Os resultados indicaram que a culinária tradicional quilombola desenvolve diferentes papéis dentro da comunidade como o sustento físico, marcador identitário, construção de tradições, representa ainda, um dos elementos de maior destaque dentro do leque de atrativos culturais desse território, o que ressalta seu ...
Os quilombolas cultivavam e processavam alimentos, pescavam e criavam animais e, em todas essas práticas, que variavam de território a território, observa-se a presença marcante de alimentos como milho, mandioca, feijão, batata, arroz, banana, cana-de-açúcar, melancia e diversas outras plantas e frutas nativas.
As comunidades quilombolas além de contar a história, mantêm tradições seculares como, por exemplo, o congado e rosário. Além das religiões de matriz africana. “Os quilombos fazem parte da manutenção da nossa história e da cultura brasileira.
São as comidas que os nossos antepassados usavam para sua própria sobrevivência, como arroz com frango caipira, farofa de carne seca, arroz com palmito, feijão com frango, farofa de carne seca com feijão, arroz com carne de porco, toucinho com feijão, café com caldo de cana, cará, tabacui, paçoca de cará com torresmo, ...
A formação dos quilombos, comunidades autônomas estabelecidas por escravos fugidos, foi um ato de resistência contra o sistema escravocrata. Nessas comunidades, a culinária se apresentava como um elemento de união, identidade e sobrevivência.
Culinária quilombola é tema de congresso sobre educação alimentar
Como a culinária pode ser importante para a cultura de um povo?
É uma forma de permitir que as gerações futuras tenham acesso à ancestralidade e a herança cultural da nação. Hoje em dia fala-se muito de patrimônio gastronômicos, da sua importância na preservação da cultura local, e das várias formas de agregar valor aos produtos da comunidade.
O cultivo de mandioca, milho, feijão e arroz compõe a base alimentar dessas comunidades quilombolas desde o período colonial. A partir desta cultura alimentar, estruturaram-se modos de fazer o plantio, de colheita e de troca que se tornaram tradicionais dentro da comunidade.
O povo do quilombo é um povo alegre, que gosta de música e de dança. O canto está sempre presente em seu cotidiano e nas festas. Entre os quilombolas há um grande número de cantores e compositores, que relatam em suas músicas a vida, a luta e a esperança de seu povo.
Nas comunidades quilombolas, hoje, existem três religiões predominantes: o catolicismo, o candomblé e o evangelismo. Algumas possuem apenas uma religião, porém, o mais comum é que, numa mesma comunidade, predominem duas ou três religiões diferentes.
Os quilombos eram comunidades de africanos e seus descendentes que fugiam da escravidão. Nesses locais viviam em liberdade, produzindo o que necessitavam para viver. Eram locais onde tinham a possibilidade de resgatar suas tradições culturais e religiosas.
Os povos quilombolas não se agrupam em uma região específica ou vieram de um lugar específico. A origem em comum dos remanescentes de quilombos é a ancestralidade africana de negros escravizados que fugiram da crueldade da escravidão e refugiaram-se nas matas.
Pessoa Quilombola é a pessoa que, morando ou não em um quilombo, se identifica com a cultura quilombola. Ela pode estar matriculada em qualquer etapa da Educação Básica, bem como na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A tradição e a cultura alimentar das comunidades quilombolas têm sido preservadas graças ao repasse dos valores e saberes ancestrais ensinados pelos mais velhos aos mais novos.
A cultura quilombola é uma rica manifestação cultural brasileira que representa a luta e a resistência de comunidades negras que se estabeleceram em territórios remotos, isolados e muitas vezes inacessíveis, durante o período colonial.
Os quilombos se constituem como territórios que expressam a luta coletiva da população negra ao longo da história e que resistem mesmo diante dos ataques do racismo estrutural.
Quais são os principais elementos da cultura quilombola?
Os quilombolas têm uma rica cultura que combina influências africanas e brasileiras. Isso inclui música, dança, culinária e práticas espirituais únicas que foram transmitidas de geração em geração através de uma educação com características próprias.
Os fundadores quilombolas trouxeram com eles as sementes e o conhecimento de como cultivar essas lavouras. Eles plantaram arroz vermelho da África Ocidental e sementes de cana-de-açúcar e milho que trouxeram das fazendas de monocultura.
Os registros arqueológicos indicam que as primeiras civilizações surgiram na Tanzânia, Quênia e Egito há cerca de 6 mil anos atrás. Os primeiros experimentos alimentares, o processo de fermentação dos alimentos, o preparo do café, entre outros, foram criados pelos africanos.
Qual a influência da culinária africana no Brasil?
Ingredientes como o leite de côco, o inhame e o dendê acrescentam sabor aos alimentos. E como não falar da famosa feijoada. O preparo era feito pelos africanos escravizados, que usavam feijão preto e sobras de carnes, dispensadas pelos senhores de engenho.
Qual é um dos pratos mais típicos da culinária brasileira trazida pelos africanos?
Atualmente, como herança dessa cena, ainda é possível consumir nas ruas do Brasil comidas típicas como o acarajé, na Bahia (uma receita originada do Golfo do Benim, na África Ocidental, feita com feijão fradinho).
Como é o cultivo dos alimentos na comunidade quilombola?
A agricultura de pequena escala realizada pelos quilombolas implica no manejo de alta diversidade inter e intraespecífica. Durante o ano agrícola de 2019, foram cultivadas 42 espécies em roças e hortas, compreendendo 83 variedades.
As comunidades quilombolas, uma herança dos refúgios dos negros escravizados que começaram a se formar no século 16, vivem, praticamente, da agricultura familiar.
Quais são as tradições das comunidades quilombolas?
Em geral, música, dança e festas de várias influências, inclusive negras, são realizadas entre esse povo. Uma das danças e músicas tradicionais é o lundu, chamado também de "lundum", que foi introduzido no Brasil por meio de africanos trazidos de Angola e do Congo.