De acordo com os dados, 42% da população acredita que as atletas de futebol feminino são excessivamente masculinizadas. Ou seja, na visão do público, as mulheres são vistas apenas nos extremos da hipersexualização ou masculinização dos corpos, o que impacta diretamente na autoimagem das praticantes.
Por que o futebol feminino tem menos visibilidade?
Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, isso pode causar a impressão de que é menor qualidade ou menos importante. Falta de visibilidade: recebe menos atenção da mídia.
Por que o futebol feminino não tem reconhecimento?
Em terras tupiniquins, um dos motivos para essa desigualdade entre homens e mulheres no futebol, tem explicação na lei. Isso porque, na década de 40, o futebol feminino foi proibido no Brasil. Um decreto do governo Getúlio Vargas dizia que a prática não condizia com a “natureza” da mulheres!
Nesse contexto, torna-se evidente que o futebol feminino está distante de alcançar um patamar ideal. Fatores preponderantes incluem a disparidade salarial, a insuficiência de investimentos, a falta de visibilidade e a persistência do machismo como elementos centrais nesse cenário desafiador.
Qual a maior dificuldade para a valorização do futebol feminino?
Apesar do considerável crescimento e avanço, o futebol feminino no Brasil ainda enfrenta desafios como a falta de investimentos e patrocínios, a disparidade salarial em comparação com os jogadores do sexo masculino e a pouca visibilidade nos meios de comunicação.
O PRECONCEITO CONTRA O FUTEBOL FEMININO | JUCA EXPLICA
Quais os motivos do esporte feminino ser desvalorizado?
Além da falta de investimentos em equipamentos, lugares para treinos e preparação física, uniformes, entre outros, o futebol feminino também é financeiramente afetado na questão da disparidade salarial.
O preconceito no futebol feminino advém de fatores culturais, sociais, os quais precisam ser revistos, já que são fatores limitantes do desenvolvimento não somente do futebol, mas do esporte feminino como um todo.
Porque o futebol feminino é melhor que o masculino?
Muito mais respeito. A segunda razão para acreditarmos na superioridade feminina sobre os homens é o respeito. Isso é algo que tem sido destacado por especialistas que estão acompanhando as partidas e também pelos telespectadores.
Por que afinal o futebol feminino ainda é tão renegado no Brasil?
"Porque se o futebol feminino ainda hoje existe no Brasil é pela resistência dessas mulheres, a despeito de toda invisibilidade, da falta de estrutura e de profissionalização. Elas continuam jogando e sempre estiveram jogando bola, mesmo quando foi proibido. Futebol para as mulheres nunca foi concessão.
Por que ainda hoje o futebol feminino não tem tanta visibilidade e investimento quanto o masculino?
Há mais patrocinadores interessados no futebol masculino do que no feminino. Falta de visibilidade: ainda recebe muito menos atenção da mídia do que o futebol masculino. Isso inclui não apenas a transmissão de jogos, mas também a cobertura de notícias e histórias de jogadoras.
A desigualdade também se expressa pela falta de incentivo na conciliação do esporte com os estudos e pela insegurança financeira, que são alguns dos fatores que explicam o grande número de desistências das atletas femininas.
Por que o futebol feminino era proibido em alguns países?
Entre os argumentos aos quais as autoridades recorriam para proibir o futebol feminino, estava o de que a violência dentro dos gramados prejudicaria a maior missão delas na sociedade — ser mães.
Como acabar com a desigualdade de gênero no futebol?
O futebol feminino pode ser uma importante ferramenta para espalmar o preconceito e diminuir a desigualdade de gênero entre homens e mulheres. Mas para isso é preciso igualar as oportunidades, as condições de treinos, principalmente a valorização e visibilidade do esporte.
Diferenças biológicas, como a força física, e de comportamento, como a agressividade, tornam a versão feminina do futebol mais lenta e até mesmo mais estética do que a masculina, dizem técnicos alemães.
O futebol feminino era tratado como uma performance, um show e não uma partida. Até a década de 40, o futebol entre mulheres existia longe de clubes ou grandes ligas. Havia prática em periferias, mas não há registros de uma seleção.
Então, uma maior visibilidade do futebol feminino colabora também nas lutas feministas. As bandeiras defendidas pelo futebol feminino refletem em outras lutas feministas que estão presentes na sociedade”. A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor.
Quais as principais causas da desvalorização do futebol feminino?
O futebol feminino ainda recebe menos visibilidade na mídia, menos incentivos, patrocínios e apoio. Com a falta disso, torna-se difícil esperar que as meninas se interessem pelo esporte. A consequência mais direta é a escassez de novas revelações, tornando ainda mais difícil o desenvolvimento do esporte dentro do país.
Por que o futebol feminino ainda é estranho para muitas pessoas?
Desigualdade de investimento: o futebol feminino recebe menos investimento do que o masculino, o que pode causar a impressão de que o futebol feminino é de menor qualidade ou menos importante. Os salários e condições de trabalho têm sido muito melhores no futebol masculino do que no feminino.
Foram exatos 38 anos em que o futebol feminino era vetado por decisão presidencial, assinada por Getúlio Vargas, mas mantida pelos presidentes subsequentes. Para efeito de comparação, a regulamentação ocorreu há apenas 40 anos – quatro anos depois da queda da proibição, em 1979.
De acordo com os dados, 42% da população acredita que as atletas de futebol feminino são excessivamente masculinizadas. Ou seja, na visão do público, as mulheres são vistas apenas nos extremos da hipersexualização ou masculinização dos corpos, o que impacta diretamente na autoimagem das praticantes.
Quais são os problemas ainda enfrentados para a profissionalização do futebol feminino?
A partir da análise dos dados coletados, foi possível compreender que problemas como condições de trabalho, falta de profissionalismo, invisibilidade, preconceito, desrespeito e falta de incentivo são alguns dos desafios que ainda persistem na modalidade.
Concluímos que para combater o machismo no futebol as instituições educacionais e os clubes de futebol podem, de forma colaborativa: valorizar a disciplina de futebol nos seus currículos; selecionar profissionais capacitados nesse desporto; proporcionar infraestrutura adequada à sua prática; enfatizar a formação humana ...
“O início do preconceito no futebol não se deu por conta do racismo, ao contrário, iniciou-se por conta da história do futebol ser de origem europeia e seus praticantes, no início, teriam que ser frequentadores de clubes da elite. Os campos de futebol eram um prolongamento da elite da sociedade.