Esquizofrenia paranoide é a mais comum “A mais comum é a paranoide, que se caracteriza por predominância de delírios persecutórios e bizarros, além de alucinações, enquanto a mais grave e com o tratamento mais difícil é a hebefrênica, marcada por isolamento social, embotamento afetivo e deterioração global”.
Quando você pergunta sobre esquizofrenia leve acredito que esteja se referindo a paranoide. Neste caso durante a fase ativa da doença o paciente tende a ficar desconfiado, pode apresentar alucinações auditivas algumas vezes ficam agitado pois agem em função do delírio.
Nesse tipo, as alucinações e os delírios são menos comuns, apesar de não serem sintomas excluídos. Os pacientes têm dificuldade em seguir processos e organizar pensamentos. Isso pode prejudicar a execução de tarefas simples de rotina, como escovar os dentes, tomar banho ou se vestir.
A esquizofrenia é uma doença mental crônica e incapacitante, que geralmente se manifesta na adolescência ou início da idade adulta, entre 20 e 30 anos de idade. Sua frequência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas. No Brasil, estima-se que há cerca de 1,6 milhão de esquizofrênicos.
Entenda mais sobre Esquizofrenia com a Psiquiatra Maria Fernanda Caliani
Qual o primeiro sinal da esquizofrenia?
É possível que alguns médicos reconheçam estes sintomas como sendo o início da esquizofrenia, porém outros apenas os reconhecem em retrospectiva. A esquizofrenia é caracterizada por sintomas psicóticos, que incluem delírios, alucinações, pensamento e fala desorganizados e comportamento bizarro e inadequado.
Fatores hereditários – A sua predisposição pode ocorrer nas famílias. Parentes de primeiro grau de um esquizofrênico, por exemplo, têm mais chances de desenvolver a doença. Por isso, se um dos pais tiver esquizofrenia, os filhos têm até 10% de chance de desenvolvê-la.
A esquizofrenia denominada hebefrênica é a mais grave de todas e acomete mais indivíduos jovens, entre 15 e 25 anos de idade. O transtorno é marcado por sintomas como perturbação dos afetos, comportamento irresponsável e imprevisível, pensamento desorganizado e discurso incoerente.
Os resultados mostraram diferenças na entonação de voz entre indivíduos com e sem esquizofrenia. Ana Cristina explica que as pessoas com esquizofrenia apresentaram pouca variação de simetria e dispersão na entonação da fala, ou seja, elas expressavam suas emoções pela voz de forma menos acentuada.
A esquizofrenia pode ter um ou até vários fatores desencadeantes (gatilhos): história genética, hereditariedade, uso de substâncias (por exemplo, maconha), estresse, entre outros fatores. Sim, a pessoa pode resistir a um gatilho e ter surto psicótico após este mesmo gatilho ou após um novo fator desencadeante.
O olhar “vazio” é comum nas pessoas esquizofrênicas, também conhecido como o olhar 'que vê, mas não enxerga'. O indivíduo encara diretamente a pessoa à sua frente, mas é como se olhasse através dela e ignorasse sua presença.
“Várias patologias podem levar ao surgimento de sintomas psicóticos, como fala sem sentido e desconexão com a realidade”, afirma a psiquiatra Luciana Staut. A esquizofrenia pode ser confundida, por exemplo, com o transtorno bipolar, o autismo e até com a depressão.
Qual exame é feito para saber se a pessoa tem esquizofrenia?
Não existe exame de sangue ou exame laboratorial para o diagnóstico de esquizofrenia. O diagnóstico da esquizofrenia e da grande parte dos transtornos mentais é clínico, ou seja, através da anamnese e entrevista clínica o psiquiatra é capaz de fazer o diagnóstico. Isso se faz em consulta e não com exames.
Sim, pessoas com esquizofrenia paranoide podem ser consideradas PCD (Pessoas com Deficiência) de acordo com a legislação brasileira, como a Lei nº 13.146/2015, que instituiu a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Segundo o psiquiatra dr. Ariel Lipman, diretor da SIG – Residência Terapêutica, não se sabe exatamente o que causa ou quais são os fatores de risco que levam as pessoas a desenvolver esquizofrenia. Fatores genéticos e alterações neuroquímicas ou na estrutura do cérebro são as principais hipóteses para o seu surgimento.
CID F20: o que significa? CID F20 – Esquizofrenia é uma condição caracterizada por “distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos inapropriados ou embotados”, conforme o DATASUS.
Um dos sintomas da esquizofrenia é o “embaralhamento” de palavras, ou seja, a fala é aleatória, randômica, cuja ordem é analisada pelo software. “Em 64% dos casos, já nos primeiros sinais da patologia, os sujeitos com esquizofrenia apresentam essa característica na fala, algo gritante nos indivíduos crônicos.
Como uma pessoa com esquizofrenia enxerga o mundo?
A esquizofrenia é uma doença mental, em que o sujeito pode confundir realidade com imaginário. Os olhos da mente de um esquizofrênico podem estar repletos de ilusões, pensamentos mágicos, superstições, mas também ansiedade, irritabilidade e um mal estar permanente, chamado disforia.
Os medicamentos antipsicóticos mais recentes (asenapina, clozapina, iloperidona, lurasidona, olanzapina, quetiapina, risperidona e ziprasidona) também bloqueiam os receptores da serotonina, que é outro neurotransmissor. Os especialistas acreditam que essa propriedade pode tornar esses medicamentos mais eficazes.
Na fase prodrômica (fase que antecede o início da esquizofrenia) ocorrem sintomas de alterações cognitivas, ansiedade, perplexidade, terror ou depressão e esses sintomas podem estar presentes durante meses antes do estabelecimento de um diagnóstico definitivo.
Sem tratamento, o surto pode durar semanas e até vários meses. Após saírem do surto, os pacientes podem apresentar sintomas residuais, que normalmente são os sintomas negativos: isolamento social, menor interação afetiva, retraimento e falta de vontade para atividades diversas.
O professor ressalta que “não existe tratamento para a esquizofrenia sem remédio”, mas também é possível fazer uso de outros métodos em conjunto com os medicamentos como terapia ocupacional, reabilitação e treinamentos cognitivos, que podem proporcionar melhoras significativas no quadro dos pacientes.
É perigoso viver com uma pessoa que tem esquizofrenia?
Na verdade, as pesquisas mostram que índices de violência física entre pessoas que sofrem de esquizofrenia e pessoas "normais" são iguais. Não há risco aumentado de homicídio. Esse temor é, sobremaneira, promovido pela mídia sensacionalista.
Na história, há vários exemplos de nomes famosos que foram diagnosticados como esquizofrênicos, como o matemático John Forbes Nash (retratado no filme Uma Mente Brilhante), o músico Syd Barrett, ex-guitarrista do grupo Pink Floyd, o escritor americano Jack Kerouac e o poeta e dramaturgo francês Antonin Artaud.