Dracúnculos, solitárias, lombrigas e ancilóstomos povoavam a flora intestinal dos escravos e tais doenças possuíam o seu potencial destrutivo ampliado quando havia um quadro de desnutrição. Neste caso, a doença poderia evoluir, causando, além de indisposição para o serviço, a diarréia crônica e até a morte.
Isso porque nos casos de escravos mais rebeldes, além das chibatadas, era aplicado sal ou suco de limão nos ferimentos, para que se causasse imensa dor no prisioneiro.
A época das Cruzadas levou a peste para o continente europeu. A chegada da enfermidade no Brasil aconteceu com a vinda dos europeus. O tráfico de escravos trouxe ao Brasil mais doenças, como febre amarela, malária e esquistossomose.
A falta de alimentos, os maus tratos, a insalubridade do trabalho, as condições higiênicas inadequadas das senzalas, entre outros aspectos, faziam com que a vida de escravo fosse abreviada muitas vezes pela morte.
Doenças, mortalidade e expectativa de vida dos escravos no Brasil no século XIX
O que os escravos sofrem?
Além do racismo, diversas outras consequências da escravidão ainda existem no nosso país, como a violência presente na nossa sociedade e a aversão por parte da população por trabalhos manuais e que exigem esforço físico. Não pare agora...
Quando se acidentavam, ficavam doentes ou eram castigados no tronco, o que se mostrava comum devido ao excesso de trabalho, os escravos eram então levados ao que se chamava de hospital, na própria charqueada, mas que não passava de uma enfermaria com poucos recursos.
Quais doenças os escravos trouxeram para o Brasil?
O contato com os portugueses levou à morte em grande escala da população local nesse período. Epidemias de varíola, rubéola, escarlatina, tuberculose, febre tifoide e tipos de gripe são registradas desde o século XVI.
Os escravizados trabalhavam demasiadamente e, em geral, morriam em mais ou menos 1 ano. As doenças que os escravizados mais apresentavam era a tuberculose, a varíola, a pneumonia, febre amarela, desnutrição.
Os escravos eram acorrentados e muitas vezes mantidos nus durante toda a viagem. A alimentação era escassa e de baixa qualidade, consistindo principalmente de feijão, arroz e farinha de milho.
Para impedir a fuga, costumavam os negreiros também a unir a perna direita de uma perna esquerda do outro com cêpo de madeira. Para maior segurança, as mãos eram fechadas em grilhetas e correntes, atadas ao pescoço e aos pés. (RAMOS, 1942, p.
A doença falciforme é predominante na população negra – estima-se que 95% dos pacientes em Minas Gerais sejam negros. O fato de essas pessoas terem vindo para o Brasil como escravos, condição extinta apenas em 1888, contribui para sua marginalização.
Muitos escravos não aceitavam a vida que lhes era imposta e resistiam de diversas formas: suicidavam-se, não cumpriam as ordens que recebiam, assassinavam seus senhores, fugiam, rebelavam-se. Alguns africanos sofriam uma depressão profunda, chamada de banzo, o que podia levar a morte por inanição.
O banho diário era raro: apenas índios e escravos tomavam banhos diários em rios. Europeus, principalmente em regiões mais urbanas raramente se banhavam de corpo inteiro. A limpeza era normalmente feita com toalhas e se ocupava apenas de algumas partes do corpo. Sabões eram produtos raros na colônia.
Banzo (do quimbundo mbanza, "aldeia") era como se chamava o sentimento de melancolia em relação à terra natal e de aversão à privação da liberdade praticada contra a população negra no Brasil na época da escravidão.
Geralmente, os senhores usavam recursos locais, como curandeiros, feiticeiros, boticários ou sangradores, para o tratamento das doenças dos cativos, mesmo as mais graves.
30, 2023), analisa o tratamento dado a escravos enfermos com base no Libro de cuentas del Ofício, Memoriales e Cartas ânuas. As fontes revelam que o adoecimento de escravos do Ofício gerava despesas tanto com a aquisição de medicamentos, roupas e alimentos, quanto com mortalhas para seu sepultamento.
Os portugueses compravam os escravos em suas feitorias instaladas no litoral da África. Os escravos eram obtidos como prisioneiros de guerra vendidos por determinados reinos ou eram prisioneiros emboscados pelos traficantes.
Os escravos urbanos trabalhavam em diferentes ofícios. A violência era algo rotineiro na vida dos escravos, e o tratamento violento dedicado a eles tinha o intuito de incutir-lhes temor de seus senhores. Esse medo visava mantê-los conformados com a sua escravização e impedir fugas e revoltas.
Eles introduziram ingredientes diferentes como leite de coco-da-baía, o azeite de dendê, a pimenta malagueta. Com eles descobrimos o feijão preto, aprendemos a fazer acarajé, vatapá, caruru, mungunzá, angu, pamonha e muito mais!
O ébola e febres hemorrágicas semelhantes constituem 70% dos surtos, enquanto os restantes incluem a varíola dos macacos, dengue, antraz e peste. Só este ano, a região já notificou 203 casos confirmados deste tipo de varíola. Já varicela teve um aumento notável desde abril em comparação ao igual período de 2021.
Entende-se que a saúde do escravo foi tratada com descaso pelos proprietários de terra, uma vez que se tratava de uma mercadoria, uma coisa, numa dinâmica em que não se estabeleciam relações interpessoais, mas sim relações entre sujeito e objeto.
Um dos primeiros trabalhos sobre a temática da saúde e das doenças que ceifavam a vida dos cativos foi a obra de Karasch [*5]. A autora explica que os cativos morriam devido a uma correlação complexa entre descaso físico, maus tratos, dieta inadequada e doença.
Nas palavras de Oliveira Mendes, o banzo era uma das principais moléstias de que sofriam os escravos, uma "paixão da alma" a que se entregavam e que só se extinguia com a morte, um entranhado ressentimento causado por tudo o que os poderia melancolizar: "a saudade dos seus, e da sua pátria; o amor devido a alguém; a ...
Um escravo de origem africana, do sexo masculino, com essas mesmas características etárias, era orçado em 110$000 réis e do sexo feminino em 85$000 réis. No conjunto da capitania, naquele ano, um escravo valia, em média, 82$000 se fosse homem e 67$000 se fosse mulher (BERGAD, 2004, p. 357).