O perdão de Deus baseia-se exclusivamente no seu amor e na sua graça incondicional. Nós não o merecemos. A palavra grega para pecado, em Mateus 6:12, significa literalmente “dívida”.
O perdão é uma oportunidade para se libertar de amarras negativas do passado e seguir adiante. Sendo assim, perdoar é uma ação libertadora que simboliza a inteligência e permite o amadurecimento de uma pessoa. Não perdoar impede a chance de viver novas possibilidades e ter mais satisfação na vida pessoal.
As pessoas receberam perdão; entretanto, esses sacrifícios não foram capazes de ajudar as pessoas a manter uma consciência limpa. Embora o sacrifício tenha dado perdão às pessoas, ele não tinha o poder de tirar o mal que existe na natureza humana. Esse mal é o que os levou a pecar.
O perdão permite que você libere sentimentos negativos, como raiva, ressentimento e mágoa, que podem estar enraizados em seu coração. Ao deixar de lado essas emoções tóxicas, você experimenta um senso de alívio e leveza emocional, proporcionando espaço para emoções mais positivas, como alegria e paz.
O perdão é o esquecimento completo e absoluto das ofensas, vem do coração, é sincero, generoso e não fere o amor próprio do ofensor. Não impõe condições humilhantes, tampouco é motivado por orgulho ou ostentação. O verdadeiro perdão se reconhece pelos atos e não pelas palavras.
Perdoar os outros não é uma opção para os cristãos: é um mandamento. Em Mateus 6:12, Jesus ensina-nos a orar, “Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores”. Ele tornou claro que a oferta de perdão de Deus é inseparável da nossa vontade de perdoar os outros.
Perdoar é uma união de arrependimento e sacrifício. Só há perdão se uma das partes estiver de fato arrependida e a outra verdadeiramente disposta a sentir a compaixão. Perdoar requer assumir os erros que cometemos e, acima de tudo, nos perdoarmos a nós mesmos.
Fácil: é quando ele esquece a ofensa e, ao relembrá-la, já não sente raiva. Para Everett Worthington, não há necessidade de chegar a nutrir uma afeição pelo ofensor. Se a pessoa parou de querer o mal do outro, parou de planejar vingança, parou de achar que o outro é um ser vil, é suficiente. Isso já é perdão.
O apóstolo Paulo falou aos efésios que o perdão é fruto de um coração compassivo e benigno. O perdão flui da benignidade do nosso coração, e não por haver ou não benignidade no ofensor. Jesus disse que se eu souber que alguém tem algo contra mim, devo procurá-lo para tentar a reconciliação.
Worthington, um renomado líder no campo da pesquisa do perdão, acredita que existem quatro tipos de perdão: perdão divino, perdão de si mesmo, perdão de pessoa para pessoa e perdão social (esta série do Church News examina o perdão de pessoa para pessoa).
Portanto digo-vos que vos deveis perdoar uns aos outros; pois aquele que não perdoa a seu irmão suas ofensas está em condenação diante do Senhor; pois nele permanece o pecado maior. Eu, o Senhor, perdoarei a quem desejo perdoar, mas de vós é exigido que perdoeis a todos os homens” (D&C 64:8–10).
“Quem perdoa tem como benefício o fortalecimento da saúde física e mental porque consegue dar atenção às outras coisas que não se referem a sua dor e não revive as cenas que o fizeram sofrer”, diz a psicóloga Adriana Santiago, autora do livro O Poder Terapêutico do Perdão.
De dia e de noite, tu me castigaste, ó Deus, e as minhas forças se acabaram como o sereno que seca no calor do verão. Então eu te confessei o meu pecado e não escondi a minha maldade. Resolvi confessar tudo a ti, e tu perdoaste todos os meus pecados.
Perdoar é muito importante porque nos livra da raiva, rancor, tristeza e outros sentimentos desagradáveis. Ao realizar o ato de perdoar, tem-se uma oportunidade de se libertar das amarras que trazem peso negativo para nossas vidas. É um símbolo de inteligência emocional e, em muitos momentos, de amadurecimento pessoal.
Através do perdão, é possível deixar para trás a dor e o ressentimento provocados por uma mágoa. É uma maneira de se libertar da lembrança de um acontecimento ruim para que ela não afete mais a sua vida. O perdão é necessário para muitos processos de cura de traumas e desapego do passado.
“O perdoar é uma das emoções positivas que permitem que a gente construa um cardápio de emoções ou de atos e pensamentos positivos, ampliando essa gama” explica o neurologista especialista em cognição, Fabiano Moulin.
Perdoar os outros permite-nos vencer sentimentos de raiva, amargura ou vingança. O perdão pode curar feridas espirituais e trazer a paz e o amor que só Deus pode nos conceder.
As consequências da falta de perdão para quem não o libera são as mais variadas possíveis, aprisionamento de alma, doenças na alma, doenças físicas e privação de progresso espiritual. “Quanto menos perdoamos, mais erramos com os outros.
Perdoar não é esquecer, perdoar é aceitar que todo mundo em algum momento pode fazer escolhas ruins, que sofremos as consequências dessas escolhas, que sangramos, mas que não somos obrigados a continuar sangrando, que não somos reféns desses momentos doloroso, e que podemos sim aprender com esses erros e dores.
Para a psicologia, a definição do perdão é, basicamente, “uma decisão consciente de liberar sentimentos de ressentimento em relação a uma pessoa que o prejudicou, independentemente de ela merecer isso ou não.”