Brasil em chamas: fumaça dos incêndios chega a 80% do Brasil devido a mudança no padrão do vento. Incêndios na Amazônia e Pantanal transformam “rios voadores” em disseminadores de fumaça nos Sul e Sudeste; SP registra piores índices de poluição atmosférica na década.
A ocorrência dos incêndios no Brasil está intimamente relacionada ao uso da terra, às atividades econômicas, principalmente, ligadas ao desmatamento para abrir áreas de pastagem e agricultura e, quando já está consolidado, muitas vezes se utiliza o fogo por várias razões, e isso causa os grandes incêndios que estamos ...
O avanço acelerado do desmatamento e da conversão do Cerrado, que também contribui para a mudança do clima, facilita a rápida expansão do fogo que bloqueia estradas, destrói a biodiversidade, afeta a saúde e a segurança alimentar da nossa população, além de prejudicar a produção econômica brasileira.
Quais são os principais motivos das queimadas no Brasil?
Na maioria das vezes, essas queimadas são provocadas pela ação humana de maneira criminosa. Os incêndios são muitas vezes iniciados por agricultores em áreas de pastagens, para renovação de pastos, e por grupos que causam desmatamento para eliminar vegetação rasteira e retirada de madeira para comercialização.
Essa fumaça é proveniente de queimadas do Pantanal, Amazônia, Cerrado e também de países vizinhos como a Bolívia, Paraguai e Argentina", afirma a Climatempo. Inclusive, segundo a empresa de meteorologia, o centro-norte da Argentina também está com bastante fumaça.
Queimadas sempre ocorreram no País ao longo de pelo menos os últimos 30 anos, e elas eram fruto do desmatamento para abertura de novas áreas agrícolas e para pecuária no Cerrado e na Amazônia. Mas 2024 será lembrado como o ano em que esta questão superou os limites.
As queimadas que atingem a Amazônia, Cerrado e Pantanal e enchem o céu do país de fumaça são causadas pela ação humana, para renovação de pasto ou para o avanço do desmatamento. A impunidade e o dinheiro que segue fluindo para os setores que desmatam contribuem para que este problema continue.
O fogo está intimamente ligado ao desmatamento, pois é a forma mais barata e rápida de “limpar” áreas recém-desmatadas. Por muitos anos, a relação entre as duas ações era direta: quanto mais alta era a taxa de desmatamento, maior o uso do fogo na região, e vice-versa.
⛅ Essas grandes nuvens de fumaça são provocadas por queimadas e podem se estender por milhares de quilômetros. Elas são conhecidas como plumas de fumaça e são capazes até de encobrir o sol, como ocorreu no meio da tarde.
O fogo é o meio mais eficiente para os ruralistas escaparem à fiscalização do Ibama. Além disso, os desmatadores têm vantagens na Bovespa, que canaliza R$560 bilhões do agronegócio e que não conta com mecanismos de punição para crimes ambientais.
O fenômeno é possível devido ao avanço de uma frente fria e à presença de fuligem dos incêndios florestais, afetando principalmente o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com possível expansão para o sul do Mato Grosso do Sul e o Sudeste.
Estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade relativa do ar, ventos intensos, uma combinação que favorece o surgimento de incêndios florestais, que se espalham pelo país deixando um cenário desolador.
Já a agropecuária usa extensas áreas e o uso de agrotóxicos mata os insetos que polinizam a floresta. Além disso, a plantação de soja retira cobertura vegetal, aumentando a temperatura em torno do campo de plantio e os riscos de incêndios. Essas atividades estimulam a apropriação ilegal da terra na Amazônia.
Já em 2024, no mesmo período, foram 503,5 km², redução de quase 60 km². É o menor índice para o mês desde 2018 e o segundo ano consecutivo com redução significativa. A queda é bem maior quando comparada a 2022, quando foram registrados alertas de desmatamento em 1.661,02 km² na região.
A estiagem prolongada que atinge a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado cria o cenário perfeito para a propagação do fogo. O aumento das temperaturas globais, impulsionado pelas mudanças climáticas, tem intensificado esses períodos de estiagem, secando rios, matas e florestas.
Parte dos incêndios deve ser decorrente de uma perda de controle acidental do fogo, durante o manejo feito por moradores locais. Além das mudanças climáticas, as queimadas no Pantanal também estão associadas à ação humana na Bacia do Alto Paraguai (BAP).
Geralmente as causas das queimadas são diversas, pois envolvem fatores humanos e naturais. A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação reconhece como principais: Raios: descargas elétricas podem promover incêndios diretos ou indiretos na natureza ou em áreas de pastagens.
Embora queimadas possam ter origem natural, sua ocorrência na Amazônia tem principalmente origem antrópica: a abertura de áreas para o desenvolvimento de atividades econômicas, como a pecuária extensiva e o plantio de commodities agrícolas, é a maior causa da ampliação dos focos de fogo na região.
Na série histórica do INPE, o número de incêndios de 2024 na Amazônia, nos primeiros seis meses, só foi superado em 2003 e 2004. No entanto, ao contrário dos altos índices de desmatamento de 2003-2004, em 2024 o aumento das queimadas ocorre após dois anos consecutivos de queda no desmatamento.
O fogo, usado principalmente no desmatamento e atividades agropecuárias, aumentou devido a uma seca histórica, que deixou a vegetação extremamente vulnerável. No Sudeste e no Centro-Oeste, os incêndios mais que dobraram, como em São Paulo, por exemplo, onde houve aumento de 400% nos focos de fogo.
Artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros aponta que se não forem tomadas medidas urgentes, o ano de 2050 pode marcar o início de uma redução substancial na cobertura de floresta na região amazônica.