Os tutsis é o segundo maior grupo, ocupavam as camadas mais altas da região, pertenciam uma taxa média 14% da população (censo belga 33/34), os tutsis trabalhavam com gados e/ou trabalhos administrativos (em predominância, comparado aos hutus), era considerado os que tinham maior poder aquisitivo entre os banyarwandas.
Eles definiram "Tutsi" como qualquer um que possua mais de dez vacas (um sinal de riqueza) ou com a característica física de um nariz mais longo, ou pescoço mais longo, comumente associado aos tutsis. A altura também era uma característica diferenciadora entre os tutsis e os hutus.
Os tutsis eram predominantemente pastoreiros e apresentavam maior estatura. Os hutus, de pele mais escura, e menor estrutura, tinham tradição agrícola. A partir da colonização sob o domínio alemão, e posteriormente belga, esses dois povos tiveram sua organização modificada.
Os hútus ou hutus (Bahutu) são o mais numeroso dos três grupos étnicos presentes em Ruanda e no Burundi; de acordo com a Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, 85% dos burundineses e 84% dos ruandenses são hutus.
Os hutus se rebelaram em uma revolta que acabou em um genocídio da etnia tutsi e o que anteriormente era uma disputa por território e poder - como em qualquer outro lugar do mundo -, tornou-se uma luta pela vida e dignidade.
Por que as milícias hutus quiseram matar os tutsis?
Armas e listas de alvos foram entregues a grupos locais, que sabiam exatamente onde encontrar suas vítimas. Os extremistas hutus tinham estações de rádio e jornais que transmitiam propaganda de ódio, exortando as pessoas a "eliminar as baratas", o que significava matar os tutsis.
Quantos anos durou o conflito entre tutsis e hutus?
Motivada pela disputa étnica entre hutus e tutsis, a Guerra Civil em Ruanda aconteceu entre 1990 e 1994 e ficou marcada pelo genocídio de 800 mil tutsis.
Ruanda está na região oriental da África, a última do continente a se integrar a economia mundo capitalista, onde antes dessa integração existia um sistema de castas que dividia a população em Tutsis, formada pelos grandes criadores de gado, e Hutus, formada pelos pequenos agricultores.
Qual foi o motivo do conflito entre hutus e tutsis?
Esses movimentos, em geral liderados por hutus, desejavam garantir a independência do país e pôr fim aos privilégios dos tutsis. O processo independentista em Ruanda resultou na Revolução Ruandesa de 1959, que ratificou a independência do país em 1962.
Por três meses, o Exército, as milícias Interahamwe, mas também cidadãos comuns massacraram — com armas, facões ou porretes — os tutsis, a quem chamavam com o adjetivo "inyenzi" ("baratas" em Kinyarwanda), e os opositores hutus.
O L, ou perdedor, é um gesto de mão feito estendendo o polegar direito e os dedos indicadores, deixando os outros dedos fechados para criar a letra L, interpretada como "perdedor" (do inglês, loser) e geralmente dada como um sinal de humilhação ou menosprezo.
Qual a causa da guerra civil em Ruanda quando tudo começou?
Entre os anos de 1990 e 1994, ocorreu a Guerra Civil em Ruanda. O conflito começou quando tropas de oposição ao governo do presidente Juvénal Habyarimana (no poder desde 1973) deram início a ataques. As ações se deram a partir de campos de refugiados em Uganda.
Até 1890, durante a ocupação alemã, o país era comandado por uma monarquia tútsi, povo que, segundo a crença, tinha origem celestial e o direito divino de governar. Após a Primeira Guerra Mundial, Ruanda deixou de ser colônia alemã e se tornou um território sob tutela da Liga das Nações.
Ruanda hoje tem baixo nível de corrupção em comparação com os países vizinhos, embora as organizações de direitos humanos relatam supressão de grupos de oposição, a intimidação e as restrições à liberdade de expressão. O país tem sido governado por uma hierarquia administrativa desde os tempos pré-coloniais.
Genocídio em Ruanda: como foi o massacre de 100 dias que terminou com 800 mil mortos. Em 1994, em apenas 100 dias, cerca de 800 mil pessoas foram assassinadas em Ruanda por extremistas do grupo étnico hutu.
A partir da década de 1950, a Bélgica passa a preparar Ruanda para a independência, seguindo o contexto de descolonização de várias nações no continente africano. Formou-se, então, um governo dos tutsis, que liderariam Ruanda durante o processo de descolonização e governariam após a independência.
Ruanda é um país marcado pelos conflitos entre dois grupos étnicos: hutus (90% da população) e tutsis (9%). Durante o processo de colonização feito pela Bélgica, os tutsis, mesmo sendo minoria, foram os escolhidos pelo poder colonial para governar o país. A maioria hutu ficou excluída do processo socioeconômico.
O massacre matou quase um terço da população de Ruanda, a maioria pertencente à etnia minoritária tutsi, perpetrado pela maioria hutu. A Igreja foi acusada de apoiar o regime extremista hutu, além de ter participado das matanças. Hoje, cerca de metade da população de Ruanda é católica.
Qual foi o destino dos culpados pelo genocídio de Ruanda?
O Tribunal Superior de Crimes Internacionais e Transfronteiriços de Ruanda condenou nesta quinta-feira a 25 anos de prisão Jean Twagiramungu, extraditado da Alemanha em 2017, pelo papel exercido no genocídio ocorrido no país africano em 1994, em que cerca de 800 mil pessoas foram assassinadas.
Emissoras de rádio foram utilizadas para convocar a população hutu a matar os rivais, e em pouco mais de três meses o país mergulhou no massacre, retratado no filme Hotel Ruanda.