O silêncio nos tira da zona de conforto, abala nossas estruturas, nos deixa vulneráveis e mais sensíveis àquilo que antes estava oculto; ele tem a capacidade de iluminar nossa consciência para as realidades mais confusas, ajuda no processo de compreensão e esclarece nosso entendimento.
O barulho tira o nosso foco, bem-estar e saúde. Causa desassossego, irritação, pode agravar sintomas relacionados a ansiedade e estresse. E nos coloca para longe de nós mesmos. Em contrapartida, o silêncio tem propriedades calmantes e curativas.
O ruído excessivo também pode resultar em elevados níveis de estresse. Acredita-se que as ondas sonoras ativam a amígdala, estruturas associadas à formação da memória e à emoção, causando uma liberação de hormônios do estresse.
Esse é o ponto mais básico do tratamento de silêncio. Não diga nada, mesmo que o outro tente puxar uma conversa. É importante não responder comentários, discussões ou até mesmo acusações. Se a pessoa insistir, deixe claro que não vai responder no momento.
O silêncio é um bem muito apreciado porque nos permite pausar e ponderar antes de agir ou falar. Precisamos cuidar de nosso ambiente para que não entre barulho excessivo, embora muitas vezes busquemos no silêncio o refúgio por medo de sermos julgados ou questionados.
O SILÊNCIO também é uma forma de RESPOSTA | LEANDRO KARNAL
Porque silêncio melhor resposta?
O silêncio nos tira da zona de conforto, abala nossas estruturas, nos deixa vulneráveis e mais sensíveis àquilo que antes estava oculto; ele tem a capacidade de iluminar nossa consciência para as realidades mais confusas, ajuda no processo de compreensão e esclarece nosso entendimento.
Pesquisas comprovam: se manter em silêncio pode elucidar ideias, fortalecer sua memória, ajudar no tratamento de depressões além de prevenir doenças cardiovasculares. O silêncio é o ponto de encontro entre o sono e a meditação.
O silêncio pode acalmar, ferir, amparar ou violentar. Em algumas ocasiões pode trazer paz, em outras, tempestades. O silêncio também pode corresponder à reflexão, a um turbilhão de pensamentos pulsando dentro de nós. Às vezes, o silêncio é solidão, vazio, dor e tristeza.
A quietude traz consigo a possibilidade de evoluir a consciência sobre o próprio corpo, mente e alma, fazendo com que os pensamentos e ações deixem de ser automáticos e passem a ser percebidos e executados com mais clareza. Isso permite o progresso do autoconhecimento – fundamental na busca pela saúde mental.
“O silêncio nos convida a ter 'espaço mental', ou melhor, nos revela que temos um espaço interno. No dia a dia não entramos em contato com esse espaço, pois ele está o tempo todo preenchido por algum ruído, barulho: música, trabalho, texto, filmes, discussões, reuniões, o que for”, diz ele.
Ficar em silêncio é uma forma de transmitir emoções, tanto positivas como negativas. Em algumas culturas, o silêncio demonstra desconforto. Em outras, respeito e concordância.
Silêncio é a ausência total ou relativa de sons audíveis. Por analogia, o termo também se refere a qualquer ausência de comunicação, ainda que por meios diferentes da fala.
O poder transformador do silêncio está em nos libertar de nossos pensamentos, medos e desejos, dissipando as tensões do passado e as expectativas em relação ao futuro. Só no presente podemos descobrir quem realmente somos, alcançando assim a paz e a alegria que estão dentro de nós.
O que acontece é que quando não verbalizamos nossa experiência e não contamos das nossas necessidades não atendidas, a tendência é que os incômodos se acumulem e acabem sendo ditos de maneira que machuca.
A sabedoria e a prudência tem suas raízes no silêncio. Não há reflexão onde há barulho. No silêncio Deus fala em nosso coração e encontramos respostas para tudo. O silêncio é uma resposta, em muitas situações ele traz: meditação, reflexão, revelação, oração, insight.
O silêncio é acima de tudo, uma comunicação profunda! No silêncio, encontramos um caminho de volta para nós próprios. Longe do tumulto do mundo exterior, é no silêncio que podemos ouvir os batimentos do coração, refletir sobre os pensamentos mais profundos e conectarmo-nos com quem somos.
A ideia do “calado vence” (frase que tornou-se tônica para fugir de encrencas nas redes sociais) tem sido defendida por especialistas em saúde e bem-estar como o útimo grito do autocuidado, com aplicação fácil: basta falar menos, ouvir mais e aproveitar os momentos de silêncio.
Mas você sabia que o silêncio pode ter também um efeito poderoso? É uma das lições que a Bíblia nos ensina: Provérbios 17.28: “Até o insensato passará por sábio se ficar quieto e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento.” Provérbios 21.23: “O que guarda a boca e a língua guarda das angústias a sua alma.”
E sim, o silêncio também é resposta. Não aquela que esperávamos, mas é. É aquele silêncio que fala, que diz claramente: do outro lado, há alguém que, por uma razão, não está disponível para você. Mesmo que o status esteja disponível ou online o tempo todo, não há intenção alguma em resposta.
O silêncio é um dizer que faz surgir um sentido, a saber, na pausa, nos intervalos, nas reticências. O sentido que se revela no silêncio diz respeito a um contexto, o qual atualiza a história do sujeito. Para a psicanálise esse contexto é o da análise, onde o silêncio anuncia o discurso do inconsciente.
O silêncio pode levar a sentimentos de rejeição, abandono e isolamento, o que pode levar à depressão e ansiedade. Se você está enfrentando o tratamento do silêncio em um relacionamento, é importante agir de maneira assertiva para lidar com a situação.
E agora eu vou te dar um código. lá em provérbios dezessete, vinte e oito tá escrito assim, ó até o tolo. Se ficar calado se passa por sábio. Dica que eu te dou, cala a boca, Pablo, eu quero falar.
A primeira é quando alguém está te dizendo como é que ela se sente: escute e fique em silêncio. A segunda é quando todo mundo está falando ao mesmo tempo. Não desperdiça sua energia, fique em silêncio. A terceira é quando não te deixam terminar de dizer o que você está dizendo.