Sartre distingue força e violência, a força obtém efeitos positivos ao agir conformemente à natureza das coisas; a violência é sempre destruição e a destruição implica uma resistência.
“A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota.” – Jean-Paul Sartre. O filósofo e crítico francês, Jean-Paul Sartre, é considerado um dos maiores pensadores do século 20 e um dos expoentes da ideia do “existencialismo”, que visava a liberdade individual do ser humano.
Segundo Jean Paul Sartre, importante filósofo, “a violência, seja ela qual for a maneira que se manifesta, é sempre uma derrota. Nesse sentido, observa-se no Brasil, um gritante abismo de desigualdades entre as classes sociais, que favoreceu, ao longo dos anos, para o crescimento da violência urbana.
A violência é produto humano, instaurando a sociedade. Tem seus aspectos positivos, quando coloca limites e faz funcionar a coesão social; ou aspectos negativos, quando instaura a exploração do homem, gera desigualdades e provoca danos físicos, psicológicos e de limitação de liberdade do outro.
Para Aristóteles, violência é tudo o que vem do exterior e que se opõe ao movimento interior de uma natureza. Ela é uma qualquer alteração negativa que força algo contra a sua vontade. A violência perante o Homem é toda a imposição física ou coação física que o obriga a cumprir uma ação não desejada.
Platão acreditava que, por meio do conhecimento, seria possível controlar os instintos, a ganância e a violência. O acesso aos valores da civilização, portanto, funcionaria como antídoto para todo o mal cometido pelos seres humanos contra seus semelhantes.
Dito de modo mais filosófico, a prática da violência expressa atos contrários à liberdade e à vontade de alguém e reside nisso sua dimensão moral e ética.
O que Aristóteles e Arendt fala sobre a violência?
Arendt vê em Aristóteles este distanciamento entre política e violência expresso na definição dupla do homem – um ser político e um ser dotado de fala – duas dimensões que se complementam mutuamente, referindo-se ambas à mesma experiência de vida na pólis grega.
Conforme esse autor, os homens são maus por natureza (o homem é o lobo do próprio homem), pois possuem um poder de violência ilimitado. Um homem só se impõe a outro homem pela força; a posse de algum objeto não pode ser dividida ou compartilhada.
Rousseau defende que a sociedade opera modificações sobre os homens, que podem ser positivas ou negativas. A partir do contrato social, as ações individuais devem respeitar as leis que levam em consideração a vontade geral. Dessa forma, há normas que regulam e limitam aquilo que os cidadãos podem ou devem fazer.
É um mal que assola nossa sociedade, matando mulheres e deixando filhos órfãos”. Essas frases foram umas das mais marcantes da palestra de Maria da Penha, líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, no “Seminário Internacional Brasil-União Europeia no Enfrentamento da Violência Doméstica”.
A frase dita por Epicuro, filósofo grego do período helenístico, reflete de modo convincente a situação onde em que se encontra o nosso país país, que, na por carência de justiça, acaba se apegando à vingança contra os infratores da lei.
Marx já afirmava que “a violência é a parteira de toda velha sociedade que está prenhe de uma nova; ela mesma é uma potência econômica” (MARX, 1985, tomo II, p. 286). Constata-se que nas sociedades regidas pelo capital a única preocupação é favorecer a sua própria expansão e o acúmulo de riquezas.
Para essa autora, assim como para Foucault (1998), a violência distingue-se do poder, pois ela é utilizada em rela- ções sociais desiguais e hierarquizadas, em que não há liberdade, sendo com- preendida como dispositivo de controle e subjugação.
O sociólogo Emile Durkheim afirmou que a violência devia ser analisada sob a perspectiva de fato social, decorrente de fatores como a desigualdade, condições financeiras e sociais, e seu uso provém da necessidade de poder que os indivíduos de uma determinada realidade têm.
O inglês fundou o empirismo, teoria que defende a experiência como única forma de conhecimento do mundo, e foi um dos principais filósofos contratualistas - que explicam que o surgimento do Estado ocorre a partir de acordos ou contratos sociais. Por essas razões, Locke figura entre os grandes nomes da filosofia.
Grande defensor do absolutismo, Hobbes defende essa forma de governo utilizando argumentos lógicos e estritamente racionais (excluindo quaisquer preceitos ou argumentos religiosos). Sua teoria baseia-se na ideia de que é necessário um Estado Soberano para controlar a todos e manter a paz civil.
Hobbes vê o homem como um ser egocêntrico, irracional e refém de seu semelhante. Nesse cenário de extrema liberdade, ausência de paz e insegurança, refletindo em um estado de guerra por não haver controle entre os homens, Hobbes relata o sentimento de poder, perseguição, e de traição do homem em relação a outrem.
A razão só se afirma sobre o fundo da violência, porque ela é sempre razão finita, razão do ser humano em situação. A violência é uma possibilidade humana que permanece sempre como um outro da razão, como ameaça constante à razão, pois o seu princípio não pode ser eliminado pela razão.
“A violência é, por natureza, instrumental; como todos os meios, requer sempre orientação e justificação através do fim que visa” (p. 55- 56). Todos estes conceitos, nada tem de arbitrário, mas, segundo a autora, dificilmente correspondem a comportamentos estanques no mundo real, apesar de ser nele que têm origem” (p.
Neste sentido, a violência é definida como o uso inten- cional da força ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (Krug et al, ...
Nesse sentido, nos parece justificado apontar o fato de a violência poder eclodir como um gozo sem mediação, que, no excesso, busca a aniquilação do outro e o rompimento dos laços sociais. Como sustenta Freud, ao dizer que a violência é a antítese da civilização (FREUD, 1974[1929-1930]).
A violência surge como um produto de relações desenvolvidas, do homem com a natureza ou entre si, sendo grande viabilizadora da sobrevivência do ser humano em determinados contextos e períodos, se complexificando para além das primeiras necessidades humanas, de acordo com as mudanças na sociedade, atendendo a ...
Qual a fundamentação e os limites da violência a partir de Jean-paul Sartre?
Sartre distingue força e violência, a força obtém efeitos positivos ao agir conformemente à natureza das coisas; a violência é sempre destruição e a destruição implica uma resistência. Há força quando a acção é conforme a uma legalidade e violência a partir do momento em que a acção é exterior à legalidade.