O que os filósofos dizem sobre a vida após a morte?
Que, para os filósofos não-niilistas, a morte somente é capaz de aplacar o nosso corpo físico, mas a alma (ou ainda a essência de cada ser humano) permanece, mesmo após a morte. Essa é a filosofia defendida por pensadores importantes como Sócrates e Platão, por exemplo.
O primeiro modo filosófico de considerar a morte é através da nadificação, ou seja, a morte é pensada como: “... uma porta aberta ao nada de realidade humana, sendo esse nada, além disso, a cessação absoluta de ser ou a existência em uma forma não humana.” (SARTRE.
Platão considerava que a alma após a morte reencarnava em outro corpo, porém a alma que envolvia com a filosofia e com o Bem, era favorecida com a morte do corpo. A ela era oferecida a oportunidade de passar o resto de seu tempo convivendo com os deuses. O conhecimento da alma é que dá razão à vida.
Segundo Sócrates, “ninguém sabe o que é a morte, nem se, por- ventura, será para o homem o maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males.
O QUE OS FILÓSOFOS PENSAM SOBRE A VIDA APÓS A MORTE
O que é a morte para Platão?
Para que se possa compreender o que de fato significa morte, Platão apresenta o evento de separação de corpo e alma, como algo definitivo. Para o filósofo esta separação indica o estado de existência que, tanto o corpo como a alma, irão percorrer, buscando em “campos” distintos a sua plena realização.
A morte é, portanto, para Aristóteles o que há de mais temível na nossa vida7. Ela torna-se, assim, um termo para a vida, e por isso mesmo, só ela põe fim à perfeita felicidade humana.
49 Logo, a morte não livre deve ser uma consequência lógica da vontade cativa diante do tempo que passa, pois é somente assim que a morte parece ser um acidente que assalta o homem. O tempo em que se morre covardemente é sempre o tempo errado quando o tempo mesmo é encarado como a causa da incompletude.
O luto é um processo lento e doloroso, que tem como características uma tristeza profunda, afastamento de toda e qualquer atividade que não esteja ligada a pensamentos sobre o objeto perdido, a perda de interesse no mundo externo e a incapacidade de substituição com a adoção de um novo objeto de amor (FREUD, 1915).
Para Sartre (2015) a morte tem a característica de individualizar o ser humano, pois é um fenô- meno da vida pessoal que o torna único, em que o indivíduo passa a ser responsável tanto pela vida como pela morte, não pelo fenômeno contingente, mas pelo caráter de finitude.
Fiel a este materialismo, Epicuro elabora suas reflexões quanto à morte. Acredita que somos um corpo formado por átomos e que, portanto, quando estes átomos chegam ao fim, morremos. Vivemos o tempo necessário de nossa existência. Para Epicuro não devemos temer a morte, porque ela nada significa a nós.
Hinduísmo. O hinduísmo é muito praticado na Índia e Paquistão, na Ásia. Para os adeptos, uma pessoa morre e o seu corpo é levado pelos parentes até o Rio Ganges, onde ele é cremado. Os indianos creem que a pessoa não é o corpo físico, mas sim a alma – e essa, depois que o corpo físico morre, parte rumo a outra dimensão ...
Quando ocorre a morte encefálica, não existe mais a consciência do paciente. Ele não consegue mais pensar ou perceber o meio ao redor. Ele deixa de existir como pessoa e seus órgãos fora do sistema nervoso continuam funcionando de forma artificial”, afirma Duarte.
O que vem depois da morte de acordo com a ciência?
É claro que a ciência moderna está também procurando entender estas grandes incógnitas. Hoje sabemos que, em geral, no momento da morte, todos perdemos os sentidos na mesma ordem: primeiro deixamos de sentir fome e sede, depois perdemos a capacidade de falar, depois perdemos a visão.
O que acontece quando morremos? Quando morremos, nosso espírito e corpo se separam. Mesmo que nosso corpo morra, nosso espírito — que é a essência de quem somos — continua. Nosso espírito vai para o mundo espiritual, que está dividido entre o paraíso e a prisão espiritual.
A morte portanto é vista como purificação e futuro encontro com os Deuses. Platão assume tal elemento escatológico, ao inserir no Fédon, um Sócrates diante da morte que não a teme por acreditar que ao morrer, sua alma encontrar-se-á com os Deuses no Hades.
A morte constitui uma limitação da unidade originária do "ser-aí", significa que a transcendência humana, o "poder-ser" (Dasein), contém uma possibilidade de não-ser. Diz Heidegger: "O 'fim' do ser-no-mundo é a morte.
Outro filósofo importante que nos ajuda a entender a morte foi Montaigne. Ao contrário de Epicuro, Sócrates e Platão, Montaigne acreditava que somente a filosofia era capaz de preparar o homem para a morte.
A este respeito, a morte de Sócrates apresenta um novo direcionamento, isso porque, o filósofo acreditava que com a morte do corpo, a alma não morre juntamente com ele, pois essa é imortal e passa a ter um papel inédito para que se possa alcançar a sabedoria, que é o objetivo ultimo do filósofo.
Razão pela qual o filósofo sustenta: "A morte nada significa para nós". Ao contrário do que acreditavam Sócrates e Platão, ele justifica sua convicção: "A morte é uma quimera: porque enquanto eu existo, ela não existe; e quando ela existe, eu já não existo".
A sentença "Deus está morto" significa: o mundo supra-sensível está sem força de atuação. Ele não fomenta mais vida alguma. A metafísica, isso significa para Nietzsche a filosofia ocidental entendida como Platonismo, está no fim.
Sêneca expõe que a morte é um dos pilares da existência, ou seja, um feito natural e previsto, cabendo ao homem ideal ser consciente dessa condição e, por conseguinte, desprender-se do medo da morte suscitado e, quando preciso, valer-se do suicídio a fim de resguardar a dignidade do ser humano.
A morte (da maneira como é concebida por Schopenhauer, aquela que é conseqüência da negação da vontade), sim, ela é o fim não só do indivíduo, mas de todo o querer que nele está presente e é somente ao relutar diante da dominação daquela vontade que o homem dela pode se libertar.