As razões para este aumento na prevalência não são totalmente compreendidas e provavelmente complexas. Alguns possíveis fatores que foram propostos incluem uma melhor sensibilização e rastreio do autismo, mudanças nos critérios de diagnóstico e fatores ambientais ou genéticos.
Esse crescimento da prevalência do TEA pode estar associado a três fatores principais. “Primeiro, pelo aumento do acesso aos serviços de diagnóstico, por maior esclarecimento da população, menos estigma e maior disponibilidade de serviços. Segundo, o diagnóstico dos casos mais leves, que antes não eram identificados.
Por que estão nascendo muitas crianças com autismo?
A exposição a toxinas ambientais como pesticidas, consumo de certos medicamentos durante a gravidez (como antiepilépticos e antidepressivos, por exemplo), certas infecções maternas durante a gravidez e consumo de álcool durante a gestação também podem ser outras razões pelas quais temos maiores incidências de bebês ...
Além disso, “se acredita que a maior causa de aumento na incidência é resultante de um melhor conhecimento dos médicos e maior acesso da população aos médicos e outros profissionais que fazem diagnóstico”.
A exposição a certos produtos químicos, infecções durante a gravidez e estresse materno têm sido correlacionados com um risco aumentado de autismo. A influência dos microbiomas intestinais nas funções cerebrais é outro campo de estudo que está ganhando destaque.
Por que os diagnósticos de autismo estão crescendo tanto?
O que vem causando tanto autismo?
A etiologia do transtorno do espectro autista ainda permanece desconhecida. Evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de fatores genéticos e ambientais.
Em 2010, foi revelado pela primeira vez o peso do fator genético no TEA, com a comprovação de que o distúrbio é altamente herdável, ou seja, passa com facilidade de pai para filho.
Embora o autismo seja sem dúvida subdiagnosticado em meninas, a maioria dos especialistas diz que é mais prevalente em meninos. O autismo tem fortes raízes genéticas, e alguns estudos têm sugerido que as diferenças entre os sexos podem resultar, pelo menos em parte, de diferenças biológicas inatas.
“De 97 a 99% é causa genética. Não é apenas herdado dos pais, mas também é causado por fatores ambientais, como poluição, agrotóxicos, idade avançada dos pais, infecções e medicamentos usados durante a gestação… Isso tudo gera alterações do gene”, explica a especialista.
Aumento do número de concepções tardias: pais ou mães acima de 35 anos, diabetes, sobrepeso, diabetes gestacional, hipertensão na gravidez: esta pode ser uma das razões pelas quais há um ligeiro aumento no número de bebês que nascem com traços autistas.
O que fazer para evitar que o bebê nasça com autismo?
Embora ainda haja muita incerteza sobre a causa exata do autismo na gravidez, estudos³ sugerem que uma dieta equilibrada e saudável, com ênfase em ácido fólico, pode ajudar a reduzir o risco de autismo. Além disso, evitar o consumo de álcool, tabaco e drogas durante a gravidez também pode ajudar.
De acordo com os cientistas que coordenaram a pesquisa, níveis de folato quatro vezes mais altos do que o considerado adequado na mãe logo após dar à luz estão associados a um risco duas vezes maior de o filho desenvolver Transtorno do Espectro Autista.
A verdadeira causa do aumento dos casos de autismo foi a reforma psiquiátrica, a transição epidemiológica e a melhora nos critérios para o transtorno do espectro autista (TEA), incluindo-se maior treinamento das equipes multiprofissionais que atendem autismo.
Como não há causa, também não existe uma forma de prevenção contra o autismo. O que se pode fazer é tentar identificar se a criança apresenta sintomas do TEA o quanto antes, para começar um tratamento o mais cedo possível.
Uma pesquisa da USP cruzou dados de pacientes e mostrou que a exposição da gestante a fatores ambientais e psicossociais (como estresse, exposição a produtos químicos e perda de um ente querido, por exemplo) pode aumentar a possibilidade do desenvolvimento do autismo nos filhos.
A psicóloga Lívia Aureliano acrescenta ainda que algumas pesquisas no país, como na Universidade Presbiteriana Mackenzie, tem mostrado cientificamente fatores que podem contribuir para o crescimento nos casos de autismo, como poluição, fertilização in vitro e uso de algumas medicações.
Fatores ambientais, como idade avançada dos pais, também podem contribuir para uma variação no número de pessoas com TEA. Em 2000, os Estados Unidos registraram um caso de autismo a cada 150 crianças observadas. Em 2020, houve um salto gigantesco: um caso do transtorno a cada 36 crianças.
O estudo também mostrou que uma criança com vários irmãos autistas tem 37% de chance de ter TEA, porcentagem maior do que uma criança com apenas um irmão no espectro, com 21% de probabilidade.
Segundo a pesquisa, publicada periódico cientifico Molecular Psychiatry, a idade avançada do pai, da mãe ou de ambos aumenta o risco de autismo. Os resultados mostraram que quando os pais têm mais de 50 anos, o risco de autismo da criança é 66% maior em relação aos filhos de pais com 20 anos.
A partir dessas observações, o transtorno autista foi classificado como Transtornos Globais do Desenvolvimento. Até os anos 70, o autismo era caracterizado e tratado como uma doença na linha das psicoses, pois o surgimento do autismo, era de acordo com as relações entre mães e filhos.
Autismo tem múltiplas causas, a maioria ainda desconhecida, mas cerca de 90% dos casos têm uma influência genética. Qualquer casal pode ter um filho com TEA, mesmo que não tenham TEA e não haja nenhum caso de TEA nas famílias.
Uma doença de origem multifatorial, como o nome sugere, é aquela que se manifesta como consequência de vários fatores combinados. Estes fatores podem ser tanto genéticos quanto ambientais. Atualmente ainda não é possível rastrear condições desse tipo de origem durante a gravidez.