Na norma culta da língua não existe o particípio 'chego', apenas 'chegado'. Não se trata, portanto, de um verbo considerado abundante. Assim também não admitem dois particípios os verbos 'trazer', 'abrir', 'cobrir', 'dizer' e 'escrever'.
O verbo no particípio possui duas formas: regular e irregular. O particípio regular é aquele que termina em -ado e -ido; o irregular, por sua vez, costuma ser mais curtinho, reduzido. Dentro desta classificação principal, existem os verbos que são apenas irregulares, ou seja, não aceitam o final -ido ou -ado.
O particípio passado é formado a partir do infinitivo, retirando-se a terminação -ar, -er ou -ir e adicionando-se a terminação correspondente. Exemplo: Verbo dançar: danç(-ar) > danç(+ado). Eles tinham dançado muito na festa.
Mas muito cuidado, pois o verbo chegar é um verbo verbo intransitivo, não pedindo complemento verbal. Ele vem acompanhado de um adjunto adverbial de lugar.
Dicas de como Empregar o Verbo Chegar (Aula de Português)
Qual o particípio do verbo chegar?
No caso do verbo “chegar”, a norma padrão da língua portuguesa só aceita o particípio passado “chegado”. Isso quer dizer que, em qualquer construção, seja com os verbos “ter”, “haver”, “ser”, “estar” ou “ficar”, a forma correta é sempre “chegado”. Ou seja, chegar NÃO é um verbo abundante.
Particípio... Sim, uma das formas nominais terminadas em “ADO” e “IDO” e que expressa um sentido, uma ideia de uma ação já transcorrida. Dessa forma, lido, ouvido, falado, escutado, estudado, corrido, enfim...
Com os verbos ter e haver, devemos usar o particípio regular (marcado pelas terminações -ado ou -ido). Por exemplo: "Ele tinha salvado o arquivo" e "Ela havia prendido o dedo". Já com o ser e o estar, emprega-se o irregular: "Ele foi salvo por um herói" e "Os bandidos estão presos".
Reg. Irreg. A regra do emprego destes particípios é a seguinte: com os verbos ter e haver, emprega-se o particípio regular; com os verbos ser e estar e ainda com os verbos ficar, pemanecer, parecer e outros emprega-se o particípio irregular: (a) Ele há /tem/aceitado a tua opinião.
No Vocabulário da Língua Portuguesa (1966), de Rebelo Gonçalves, ao verbo ser (s. v. ser) atribui-se o particípio passado sido, descrito como «invariável, só usável nos tempos compostos». O verbo ser, sendo um verbo copulativo, não tem particípio passado passivo.
Qual é o certo se eu tivesse chego ou se eu tivesse chegado?
“Chego” ou “chegado”? A resposta é “chegado”. Afinal, não existe particípio irregular para o verbo “chegar”. Portanto, usar o vocábulo “chego” em locuções verbais formadas pelos verbos “ter” ou “haver”, como em “tinha chego”, só se justifica em linguagem coloquial.
Chego é forma inepta do particípio de chegar, que só tem a forma regular (chegado), e não a forma irregular (como aceito, de aceitar). Portanto, o correto é: Tinha chegado atrasado; Dê uma chegada (não um chego) aqui.
A conjugação “chego”, segundo a gramática normativa, é usada exclusivamente para a 1ª pessoa do singular (eu) no tempo presente do indicativo, ainda que assuma sentido de frequência ou de futuro próximo. Observe: Eu chego cedo ao meu trabalho. Eu chego à minha casa sempre às 18 horas.
O verbo CHEGAR, por exemplo, só apresenta uma forma para o particípio, que é a forma regular CHEGADO. Portanto devemos dizer sempre: “Ele tinha chegado atrasado.”
Na tradição da língua, o particípio passado de pegar é pegado, não ocorrendo jamais a forma pego. Por analogia com verbos que têm duas formas de particípio passado, uma regular e outra irregular (como pagar: pagado e pago), criou-se a forma irregular pego.
Ganhado se usa com os auxiliares ter e haver:tinha ganhado, havia ganhado. Ganho tem a vez com ser e estar: é ganho, está ganho. Modernamente, há forte preferência pelo emprego de ganho com todos os auxiliares: tem ganho, havia ganho, foi ganho, estava ganho.
Qual é o certo: cheguei em casa ou cheguei a casa?
O modo com que o português brasileiro se desenvolveu permite que as frases “cheguei em casa”, “chegamos em Belo Horizonte”, ou “ela chegou em Londres na noite passada” sejam consideradas corretas, porque a linguística moderna entende que o idioma se transforma de acordo com os falantes.