Por gerações, os seringueiros fizeram a sua vida através da extração da seiva leitosa (chamado de látex), sem prejudicar as árvores. Os seringueiros são “guardiões da floresta” verdadeiros. Eles fazem tudo o que podem para garantir que as árvores de que dependem se mantenham saudáveis.
A vida no seringal era dura para a família do patrão, bem como para todos os fregueses. Claro que a extração do produto, ou seja, a produção propriamente dita, ficava por conta dos seringueiros; o patrão era o proprietário das terras, dos meios de produção e monopolizava o comércio em sua propriedade.
Os soldados da borracha já chegavam aos seringais devendo aos donos da terra. Desde o transporte até o alimento era cobrado. O “sistema de aviamento” mantinha o trabalhador preso por meio de uma dívida interminável, que crescia dia após dia. Tudo que se recebia no seringal era cobrado.
Nos domínios da Amazônia em MT, os seringueiros vivem, particularmente, na RESEX Guariba Roosevelt, que é a única reserva extrativista do Estado. Eles são também conhecidos na região como beiradeiros, pois vivem às margens do rio Guariba e do rio Roosevelt, no município de Colniza, extremo noroeste do Estado.
As condições de moradia eram muito precárias, cada trabalhador “arrumava-se” numa palhoça, na qual muitas vezes também fazia o processo de defumação da borracha. O dia começava muito cedo e o trabalhador percorria sua estrada. Uma estrada é o conjunto de 100 a 150 seringueiras a ser entalhada por dia.
Os seringueiros e suas mulheres caçam, pescam e plantam milho e mandioca para fazer farinha. Também coletam borracha e castanha. As crianças nadam, pescam e carregam uma as outras brincando de serem sacos de castanhas. As famílias moram no meio da floresta, longe umas das outras.
Eles são, em sua maioria, “apaixonados” por festas, por danças de forró. São bons dançarinos de ritmos originários do Nordeste. A festa de forró é uma tradição que remonta aos primeiros tempos de ocupação do Acre pelos nordestinos.
O seringueiro recebia uma quantidade de alimentos que durava em torno de 30 dias. ¿O regatão ou o patrão trazia o básico, que era arroz, feijão, jabá, pirarucu (peixe da Amazônia que se assemelha ao bacalhau) e conserva, que muitas vezes chegava estragada, entre outras coisas¿, conta Carlito.
Como a seringueira vive mais de 200 anos, o látex pode ser extraído ao longo de várias décadas. Nos seringais plantados do Tapajós, o número de árvores sangradas por dia pode ser maior devido a sua maior densidade. No Acre, as cooperativas extrativistas estão beneficiando a borracha e agregando mais valor à produção.
O culto a São Geraldo surge a partir da morte de um seringueiro em estado de abandono em sua colocação. Seu processo de santificação se dá através de uma petição na qual seu amigo pede sua autorização para retirada de folhas da árvore que brotara sobre seu túmulo, recebendo a cura, passa a ser cultuado como santo.
O indivíduo estava ligado à terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda.
Como eram as condições de trabalho dos seringueiros?
Devido ao isolamento no meio da florestas, as famílias compravam as mercadorias de primeira necessidade, como sal, redes, pólvora e fósforos, no barracão do patrão. O dinheiro para pagar essas mercadorias era ganho com o trabalho de cortar seringa: fazer o corte na casca da seringa e recolher o látex que escorre.
Como funcionava o sistema de trabalho dos seringueiros?
Para realizar a defumação, o seringueiro se utiliza de um pau, sobre o qual derrama o látex e vai girando vagarosamente na fumaça. Este pau fica suspenso sobre o buião. Sempre girando o pau e derramando o látex, vai-se formando uma bola de borracha, ou pela, chegando a pesar entre 30 e 50 quilos (ou 500 e 100 libras).
Como era a vida dos trabalhadores nos seringais conhecidos como soldados da borracha?
Esses soldados trabalharam na extração do látex, fornecendo matéria-prima para a produção de borracha, que era imprescindível para o êxito das tropas, sejam para pneus dos carros, mangueiras automotivas, calçados, botes infláveis, material isolante, entre uma série de outras utilidades da borracha.
Dentro das matas o seringueiro, realizava a principal tarefa no período de XIX para XX, sendo que o corte da seringueira para a coleta da goma era algo que exigia tempo e esforços.
Os primeiros seringueiros e posseiros de seringais haviam chegado ao rio Tejo na década de 1890, em florestas contestadas entre Peru e Bolívia, habitadas até então pelas populações nativas de língua Pano, sobre cuja organização social e modo de vida na época pouco se sabe hoje em dia.
Esse produto nada mais é do que uma seiva leitosa extraída da casca de uma árvore da região amazônica conhecida como seringueira. Além de ser a principal matéria prima da borracha natural, o látex é essencial para a manufatura de mais de 40 mil produtos.
O nome "seringueira" vem de "seringa", produto feito a partir do látex da planta pelos portugueses. "Árvore-da-borracha" refere-se a aplicação do látex da planta para a fabricação de borracha.
Os preços referem-se a: preço mínimo de R$3,41/kg de coágulo e o preço médio recebido pelos produtores de borracha do Instituto de Economia Agrícola no mês de fevereiro de 2022 no valor de R$5,21/kg de coágulo.
Estes seringueiros viviam num regime de trabalho exaustivo, sem garantias de direitos trabalhistas e num ciclo de dependência dos patrões, visto que o seu trabalho, segundo as regras circundante nos seringais, eram pagos, muitas das vezes, com mercadorias que poderiam ser compradas de modo “fiado” nos barracões.
A borracha é oriunda do látex, que era encontrado em abundância na Floresta Amazônica. A demanda pela borracha fez com que o interesse pelo látex aumentasse.
Os primeiros seringueiros, trabalhadores que retiraram o látex da seringueira como fonte de renda, chegaram à Amazônia na década de 1870. A vida do seringueiro é dormir cedo e acordar cedo.
É aquele que extrai o látex das seringueiras e viabiliza sua transformação em borracha natural. A experiência e a competência profissionais são fundamentais na extração, que começa com a retirada de uma pequena porção da casca da árvore, logo acima da linha de corte.
Cada região no Brasil possui ítens muito característicos do extrativismo, em especial a extração da borracha. Na região Norte o buriti, murici, o cupuaçu, o babaçu, são fontes de renda de muitas comunidades.