Enquanto o Boi Bumbá é marcado pela rivalidade histórica de Parintins, o Bumba Meu Boi é uma tradição centenária do Maranhão com seus diversos sotaques e símbolos. Quer descobrir mais sobre essas festividades incríveis?
O Boi Bumbá possui mistura vários instrumentos musicais nas toadas (como também é chamado no Maranhão), com um ritmo bem característico. Já o Bumba Meu Boi possui possui cinco tipos de ritmos (chamados sotaques) nas toadas: matraca, zabumba, orquestra, costa-de-mão e baixada.
Bumba meu boi, boi-bumbá ou Búfalo-Bumbá é uma festa do folclore popular brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno de uma lenda sobre a morte e ressurreição de um boi.
Era a representação de bumba-meu-boi, com um boi branco, decorado com coração vermelho. Já o Boi Caprichoso surgiu na região da Francesa e de Palmares. Era, e ainda é, um boi preto, com estrela azul na testa.
Boi de reis: Ceará, no Natal. Boi de São João: Ceará, na Festa Junina. Boi-calemba: Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Boizinho: Rio de Janeiro e São Paulo, no Carnaval.
O primeiro boi a se apresentar é o Boi Garantido, seguido do Boi Caprichoso, a partir das 21h (horário de Brasília). 1 de 3 Caprichoso e Garantido brilham na 1ª noite do Festival Folclórico de Parintins. — Foto: Divulgação/Governo do Amazonas.
A cor padrão do Boi Caprichoso é azul. Por ser a mais escura das três cores primárias, o azul tem uma analogia com o preto. Curiosamente, o Whimsical Boi é vestido de veludo preto e carinhosamente chamado por seus fãs de "touro negro". É indecomponible em cor clara e pigmento de cor.
Bumba Meu Boi ou Boi-Bumbá teve origem cultural europeia e surgiu no século 18, momento em que o gado era importante para economia local. Trazida para o Brasil pelos portugueses, junto com as culturas indígena e africana, o Bumba Meu Boi se tornou uma das danças folclóricas brasileiras mais conhecidas.
O Bumba Meu Boi teria surgido no século XVIII, na região Nordeste do nosso país. Nesse período, acontecia o chamado Ciclo do Gado, quando o rebanho bovino era protagonista da economia local e a vida da maioria das pessoas girava em torno da pecuária.
A tradicional festa do Bumba Meu Boi se espalhou por quase todas as cidades do interior do Maranhão e, com o tempo, cada localidade começou a fazer algumas adaptações na forma de brincar, criando os 5 “sotaques” diferentes que existem atualmente.
O Complexo Cultural do Boi Bumbá do Médio Amazonas e Parintins tornou-se Patrimônio Cultural do Brasil em 2018. Já o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão, recebeu o mesmo título em 2011 e, em 2019, também foi registrado como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
O curioso é que a palavra bumba exprime o suposto som de uma pancada do chifre do boi. Assim, bumba-meu-boi significaria algo como “Chifra, meu boi!” Figura mitológica nas mais diversas culturas, o boi era visto por escravos negros e indígenas como companheiro de trabalho, símbolo de força e resistência.
O bumba meu boi combina elementos de comédia, drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do homem e a força bruta de um boi. O bumba-meu-boi é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena, com maior ou menor influência de cada uma dessas culturas.
A história que envolve a dança do bumba meu boi está ligada à lenda de um casal de escravizados, chamados Pai Francisco e Mãe Catirina (ou Catarina). Catirina estava grávida e começou a ter desejos por língua de boi. Seu marido, para atender o desejo da esposa gestante, matou o boi mais bonito de seu senhor.
A ideia pronta das pessoas é que o boi não gosta da cor vermelha. Mas a verdade é que ele nem o vermelho consegue enxergar. Segundo o livro “Improving Animal Welfare”, de Temple Gardin, os bois não têm o receptor da cor vermelha na retina. Eles apenas vêem amarelo, verde, azul e tons de violeta.
A letra da música é uma celebração da herança africana e da resistência cultural frente às adversidades históricas, como o racismo e a intolerância. O refrão 'Málúù Dúdú' é uma expressão que evoca a imagem de um boi de pelagem escura, que gira na roda de dança, simbolizando a força e a magia da cultura afro-brasileira.
A festa é marcada pela competição acirrada entre os bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul), que apresentam espetáculos grandiosos com música, dança e alegorias. Cada apresentação é uma exibição rica em cultura e tradição amazônica, com danças, toadas e encenações de lendas e mitos regionais.
Moça bonita, sacerdotisa, guerreira e guardiã. Essa é a definição de Cunhã-Poranga, a moça mais bela da aldeia e item 9 do 57º Festival Folclórico de Parintins.
"Atualmente o papel das cunhãs tem sido representar o protagonismo feminino na festa e na sociedade, por meio da sua inserção nas teatralizações de lendas, rituais e coreografias indígenas representadas nos espetáculos", disse.
João Paulo Faria é o Amo do Boi Garantido desde dezembro de 2020. Torcedor desde o nascimento, ele lembra que já desempenhou diversos papéis dentro da organização, desde batuqueiro até pai Francisco, um dos personagens da história que deu origem ao boi-bumbá.
O Cazumbá é um personagem folclórico do bumba-meu-boi, trata-se de uma figura mascarada com um vestido cheio de bordados e coloridos e um badalo na mão, como um sino de boi. Quem o vê durante as brincadeiras pode ou se assustar ou se encantar.