A umbanda é uma religião brasileira que incorpora elementos sincréticos de diversas tradições religiosas. A umbanda combina influências de diversos credos, como candomblé, catolicismo e espiritismo, promovendo o culto aos orixás e a interação com entidades espirituais.
O sincretismo da Umbanda e do Catolicismo no Brasil é um testemunho da resistência cultural dos escravizados africanos contra a imposição religiosa da colonização. Ele representa a habilidade de preservar identidades culturais e espirituais em meio a circunstâncias adversas.
A Umbanda na busca de sua estruturação utiliza um processo sincrético para que possa legitimar-se enquanto religião socialmente aceita, de acordo com os conceitos de modernidade, inseridos num contexto histórico de grandes transformações sociais, econômicas e políticas.
O sincretismo religioso é um fenômeno que ocorre quando elementos de diferentes tradições religiosas são combinados em uma única prática ou crença. A origem exata do sincretismo religioso é difícil de determinar, uma vez que ele ocorreu em muitas culturas e em diferentes épocas ao longo da história da humanidade.
O evangelho de Jesus Cristo é uma das suas referências morais por meio de valores como caridade e fraternidade – o próprio Cristo é uma figura de destaque na figura do orixá Oxalá. A religião prega também a imortalidade da alma, a reencarnação, e a existência e a interação com entidades espirituais.
Católicos podem ir à umbanda e candomblé? - Programa Na Verdade
É verdade que a Umbanda acredita em Deus?
A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na existência do mundo espiritual que interage o tempo todo com o plano material.
Na crença da umbanda, são reverenciados orixás, que são entendidos como entidades superiores. Entre os orixás, está Ogum que, no sincretismo religioso, está associado a São Jorge, principalmente no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
No Brasil, o sincretismo católico é evidente na forma como santos católicos foram associados a divindades africanas e indígenas. Por exemplo, Nossa Senhora Aparecida é frequentemente sincretizada com Oxum, um orixá africano.
A Umbanda é uma religião brasileira, que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs, porém sem ser definida por eles. Formada no início do século XX no sudeste do Brasil, a partir da síntese com movimentos religiosos como o Candomblé, o Catolicismo e o Espiritismo.
Na tentativa de defender a religiosidade e a identidade de um povos, eles mantiveram a crença através dos Otás [pedras]. Assim, cada Orixá tinha sua pedra - colocada dentro imagens que representam os santos católicos - reverenciada sem a opressão dos senhores.
A mesma coisa aconteceu com Exu, que é o demônio segundo algumas tradições no Brasil, mas é o mensageiro entre os homens e os deuses segundo outras. Assim, pode ser associado a esse mensageiro, que, no sistema cristão, é Jesus. Quando se vai a Cuba, Exu é o Menino Jesus de Praga.
Por isso, para a Umbanda, uma religião genuinamente brasileira, Jesus é o equivalente a Oxalá, o criador. A figura de Jesus, em termos históricos, por mais que sua santidade seja dependente de cada fé que cada um tiver, possui uma relevância histórica muito grande.
3. Pomba-gira. Conhecida como dama da noite, nas duas crenças é considerada a figura feminina de Exu. Além de atuar como mensageira espiritual, a pomba-gira também exerce o papel de uma mulher independente e dominadora – relacionada ao amor e ao desejo.
Para disfarçar, identificavam seus deuses com os santos da religião católica. Por exemplo, quando rezavam em sua língua para Santa Bárbara, estavam cultuando Iansã. Quando se dirigiam a Nossa Senhora da Conceição, estavam falando com Iemanjá. Esse processo foi chamado de sincretismo religioso.
Os adeptos tiveram que associar a imagem dos orixás aos santos da Igreja Católica para burlar a doutrinação cristã. Essa relação é chamada de sincretismo – junção de doutrinas religiosas e reinterpretação das normas. Por isso que, no Candomblé, Ogum é visto como Santo Antônio, e Iemanjá de Nossa Senhora da Conceição.
O que a Igreja Católica fala sobre o sincretismo religioso?
A partir do momento que a Igreja Católica faz a fusão de elementos culturais desse povo na religiosidade, ela já configurou uma forma de sincretismo religioso. O sincretismo de origem afro surge com a religião católica, numa busca de camuflar as suas crenças, que eram totalmente proibidas em país católico.
"O sincretismo sempre significa uma mistura, a troca simbólica que dá como resultado uma terceira coisa. É uma fusão cultural que traz valores de uma cultura para outra, que por vezes tem esses 'símbolos disfarçados' ", diz o sociólogo e historiador de arte Marcos Horácio Gomes Dias, doutor em história social.
Ezequiel 13:18 e 20 – “e dize: Assim diz o SENHOR Deus: Ai das que cosem invólucros feiticeiros para todas as articulações das mãos e fazem véus para cabeças de todo tamanho, para caçarem almas!
Na cosmovisão umbandista, portanto, deus e o diabo estão, em certa medida, juntos e unidos– entrelaçados. E, fundamentalmente, não há um outro diabólico – fora – a ser extinto porque o Diabo também está aqui, ao lado, saudado, reverenciado e dentro de cada um. Assim como Deus.
O binário profano/sagrado se traduz como uma oposição entre o real e pseudo real, na qual sagrado está extremamente saturado de ser, de significados, de conexões entre humanos e divindades que os cercam. Na transformação do profano em sagrado, os seres humanos se aproximam de seus divinizados.