Por que o funk tem uma importância muito grande para o Brasil?
“O funk representa os anseios da juventude periférica das grandes cidades brasileiras, ele expressa a vida desses jovens, suas visões de mundo, seus desejos, seus ideais e estéticas.
“O funk é muito popular entre os jovens e isso acontece pois ele consegue fazer algo que é muito difícil, trazer uma identificação cultural que faz com que os ouvintes se sintam participantes do movimento ao mesmo tempo em que se mantém atual e se une às tendências musicais”.
No Brasil, o funk chegou no final dos anos 1970. O primeiro disco do gênero, “Funk Brasil”, do DJ Marlboro, marcou o início do funk no país. Hoje, com mais de 30 anos de história, o funk já faz parte do calendário oficial, sendo celebrado todo 7 de julho.
Segundo Bruno Ramos, o funk já provou que salva vidas. "Ele tira crianças das mãos do crime, dá um caminho profissional para muitos jovens, permite espaços de liberdade e o reconhecimento para as mulheres e para a comunidade LGBTQIA+, que são esses corpos estigmatizados pela grande mídia”, enfatizou.
Qual a importância do funk para a sociedade brasileira?
“O funk representa os anseios da juventude periférica das grandes cidades brasileiras, ele expressa a vida desses jovens, suas visões de mundo, seus desejos, seus ideais e estéticas.
Para as comunidades, o funk é uma maneira de expor as vivências do cotidiano. Ao mesmo tempo em que o funk é visto como uma forma de manifestação cultural, pode também ser responsável pela inserção dos jovens no meio artístico e no ativismo social.
O funk nos ajuda na tarefa de reconceituação da noção de estética, permitindo defender seus usos transculturais, a despeito de sua associação com a estética ocidental (Ingold, 1994), que por tanto tempo reinou sozinha, impávida, dizendo o que era o certo, o belo e o bom.
O funk é hoje considerado uma das maiores manifestações culturais de massa do Brasil e está diretamente relacionado aos estilos de vida e experiências da juventude oriunda de favelas, portanto ele reflete a vida cotidiana em morros e comunidades do Rio de Janeiro.
Inicialmente as letras falavam sobre drogas, armas e a vida nas favelas, posteriormente a temática principal do funk veio a ser a erótica, com letras de conotação sexual e de duplo sentido.
Acontece que o funk brasileiro surgiu apenas na década de 80, mais especificamente no final da década. O responsável por tal mudança no gênero, e pela caracterização que conhecemos tão bem atualmente, foi Fernando Luís Mattos da Matta, vulgo DJ Marlboro.
O Funk é um estilo muito em alta atualmente, ele abrange várias temáticas, porém geralmente transmitem sentimentos de descontração, por isso é tão popular. O Pagode, apesar de ser igualmente descontraído, ele tende a retratar os assuntos amorosos, seja de decepção ou de alegria.
O Funk carioca foi o segundo gênero musical mais escutado em 2022; já o Funk ostentação ocupou a 12ª posição. Neste primeiro semestre de 2023, as regiões Sudeste e Sul dominam o ranking dos estados brasileiros que mais escutam os estilos, segundo o Spotify.
Fernando Luís Mattos da Matta, conhecido como DJ Marlboro, foi o principal responsável por fazer o gênero se tornar o que é hoje. Ele quem introduziu a bateria eletrônica no gênero musical, recurso esse que perdura até os dias atuais. No final da década de 1980, o DJ lança seu primeiro disco, intitulado “Funk Brasil”.
Um dos gêneros mais populares do Brasil, o funk completa 30 anos em 2019. Para celebrar esse momento marcante, o Spotify divulgou dados da plataforma. E, segundo o serviço, a faixa do ritmo mais ouvida no Brasil é Bum Bum Tam Tam, de Mc Fioti.
Os países que mais escutam o funk, além do Brasil, são Portugal, Estados Unidos, Itália, França e Argentina. Um novo rótulo, impulsionado pelo fenômeno do TikTok, também vem tomando cada vez mais espaço em locais longínquos do País, especialmente entre jovens naturais do leste europeu.
O funk (pronúncia: [fânc]) é um gênero musical que se originou em comunidades afro-americanas em meados da década de 1960, quando músicos afro-americanos criaram uma nova forma de música rítmica e dançante através da mistura de soul, jazz e rhythm and blues.
Nesse contexto, o funk, como produto cultural, determina o modo de ser jovem, reforça valores, envolve-o nas representações identitárias, ligadas a um desejo simultâneo de autoafirmação, de liberdade, de inclusão e de resistência.
O funk surgiu entre as décadas de 1950/60 nas comunidades negras dos Estados Unidos, quando misturaram os gêneros musicais soul, jazz e rhythm and blues. A partir de então, surgem os primeiros artistas a serem identificados com o estilo musical que hoje é chamado de funk.
O ritmo característico das favelas e periferias fluminenses, ganhou uma conotação pejorativa durante a década de 2000 com o surgimento de letras que faziam apologia ao crime, uso de drogas e objetificação do corpo da mulher com sua vertente intocável nas rádios: os chamados proibidões.
“O funk é tudo isso, mistura musical, poesia que expressa a realidade das pessoas e é também festa, é música feita pra dançar, é corpo, é uma forma de lidar com o corpo e com a sexualidade”, conta. “É uma expressão artística de vanguarda, inovadora, transgressora, que desafia regras, códigos e limites”.
O funk carioca faz sucesso porque tem um ritmo dançante, intenso, envolvente, sendo derivado de estilos de sucesso como o Freestyle e o Miami Bass. Esse ritmo começou em bailes organizados na periferia e favelas do Rio e rapidamente fez muito sucesso pelo país.
Popularmente, o funk tem a função de aumentar a interação social e serve para difundir os interesses dos alunos de uma forma descomplicada, onde a prioridade é se divertir e passar o tempo da melhor forma possível, longe do preconceito ou estereótipo midiático.
O funk dá visibilidade às favelas no cenário musical e incentiva os jovens das periferias a acreditar em outras possibilidades através das letras das músicas.