De acordo com os dados, 42% da população acredita que as atletas de futebol feminino são excessivamente masculinizadas. Ou seja, na visão do público, as mulheres são vistas apenas nos extremos da hipersexualização ou masculinização dos corpos, o que impacta diretamente na autoimagem das praticantes.
Nesse contexto, torna-se evidente que o futebol feminino está distante de alcançar um patamar ideal. Fatores preponderantes incluem a disparidade salarial, a insuficiência de investimentos, a falta de visibilidade e a persistência do machismo como elementos centrais nesse cenário desafiador.
A representatividade feminina no mundo do esporte é um tema que perpassa décadas de luta por igualdade e reconhecimento. Ao longo dos anos, as mulheres têm enfrentado diversos obstáculos para conquistar seu espaço em um ambiente historicamente dominado por homens.
Qual a maior dificuldade para a valorização do futebol feminino?
Apesar do considerável crescimento e avanço, o futebol feminino no Brasil ainda enfrenta desafios como a falta de investimentos e patrocínios, a disparidade salarial em comparação com os jogadores do sexo masculino e a pouca visibilidade nos meios de comunicação.
Como está a representatividade feminina no esporte?
De Atenas, em 2004, até a última edição em Tóquio, 2021, o crescimento de atletas mulheres foi de 400% na delegação brasileira, de 23 representantes para 95.
Sexismo: Infelizmente, o preconceito de gênero ainda está presente em nossa sociedade. Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, isso pode causar a impressão de que é menor qualidade ou menos importante. Falta de visibilidade: recebe menos atenção da mídia.
Da baixa presença feminina disputando os jogos e campeonatos, à representatividade em cargos de liderança e diferentes níveis hierárquicos e, até mesmo, audiência feminina nas partidas, que também é consideravelmente menor do que a masculina e faz com que a rentabilidade seja baixa.
De acordo com os dados, 42% da população acredita que as atletas de futebol feminino são excessivamente masculinizadas. Ou seja, na visão do público, as mulheres são vistas apenas nos extremos da hipersexualização ou masculinização dos corpos, o que impacta diretamente na autoimagem das praticantes.
Porque o futebol feminino não é tão popular como o masculino?
Há mais patrocinadores interessados no futebol masculino do que no feminino. Falta de visibilidade: ainda recebe muito menos atenção da mídia do que o futebol masculino. Isso inclui não apenas a transmissão de jogos, mas também a cobertura de notícias e histórias de jogadoras.
Como acabar com a desigualdade no futebol feminino?
O futebol feminino pode ser uma importante ferramenta para espalmar o preconceito e diminuir a desigualdade de gênero entre homens e mulheres. Mas para isso é preciso igualar as oportunidades, as condições de treinos, principalmente a valorização e visibilidade do esporte.
Outra forma de incentivar o esporte entre meninas e mulheres, segundo Moura, é consumir as modalidades femininas. “É assistir aos jogos, distribuir informações, dar o protagonismo para essas mulheres e trazer elas para os espaços para serem referências”, destaca.
Quando mulheres são reconhecidas e valorizadas no esporte, é possível construir uma cultura de igualdade, onde mulheres têm oportunidades iguais em todos os aspectos da vida. Isso inclui o acesso a recursos, treinamento, apoio financeiro e oportunidades profissionais no esporte.
Vôlei. O vôlei é o esporte feminino de maior sucesso no país, tanto em resultados quanto em público e popularidade. A Seleção Brasileira de Voleibol Feminino foi estabelecida em 1951 e teve sua estreia no Campeonato Sul-Americano, onde conquistou a medalha de ouro.
De acordo com historiadores, a principal razão para a desigualdade é a profissionalização tardia da modalidade no Brasil, após quase quatro décadas de proibição entre 1941 e 1979.
Alguns desses fatores mais citados pela literatura são: pressão dos pais e treinadores, dificuldades com estudos, dificuldade financeira, treinamento excessivo, necessidade de realizar outras atividades, dentre alguns outros.
Porque o futebol feminino ainda sofre preconceito?
O preconceito no futebol feminino advém de fatores culturais, sociais, os quais precisam ser revistos, já que são fatores limitantes do desenvolvimento não somente do futebol, mas do esporte feminino como um todo.
Somos conhecidos internacionalmente por abrigar os maiores talentos futebolísticos do mundo. Como foi citado anteriormente, o esporte é resistência e luta. Mas a luta, muitas vezes, não fica confinada apenas ao campo, ela está na sociedade como um todo.
Por que o futebol feminino tem menos visibilidade do que o masculino?
Portanto, o futebol, por ser um esporte que envolve contato físico agressivo, acaba sendo visto como “coisa de homem”. Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, o que pode causar a impressão de que o futebol feminino é de menor qualidade ou menos importante.
Durante todo este período o futebol feminino não se popularizou no país, pois, apesar de contar com alguns simpatizantes, sofria uma forte resistência. O futebol não era considerado um “esporte de natureza feminina”.
A desigualdade também se expressa pela falta de incentivo na conciliação do esporte com os estudos e pela insegurança financeira, que são alguns dos fatores que explicam o grande número de desistências das atletas femininas.
O que falta para a valorização do futebol feminino no Brasil?
O esporte feminino sofre desafios, como a falta de patrocínio, de recursos (não há clubes profissionais para o treino), de espaço (não é prioridade no mundo dos esportes), um exemplo disso é a Copa das Américas de 2019 acontecer ao mesmo tempo que a Copa do Mundo feminina do mesmo ano, dividindo as atenções, e como já ...
Por que afinal o futebol feminino ainda é tão renegado no Brasil?
"Porque se o futebol feminino ainda hoje existe no Brasil é pela resistência dessas mulheres, a despeito de toda invisibilidade, da falta de estrutura e de profissionalização. Elas continuam jogando e sempre estiveram jogando bola, mesmo quando foi proibido. Futebol para as mulheres nunca foi concessão.
Quais os motivos do esporte feminino ser desvalorizado?
Além da falta de investimentos em equipamentos, lugares para treinos e preparação física, uniformes, entre outros, o futebol feminino também é financeiramente afetado na questão da disparidade salarial.
Por que existe uma disparidade entre o futebol masculino e feminino?
Em terras tupiniquins, um dos motivos para essa desigualdade entre homens e mulheres no futebol, tem explicação na lei. Isso porque, na década de 40, o futebol feminino foi proibido no Brasil. Um decreto do governo Getúlio Vargas dizia que a prática não condizia com a “natureza” da mulheres!
O que a Copa do Mundo Feminina revelou sobre a desigualdade de gênero?
Disparidade salarial entre homens e mulheres é real destaque da Copa do Mundo Feminina. As jogadoras de futebol da Copa do Mundo Feminina de 2023 ganharão, em média, apenas 25 centavos para cada dólar ganho pelos homens na Copa do Mundo do ano passado, segundo uma nova análise da CNN.