"Ele é muito inclinado e tem barragem. Quando sobe, tem que abrir barragem e a água vem mais rápida." Por outro lado, chuvas registradas na cabeceiras do Rio Jacuí demoram de dois a três dias para atingir Porto Alegre. Outro motivo para o aumento do nível do Guaíba é a direção e intensidade dos ventos.
Basicamente, a vazão e o vento — além das chuvas — são os fatores responsáveis pela estabilização do lago Guaíba. Segundo o Metsul, o vento sul passou a soprar mais fraco e o pico da vazão na região acontece neste momento. Esse vento sul é o que gera represamento e contribui para manter o Guaíba elevado.
Por que a água não baixa em Porto Alegre? Isso acontece em parte porque o Rio Taquari, assim como os rios dos Sinos, Jacuí, Caí e Gravataí, desemboca no Guaíba, que banha a região metropolitana de Porto Alegre.
As inundações foram reflexo da quantidade elevada de chuva que caiu no estado desde o dia 27, sob efeito do El Niño, e foram também uma das consequências dos efeitos das mudanças climáticas no mundo.
O lago atingiu nível máximo de 5,35 metros no começo de maio, superando a cheia histórica de 1941, quando o Guaíba chegou a 4,76 metros. Com isso, ele transbordou e invadiu bairros da cidade, expulsando pessoas de casa, após os temporais que assolaram o estado a partir do fim de abril.
Enchente no Rio Grande do Sul: Guaíba forma ondas em Porto Alegre; veja vídeos
Por que Porto Alegre inundou?
— Nós temos uma rede (de drenagem) extremamente sobrecarregada por água e, agora, com sua capacidade reduzida porque há um grande acúmulo de areia, de lodo, depositado sobre essa rede, então diminui ainda mais a eficiência. Faz com que a água fique mais superficial, visto que aqui tivemos um grande volume de chuva.
Em primeiro lugar, foram as chuvas muito volumosas e duradouras que ocasionaram a cheia sem precedentes e o transbordamento da água de vários cursos d'água no estado, além de terem condicionado a cheia histórica do lago Guaíba, que abastece a região metropolitana de Porto Alegre.
O problema principal foi o retorno da rede de esgoto, que causou alagamentos na emergência e no 5º andar do hospital. Bairros adjacentes, como a Cidade Baixa e o Centro Histórico, também foram afetados por alagamentos.
O Brasil passa por intensas questões climáticas em 2024. Chuvas devastadoras na Região Sul causaram a maior tragédia do Rio Grande do Sul com enchentes que destruíram parte da capital gaúcha e arredores.
O que causa as enchentes de causas naturais? As enchentes de causas naturais ocorrem quando o leito de um rio é inundado além de seu limite, causando cheias na área onde o rio está de tempos em tempos. Esse fenômeno costuma ser mais comum em áreas planas, chamadas de planícies de inundação.
O alto volume de chuvas no Rio Grande do Sul fez com que os rios ocupassem extensas áreas, e, com a dificuldade de escoamento, as cidades se mantém inundadas. Enquanto nas áreas de serra o relevo ajuda no escoamento das águas das chuvas pelo efeito da gravidade, nas áreas planas há o acúmulo.
Em função disso, considera-se o delta do rio Jacuí como a nascente do Guaíba, situando-se na altura da Usina do Gasômetro, na região central de Porto Alegre.
O que realmente aconteceu com o Rio Grande do Sul?
O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública. Nesse dia também foram contabilizadas mais cinco mortes, totalizando 10 óbitos. Metade das vítimas fatais até então era de pessoas idosas. Entre as causas das mortes estavam descarga elétrica, afogamento e deslizamentos de terra, segundo a Defesa Civil.
Qual foi o motivo das enchentes no Rio Grande do Sul?
Desta vez, contudo, ocorreu no estado a enchente mais forte de toda a história, que ele atribui, em parte, à mudança climática causada pelo excesso de gás carbônico na atmosfera. “Essa é a parte natural do evento”.
Quando começou a enchente em Porto Alegre em 2024?
01.05.2024: com receio de elevação do nível do Guaíba, negócios na Orla optam por fechar. 02.05.2024: com chuva forte, avenida São Pedro registra pontos de alagamento. 03.05.2024: vista aérea da região central de Porto Alegre. 04.05.2024: começam os resgates no bairro São João, zona norte da Capital.
19 de junho de 2024 - Os moradores de Porto Alegre que tiveram as casas inundadas durante as enchentes de maio voltaram a registrar alagamentos nas residências após a chuva que atingiu a capital do Rio Grande do Sul. Os maiores transtornos ocorreram na Zona Norte da capital.
Porto Alegre é cercada por uma parede de montanhas e, também, pelo mar. Toda a chuva que cai em outras regiões do estado acaba escoando nos rios próximos a cidade, como o Guaíba. A cidade acaba servindo como uma espécie de “bacia” para todo o funil de rios do estado.
As mudanças climáticas têm relação direta com as chuvas extremas que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e o começo de maio e causaram a maior tragédia ambiental já vivida pelo estado.
Quais são as cidades do Rio Grande do Sul que estão alagadas?
Áreas mais afetadas são os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí, além do Guaíba, em Porto Alegre, e da Lagoa dos Patos, em Pelotas e Rio Grande.
O agravamento da situação por conta do vento sul ocorre por conta da direção das rajadas, contrárias ao escoamento da água para o mar pela Lagoa dos Patos – onde o Guaíba deságua – e para o canal ao oceano nas cidades de Pelotas e Rio Grande.
As inundações são reflexo da quantidade elevada de chuva que cai no estado desde o dia 27, sob efeito do El Niño, e são também uma das consequências dos efeitos das mudanças climáticas no mundo. Já choveu o volume esperado para seis meses em algumas cidades neste curto período.
A topografia da cidade de Canoas é toda muito mais baixa. Um bairro muito populoso de Canoas, chamado Mathias Velho, que está localizado na várzea do Rio dos Sinos, foi inundado porque os diques que protegiam esse bairro não funcionaram”, detalha Collischonn.