A expulsão de Lacan da IPA foi causada por ele não obedecer às normas daquela instituição e ter muitos alunos, analisandos e supervisionados ao mesmo tempo, bem como por conta das “sessões curtas” de cinco minutos que Lacan insistia em manter — algumas sessões de Lacan foram de apenas um minuto.
Sofrendo de um câncer no cólon que tardou à operar, já muito debilitado desde um acidente de carro em 1978, Lacan reduziu sem cessar as suas atividades a partir de fevereiro de 1980.
A proposição de 9 de outubro de 1967 marca o rompimento de Lacan não só com a IPA mas com grande parte do acervo histórico e teórico acumulado por vários pioneiros do movimento psicanalítico.
Lacan começa a trabalhar na psicanálise em um momento em que a teoria freudiana sofria uma apropriação pelos pós-freudianos, centrados na compreensão do eu e em um funcionamento clínico que buscava seu fortalecimento. Essa posição opõe-se ao descobrimento princeps de Freud, o inconsciente.
Apesar de ter constituído um sistema de pensamento próprio que inovou a teoria e a prática clinica, Lacan é considerado como o único dos grandes intérpretes de Freud que procurou retornar - literalmente - aos seus textos e a sua doutrina, ele o estudou com intuitos além de simplesmente ultrapassar ou conservar a ...
MARIA HOMEM | LACAN FOI EXPULSO DA SOCIEDADE DE PSICANÁLISE? E OUTROS VIDEOS
Qual era a religião de Lacan?
Lacan, de origem católica, se dizia “filho de padre”, por ter sido educado pelos irmãos maristas. Os dois não se omitem de examinar o campo das “verdades” religiosas, separando o interesse investigativo da crença. Embora Freud e Lacan tenham o ateísmo como ponta de lança da psicanálise, há uma diferença entre os dois.
Sua afirmação de que o inconsciente se estrutura como linguagem, somada às noções de simbólico, imaginário e real, são algumas das contribuições decisivas de seu trabalho. Seu nome completo era Jacques Marie Émile Lacan, nascido na cidade de Paris em 1901, em plena belle époque.
A expulsão de Lacan da IPA foi causada por ele não obedecer às normas daquela instituição e ter muitos alunos, analisandos e supervisionados ao mesmo tempo, bem como por conta das “sessões curtas” de cinco minutos que Lacan insistia em manter — algumas sessões de Lacan foram de apenas um minuto.
amar é querer o bem a alguém. Lacan, por outro lado, empreende uma separação fundamental entre o amor e a ideia do bem. O amor de transferência — ou, ousaríamos dizer apenas, o amor — ensina àquele que ama que há uma falta inscrita em seu desejo.
Diz Lacan que o eixo é o desejo do analista; isto reproduz o elemento de alienação – há um ponto em que o desejo do sujeito jamais pode reconhecer-se, e como mostra a experiência analítica, "é de ver funcionar toda uma cadeia no nível do desejo do Outro que o desejo do sujeito se constitui".
Enquanto Freud menciona talvez uma ou duas vezes a palavra sujeito em sua obra, Lacan vai trabalhar com toda uma teoria do sujeito que de alguma forma iria deixar pra trás – já em seu último ensino, conhecido como último Lacan – essa ideia de um sujeito para começar a falar de um falaser, em seu neologismo “parlêtre”.
A teoria dos espelhos, de Jacques Lacan, médico, psiquiatra e psicanalista francês, acredita que só conseguimos enxergar características em outras pessoas que também existam, ou já existiram algum dia, dentro de nós. Ele acredita que nosso papel, como humanos, é aprender sobre nós mesmos, através das nossas relações.
Em testamento, Lacan deixava a seu genro, Jacques-Alain Miller, a tarefa de editar a sua obra -boa parte dos seminários, que começaram a ser publicados em 1973, permanecia e permanece inédita- e dar continuidade ao movimento que ele iniciara.
O esquema L foi introduzido no Seminário 2 e foi apresentado nos Escritos em “O Seminário sobre a carta roubada” como uma primeira forma de demons- tração da relação do sujeito com a ordem simbólica e com o imaginário. Lacan vai mostrar que falar é fazer falar o Outro como tesouro dos signifi- cantes.
Enquanto a filosofia tradicional tende a ver o sujeito como um ser autônomo e racional, Lacan argumentava que o sujeito é marcado pela falta e pelo desejo. Para ele, o sujeito está sempre em busca de completude, mas essa completude é impossível de ser alcançada.
O desejo é causado por uma falta que não faz sentido. Lacan chama essa falta que não se subjetiva de objeto, que ele escreve com uma letra, a. O objeto a designa a falta de nomeação, por parte do significante, do ser do sujeito, ou seja, daquilo que não se sujeita à sua representação pelos recursos do Outro.
Para Lacan o afeto é uma manifestação pulsional, mas, isto não implica que ele seja o ser dado em sua imediatez, nem que tampouco, seja o sujeito de uma forma bruta. O afeto está sempre a deriva, deslocado, invertido, metabolizado, ou até mesmo, enlouquecido. Nem o afeto, nem a pulsão são o recalcado.
A verdade, definida por ele como “não-toda” (Lacan, 1985), mantém um traço do real, o que determina que não pode ser toda dita, não pode ser toda transcrita para o campo do simbólico; sempre deixa um resto: o objeto pequeno a. A verdade delata uma impotência (Lacan, 1992, p. 49) própria do saber.
Lacan focou seus estudos na manifestação do inconsciente, que Freud abordou em textos como A Interpretação dos Sonhos, Sobre a PsicoPatologia da Vida Cotidiana e Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente, publicados entre o fim do século 19 e o começo do século 20.
Os cortes lacanianos focam no desejo e no sofrimento do analisando. Segundo Lacan, o inconsciente é estruturado como uma linguagem, então seu analista prima pela prevalência da função da palavra e o domínio da linguagem no seu trabalho.
é sobre os quatro conceitos considerados por Lacan como fundamentais que este trabalho trata, a saber: Inconsciente, Repetição, Transferência e Pulsão.
A Psicanálise Lacaniana, assim como outras psicanálises, baseia o seu atendimento na associação livre, onde o analisante pode dizer tudo que lhe vier em mente, sem censura. Além do conteúdo trazido como relato, também são explorados os sonhos, devaneios, fantasias, lapsos de linguagem, entre outros.
Vamos nos aprofundar em alguns dos seus principais pilares. 1. Linguagem e Inconsciente: A revolucionária afirmação de Lacan de que "o inconsciente é estruturado como uma linguagem" rompeu com muitas convenções anteriores da psicanálise.