Segundo o TCU, isso se deve principalmente ao fato de essas localidades normalmente apresentarem estruturas precárias para o atendimento ao público e ao desenvolvimento profissional, o que desestimula médicos, enfermeiros e técnicos a ingressarem nos quadros dos hospitais públicos dessas regiões.
A falta de uma Política federal que apoie efetivamente os municípios na fixação de médicos acaba fazendo com que os gestores municipais tenham que ampliar a remuneração para conseguir contratar, o que sobrecarrega ainda mais os municípios que já investem mais de 25% de seus orçamentos em Saúde.
Além do problema de distribuição geográfica, há um problema de distribuição nos sistemas de saúde. Isso ocorre pois há maior interesse na oferta de trabalho em estruturas privadas do que no Sistema Único de Saúde (SUS).
O SUS apresenta três grandes problemas estruturantes: no plano da organização macroeconômica, a segmentação que conduz ao dilema entre a universalização e a segmentação; no plano da organização microeconômica, a fragmentação do sistema e seu modelo de gestão; e no plano econômico, o seu subfinanciamento.
Entre os desafios, estão a organização macroeconômica do sistema de atenção à saúde, que se expressa no dilema fundamental entre a segmentação e a universalização; o modelo de atenção à saúde totalmente inadequado para a atual situação epidemiológica e demográfica no País; e a competição predatória entre o público e o ...
Em primeiro lugar está a escassez de recursos suficientes ou não previstos no orçamento, que está relacionado também à compra de medicamentos. A ausência dos especialistas seria um dos motivos para a demora, em média, de até três meses para a consulta com um ortopedista, por exemplo, como registrado no levantamento.
Também são vistos como vilões a falta de recursos financeiros para o SUS (15%) e a má gestão administrativa e operacional do sistema (12%). Questões como a falta de médicos (10%) e a dificuldade para marcar ou agendar consultas, cirurgias e procedimentos (10%) completam o topo do ranking.
Para a maioria dos usuários dos serviços que deram avaliação negativa ao atendimento pelo SUS (54%), o tempo de espera (36%), o baixo número de médicos (19%) e a falta de estrutura (15%) e de organização (9%) foram os fatores que mais impactaram nesta percepção.
Os principais fatores para essa diferença são os relacionados a extensas cargas de trabalho, como acidentes provocados por cansaço; depressão levando a suicídio; e doenças cardiovasculares associadas a estresse, poucas horas de sono e sedentarismo.
As causas dos atrasos nas consultas médicas são múltiplas e, muitas vezes, inter-relacionadas. Entre os motivos mais comuns, podemos citar: Agendamento inadequado: Muitos consultórios marcam consultas de maneira consecutiva, sem considerar possíveis atrasos ou consultas que podem demandar mais tempo.
Por região do país, o Norte é o mais afetado pela falta de profissionais (39,1%), seguido pelo Nordeste (30,8%), Sul (29,9%), Sudeste (27,7%); e Centro-Oeste (19,4%). Quanto ao tempo em que as gestões municipais enfrentam a escassez de médicos, a maioria respondeu que o problema já existe há mais de 90 dias (55,3%).
Número insuficiente de leitos em hospitais, falta de equipamentos e infraestrutura inadequada são problemas que o brasileiro enfrenta diariamente na saúde pública. Mas a maior dificuldade do setor é a falta de médicos e de outros profissionais na atenção básica, porta de entrada para o sistema de saúde.
As informações fornecidas pelo Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) identificaram 215.640 médicos que atuam em serviços públicos municipais, estaduais e federais.
Salvar a vida de outras pessoas costuma ser a principal motivação para quem escolhe o curso de Medicina. Poder ajudar pessoas a curar suas doenças e obter melhor qualidade de vida pode ser uma experiência gratificante.
Garantido no artigo 196 da Constituição Federal, o SUS é o único sistema de saúde pública do mundo que atende mais de 190 milhões de pessoas - 80% delas dependem, exclusivamente, dos serviços públicos para qualquer atendimento de saúde.
Discussão: Foi possível analisar que o SUS, em parte, conseguiu oferecer serviços de forma integral e universal. Porém, ainda persistem problemas como: elevado tempo de espera para atendimentos e a falta de humanização. Somado a essas lacunas, o desconhecimento sobre o SUS contribui decisivamente para a desvalorização.
O Sistema Único de Saúde - SUS é composto pelo Ministério da Saúde, Estados e Municípios, conforme determina a Constituição Federal. Cada ente tem suas co-responsabilidades.
Além da questão orçamentária, um estudo do Banco Mundial constatou que a ineficiência de parte do SUS é fruto, principalmente, da má-gestão e falta de planejamento.
Várias são as razões por trás da demora no atendimento via SUS, como a superlotação dos hospitais. Essa questão pode ser contornada por meio de ferramentas de apoio à gestão, à triagem de pacientes e auxílio para que os profissionais estabeleçam os atendimentos prioritários.
O que fazer quando não tem médico no posto de saúde?
O que fazer quando não for atendido? Caso você ou o seu familiar tenham indicação médica e não vejam respeitados os seus direitos, procure o Ministério Público ou o Conselho Regional de seu estado.
As filas são um resultado do descompasso entre a demanda e a oferta, visto que o sistema de preços não é o mecanismo determinante da produção e do consumo de bens e produtos em saúde.