cristianismo já é um mal entendido – no fundo só há um cristão, e ele morreu na cruz” (NIETZSCHE, 2007, p. 45). Mas este dito “salvador”, tal como Nietzsche o menciona, não é o fundador de uma Igreja, pelo contrário, ele é a negação de toda organização.
(Ufsj 2012) Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, respectivamente, como a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas.
Ele dizia que não acreditava nas religiões, MAS não as refutavam. Ele que era critico do niilismo por dizer que não faz sentido dizer não a tudo. Por ele não acreditar nas religiões nem acusa-las de falsa, então, ele nem acreditava nem desacreditava.
Segundo ele Deus permanece apenas no plano lógico e, portanto, não pode acrescentar nada ao conhecimento e dele só se pode afirmar a possibilidade enquanto pode ser pensado apenas como uma ideia e não como um conceito do entendimento (I. KANT, CRP, A 592 B 620 – A 602 B 630).
Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: de Deus, da alma e do sentido da vida. Para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.
Nietzsche acreditava que poderia haver novas possibilidades positivas para os humanos sem Deus. Abandonar a crença em Deus abre o caminho para que as habilidades criativas humanas se desenvolvam plenamente.
Uma descida ao caos é vista como uma possibilidade. Mas Nietzsche vê a morte de Deus como um grande perigo e uma grande oportunidade. Oferece-nos a oportunidade de construir um novo conjunto de valores, que expressará um amor recém-descoberto deste mundo e desta vida.
Segundo essa lógica, Nietzsche teria sofrido com a sífilis no final da vida, o que desencadeou a demência e a destruição do seu cérebro. O filósofo morreu em 25 de agosto de 1900.
Nietzsche vai ao cerne do problema: Deus está morto como uma verdade eterna, como um ser que controla e conduz o mundo, como um pai bondoso que justifica os acontecimentos, como sentido último da existência, enfim, como uma ética, como um modo de vida, independente de sua existência ou não.
O que significa a morte de Deus segundo Nietzsche?
A morte de Deus nos comunica o fato de que foi ultrapassada a ideia do Deus da metafísica; isso, contudo, não abole o suprassensível de fato, nos diz apenas que não há um fundamento (Gründ) definitivo. Nada mais que isso. Se não há, portanto, mais um fundamento definitivo, o ser acontece na história, torna-se evento.
Para Nietzsche, o elemento religioso se mostra como resultado de um instinto criador. A vida enquanto vontade de poder inventa a religião, novos deuses, enfim, vários mecanismos capazes de fazer aumentar o seu poder. Assim, o instinto religioso continua a forjar novas espiritualidades, novos deuses para a vida.
Das grandes religiões que existem hoje – organizadas em torno de templos, textos sagrados, mitos de criação, sacerdotes etc. –, a mais antiga provavelmente é o hinduísmo, seguido por cerca de 1,3 bilhão de pessoas (15% da população mundial).
Tomás de Aquino, Descartes, Locke, Leibniz e Kant era teístas cristãos professos. Sócrates, Platão e Aristóteles eram deístas (ou seja, eles criam na existência de Deus, mas que Ele não se revelou de maneira especial para a humanidade e não estaria direta e permanentemente envolvido nas questões humanas).
De acordo com o conceito filosófico Deus é espírito, concreto; e se indagarmos mais de perto o que seria o espírito, então o conceito fundamental de espírito seria aquele desenvolvido em toda a doutrina religiosa.