Na terceira geração do PCC, ou seja, no Terceiro Estatuto, o artigo 2 sofre nova mudança, dessa vez com a inclusão da palavra União ao lema da facção, que passa a ser "Paz, Justiça, Liberdade, Igualdade e União".
Valetes: Duas pessoas que dormem na mesma cama, com as cabeças opostas; Verme: Polícia em geral; Xis: O mesmo que cela; Zé Povinho: Quem não participa do regime de relações do PCC, mas também não é "coisa".
Para ingressar no PCC, a facção exige envolvimento anterior com o mundo do crime e a indicação de um “padrinho” integrante da organização que se responsabiliza pelas condutas do “afilhado”.
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O que é proibido no PCC?
A cartilha disciplinar do PCC lista regras rígidas, punições severas e proíbe práticas como roubo, traição e homossexualidade, com penas que incluem exclusão e até morte, com aval da cúpula da facção. Além disso, condena o uso abusivo de drogas e práticas como pederastia e malandrismo.
Quando os criminosos querem falar da polícia, os termos mais usados são “alemão” e os “bota”. O termo “alemão”, com origem nas favelas do Rio de Janeiro, serve não apenas para nominar a polícia, mas qualquer outro inimigo do tráfico, seja o Exército, a milícia ou gangues rivais.
Roberto Soriano, o “Tiriça” (foto em destaque) e número dois na hierarquia da facção — que atualmente se tornou inimigo do líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola —, por exemplo, é o proprietário oculto de um clube amador sediado em São Paulo.
O PCC forma uma ampla rede de criminosos que é dividida entre um braço político e outro econômico. No político, atua como um "poder regulador" que criou "estatutos" que sistematizaram a ética e as relações entre seus membros, que pagam mensalidades.
O "batismo" é uma cerimônia, feita às vezes em conferência telefônica, na qual o criminoso afirma que aceita as regras da facção, respondendo a um questionário. Ao ser aprovado, entra para o chamado Livro Branco, onde estão os ""irmãos" do crime.
A concepção ética adotada pelos membros do PCC faz com que essa ampla rede de criminosos se pareça com uma "igreja do crime". A política do PCC criou um discurso de união entre os seus membros. O seu principal objetivo é usar o crime para fortalecer as organizações criminosas que enfrentam o estado repressor.
No caso do PCC, segundo o MPSP (Ministério Público de São Paulo), para sair, o integrante precisa fazer o pedido para a sua chefia, informando os motivos.
Quanto à maconha, encontram-se “a boa” (de boa qualidade), “bagulho” (a de qualidade ruim, mas que pode também significar apenas a droga, por esvaziamento de sentido), “beque” (quando já vem no formato de cigarro), entre diversas formas como “fino”, “haxixe”, “lasca”, “pepita”, “tarugo”, “tablete”, “tijolo”, e outras.
Em seu artigo VI, o estatuto do PCC apreendido na Monte Cristo afirma não admitir como integrantes 'estrupadores (sic), homosexualismo (sic), pedofilia, caguetagem, mentiras, covardia, opressão, chantagens, estorções (sic), inveja, calúnia e outros atos que ferem a ética do crime'.
Seguindo as regras duras da facção, jovens ganham respeito dos mais experientes e podem virar "irmãos" aos 18 anos, idade mínima para ingressar na facção. "Entrar no PCC depende da sua caminhada", diz Jeferson, da zona leste, que passou 3 dos seus 18 anos na Febem.
Maiores facções do país e ex-aliadas no mundo do crime, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o CV (Comando Vermelho) estão em confronto direto pelo domínio da rota de tráfico de drogas e dos presídios em pelo menos nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Alagoas, Ceará, Pará, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e ...
O que significa: Membro do PCC. O Primeiro Comando da Capital popularizou, entre seus membros, a imagem clássica da morte, com capuz e rosto escondido. Mas, no lugar da foice, ela carrega um fuzil, símbolo de poder.