A venda da TBS foi feita como parte de um esforço da Natura para melhorar sua estrutura de capital e responder às cobranças do mercado por mais rentabilidade. Antes da transação, ainda no primeiro semestre do ano passado, a empresa já havia vendido a Aesop para a L'Oreal.
Vendida pela primeira vez em 2006 por pouco mais de US$ 800 milhões para a empresa de cosméticos e cuidados pessoais L'Oréal, a marca foi abandonada por muitos clientes devido à percepção de traição aos seus valores fundamentais.
Em meados de novembro, a firma de private equity Aurelius anunciou que havia adquirido da Natura a marca britânica de beleza The Body Shop, em um acordo de R$ 1,25 bilhão dos quais R$ 563 milhões seriam pagos em cinco anos.
A Natura&Co anunciou nesta terça-feira (14), acordo vinculante para vender a rede de lojas de cosméticos The Body Shop por cerca de US$ 254 milhões (R$ 1,25 bilhão) para a Aurelius Investment.
Natura vende The Body Shop por R$ 1,2 bilhão; Bruno Meyer analisa
Porque a Natura vendeu a The Body Shop?
A venda da The Body Shop pela Natura foi impulsionada pela necessidade da empresa brasileira de reduzir custos após a pandemia. O conglomerado vendeu a marca de beleza australiana Aesop para a L'Oréal em abril por US$ 2,5 bilhões como parte dos esforços para reduzir a alavancagem.
Marca de cosméticos agora pertence, globalmente, à gestora Aurelius, mas tem gestão local de franquias. Vendida no fim do ano passado pela Natura para a gestora alemã Aurelius, a The Body Shop (TBS) ainda mantém um vínculo com a empresa brasileira.
O “inferno astral” da empresa brasileira se dá por uma combinação de endividamento elevado, em razão da captação que a Natura fez para comprar a Avon, em 2020, e pelo ciclo de baixa no mercado de consumo de cosméticos do Brasil e dos Estados Unidos.
Como a The Body Shop perdeu consumidores apaixonados pela marca?
Mais concorrência e inflação
A The Body Shop, que tem cerca de 2,5 mil lojas em mais de 70 países, tem enfrentado uma queda nas vendas em meio ao aumento da concorrência e à inflação em alta. Ela registrou um prejuízo, antes de impostos, de 71 milhões de libras no ano passado, segundo registros públicos do Reino Unido.
Sua tradução para o português é, literalmente, “loja de corpo”, podendo ser vista como um termo pejorativo. O mais adequado é classificar o serviço como “Outsourcing de TI”.
Para recapitular o vaivém de estratégias: a Natura comprou a Avon, que era listada na bolsa de Nova York, em 2019; absorveu essa operação, transformando os papéis em ADS do grupo consolidado na Nyse em janeiro de 2020, mantendo sua listagem na B3.
Dificilmente algum brasileiro não conheça ou não tenha usado algum produto da Natura, a gigante dos cosméticos. Com a compra da Avon no final de 2019, a companhia se tornou a quarta maior do setor de cosméticos do mundo. Antônio Luiz Seabra é um dos fundadores da Natura, empresa criada em 1969.
A Natura vendeu a operação da The Body Shop por 207 milhões de libras (cerca de R$ 1,2 bilhão) para a Aurelius. O acordo envolveu ainda um possível earn out de 90 milhões de libras (cerca de R$ 521 milhões). Para comparação: em 2017, a Natura pagou R$ 5,5 bilhões para adquirir a marca que até então pertencia à L'Oréal.
Qual a comunidade que está no Brasil e faz parte da The Body Shop?
Pioneira na prática do comércio justo, desde 1987 negocia com pequenos agricultores, artesãos tradicionais e cooperativas rurais dos quatro cantos do mundo as melhores matérias-primas para os seus produtos. Duas dessas comunidades, inclusive, encontram-se no Brasil (Soja e Babaçu).
O modelo Body Shop é conhecido na área da tecnologia como uma terceirização de profissionais externos ao time da empresa. Isso significa que os profissionais estarão sob a gestão e backlog da empresa contratante durante o tempo determinado em contrato. No entanto, não há vínculo empregatício com quem os contrata.
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No setor de TI, o Body Shop é um serviço terceirizado em que o parceiro aloca um profissional especializado dentro do cliente. Geralmente, essa pessoa é destinada para tarefas específicas por possuir conhecimento técnico e aprofundado em alguma solução ou necessidade da empresa.
Medida avaliada vem na esteira das recentes vendas de Aesop e da The Body Shop pela Natura &Co. A empresa de cosméticos e beleza Natura &Co anunciou na noite desta segunda-feira (5) que seu conselho de administração autorizou a diretoria a estudar uma separação das marcas Natura e Avon.
Natura manteve a primeira colocação pelo oitavo ano consecutivo. O Grupo Boticário ficou em segundo, enquanto a Avon ficou, pela primeira vez, entre as cinco melhores do levantamento, em 5º lugar, subindo duas posições em relação a 2020.
A empresa, que é uma subsidiária não operacional da brasileira Natura, vendeu seus ativos nos EUA em 2016 e hoje detém a marca Avon fora do mercado americano. A Natura concordou em financiar até US$ 43 milhões em custos com o processo de recuperação judicial, informou a Avon.
Desde então a The Body Shop tornou-se uma empresa retalhista global que serve mais de 30 milhões de clientes em todo o mundo, emprega 22.000 pessoas e opera em mais de 3 000 lojas em mais de 60 países.