O Rio Negro registra a marca de 13,19 metros nesta segunda-feira (30), ultrapassando a seca de 2010 quando o rio que banha a capital amazonense chegou a 13,63 metros. Comparado com o ano passado quando o Rio Negro chegou à cota de 12,70 metros o rio está a 49 centímetros para alcançar o recorde em 120 anos.
Rios como São Francisco e Tocantins sofrem redução na vazão, impactando abastecimento e geração de energia. A seca, a mais extensa já registrada, prejudica atividades e pode ter impacto internacional, como no lago Baía Grande, compartilhado com a Bolívia.
A seca histórica que atinge o Amazonas em 2024 já afeta 747.642 pessoas em todo o estado, segundo o boletim sobre a estiagem divulgado pela Defesa Civil nesta segunda-feira (30). De acordo com o órgão, 186 mil famílias estão impactadas neste ano.
O Rio Amazonas, castigado por secas consecutivas alimentadas pelas mudanças climáticas, está secando, com alguns trechos do poderoso curso d'água reduzidos a piscinas rasas com apenas alguns metros de profundidade.
Estudo aponta que maiores rios do Brasil estão secando | LIVE CNN
Onde está escrito na Bíblia que o rio Eufrates vai secar?
12 E o sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates; e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do oriente. 13 E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs.
O sistema fluvial Tigre-Eufrates já gerou uma terra bastante fértil e abundante, mas está secando a taxas alarmantes. Segundo um reporte de 2002 do Ministério de Recursos Hídricos do Iraque, os rios podem vir a secar completamente até 2040 por conta da diminuição nos níveis de água.
Ainda segundo o relatório, o mês de agosto de 2024 contabilizou 3.978 municípios em estado de seca com diferentes intensidades, desde fraca a extrema. Isso significa que mais de 70% dos municípios do país estão em uma condição de seca, sendo que destes, 201 encontram-se em situação de seca extrema.
A seca de 2024 no Amazonas é considerada a pior da história em termos de impactos econômicos e sociais. A Defesa Civil estadual confirmou a informação com exclusividade à Expedição Amazonas, da GloboNews.
🔴 Os especialistas explicam que a intensidade da seca e os impactos têm a ver com fenômenos da natureza, como o El Niño, e com a ação humana, como as mudanças climáticas, o desmatamento e o uso ilegal do fogo, que estão queimando os biomas pelo país.
Na comparação de janeiro a agosto houve queda de 24% em 2024 em relação ao mesmo período de 2023. Este ano foram 2.813 km2. Nos oito meses do ano passado, 3.712 km2. O Deter é um indicativo de tendência da taxa de desmatamento, medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Prodes.
"Quando o rio está cheio, há um grande volume de terra que é arrastado para o leito, principalmente pela chuva e o desbarrancamento das margens. Por isso, o rio fica com essa aparência barrenta", explicou.
Em 2024, a descida dos rios no Amazonas começou antes do esperado. Em Manaus, o período da seca teve início em 17 de junho, apresentando oscilações até o dia 28, quando iniciou a descida de forma ininterrupta. Historicamente, o fenômeno ocorre entre a última semana de junho e as primeiras semanas de julho.
Pode ocorrer por motivos naturais ou como consequência de ações humanas. Em uma propriedade rural, por exemplo, é comum o assoreamento de nascentes, rios, córregos, açudes, como resultado da erosão laminar, na qual apenas as partículas mais finas são carregadas pela água da chuva.
Conforme Espinoza, as condições quentes nos oceanos Pacífico e Atlântico estão frequentemente associadas a déficits pluviométricos na Amazônia. Além disso, o aquecimento global intensifica os impactos das secas, aumentando a temperatura e diminuindo a disponibilidade de água nos solos.
A Bacia do Rio Amazonas enfrenta um cenário de grande seca e algumas regiões podem registrar cotas mínimas históricas. De acordo com projeções do Serviço Geológico do Brasil (SGB), há 65% de probabilidade do Rio Solimões chegar à menor cota já observada em Tabatinga (AM), abaixo da marca de -86 cm, de 2010.
O Amazonas enfrenta uma crise ambiental sem precedentes em 2024, com uma seca que chegou antecipada e já impacta mais de 330 mil pessoas no estado, segundo a Defesa Civil. A escassez de água está isolando cidades e comunidades e prejudicando a economia local.
Artigo científico liderado por pesquisadores brasileiros aponta que se não forem tomadas medidas urgentes, o ano de 2050 pode marcar o início de uma redução substancial na cobertura de floresta na região amazônica.
Acredita-se que a Grande Seca que ocorreu de 1877 a 1879 ceifou a vida de mais da metade das 1.754.000 pessoas que residiam na área atingida pela tragédia. Esse foi de longe a maior catástrofe gerada por fenômenos naturais que ocorreu no país.
Nos últimos 12 meses, a temperatura média foi 1,64°C mais quente do que na era pré-industrial. O ano de 2023 terminou com registro de 1,48°C e 2024, marcado por ondas de calor, secas ou inundações extremas, tem grandes probabilidades de se tornar no primeiro ano civil a ultrapassar o limiar.
As temperaturas registradas em 2024 não eram vistas há pelo menos 120 mil anos, segundo estudos paleoclimáticos. O que torna esse cenário ainda mais alarmante é o fato de que esses extremos de calor estão diretamente associados à inação global frente à crise climática.
Publicado em 18/06/2024 15h09 . Última modificação 19/06/2024 14h46 . No Hemisfério Sul, o inverno começa no dia 20 de junho de 2024, às 17h51, e termina no dia 22 de setembro, às 9h44 (horário de Brasília).
O impacto tem sido drástico: segundo estatísticas do ministério iraquiano da Água, desde que começou a construção intensiva de barragens, nos anos 1970, a água que chega ao país pelo rio Eufrates diminuiu em quase 50%, e a que vem do rio Tigre em um terço.